Fanfic: My Errors - Portinon | Tema: Portinon - Adaptada

POV DULCE

 Anahi saiu da cozinha e eu levei o copo já vazio até a pia. É estranho estar nessa casa depois de tanto tempo, lembro de cada canto dessa casa com uma cena de sexo, Anahi  era gostosa demais. Afastei os pensamentos da minha cabeça e segui até a sala, me sentei no sofá e os dois adolescentes continuavam jogando em silêncio e apertando todos os botões desesperadamente. O jogo de guerra reproduzia os únicos sons da sala. Reparei nas fotos da sala, eu vi cerca de trinta fotos ali, onde tinha fotos de Lauren, Camila , Daniel, Anahi, Bea, Hailee, Maite, minha irmã, e seu marido,Christian. Além de seus dois filhos. Uma foto me chamou a atenção e eu me aproximei, era de Bea junto da Clara, minha mãe. A foto não era muito antiga, cerca de cinco anos atrás, e nela Bea beijava o rosto da avó. Engraçado como eles todos vivem como uma família ainda, apenas eu me retirei dela. ­

-Droga, não consigo me concentrar. – Bea disse deixando o controle de lado. ­

-Ta tudo bem, Bea? – Daniel perguntou e eu observei os dois. ­

-Ela me incomoda. – minha filha disse sussurrando, mas mesmo assim eu pude ouvir. O garoto disso que estava tudo bem, também em meio a sussurros e acariciou o braço da minha filha. Se o garoto não fosse tão parecido com Lauren eu acreditaria que ele é meu filho apenas pelo carinho de irmão pelo qual ele tem com Bea. A campainha tocou e Daniel foi atender. ­

-Vim comer de graça, cadê sua tia Anahi? –Lauren perguntou entrando na casa, mas parou ao me ver. Sua esposa ficou ao seu lado e logo segurou seu braço.

– O que ta fazendo aqui? – perguntou entre dentes.

- ­Estou visitando minha filha. – falei e Bea me olhou com um olhar de desprezo, o mesmo que eu usava pra olhar pra Lauren. ­

- A mim não. Se for por isso, pode ir. – Bea disse e eu ignorei. Anahi apareceu com seu óculos e um coque nos cabelos. ­Hey, DJ.

Oi Cami. – ela cumprimentou as duas com naturalidade.

-­A gente volta outra hora. –Lauren disse. – Vamos Daniel. – ela disse e o garoto olhou pra ela. ­

–Por que mama? A senhora deixou eu dormir aqui, lembra? A tia Any, vai levar a gente na escola amanhã. – o garoto disse e Lauren o olhou antes de voltar a olhar pra mim.

- ­Não quero que você fique perto dessa mulher. – ela disse. O que ela diz já não me atinge, mas não me sinto confortável, então tomei a melhor decisão. ­

- Não será necessário, eu vou embora. – anunciei e me afastei das fotos, fui em direção a porta e Lauren saiu do caminho pra que eu pudesse passar, não abaixei a cabeça por nenhum momento. Segui até meu carro e voltei em direção ao meu prédio. Entrei na garagem e estacionei na minha vaga, abri o porta luvas e peguei o maço de cigarros. Fui em direção ao elevador e a primeira coisa que vi foi uma placa dizendo que é proibido fumar. Foda­-se. Levei o cigarro até a boca e o acendi, o traguei com força e soltei a fumaça. Mas um dos hábitos que adquiri depois do divórcio. Assim que as portas se abriram no meu andar eu saí e joguei o resto do cigarro na cesta de lixo metálica que tinha ali. Abri a porta e fui direto ao pequeno bar disposto no canto da sala. Me servi com duas doses de uísque com três pedras de gelo e me sentei no grande sofá preto no centro da sala. Liguei a enorme TV e fiquei zapeando pelos canais. Ouvi a campainha tocar e revirei os olhos, não chamei ninguém, então que fique na porta ou vá embora. O toque insistente continuou a tocar pelo apartamento e eu me dei por vencida. Me levantei e fui até a porta pra encontrar Vero parada com duas caixas de comida japonesa. – Por que está aqui? – perguntei com o tom ríspido. ­

- Eu sei que precisa de mim. – ela disse, Vero foi a única pessoa que ficou ao meu lado a vida toda, mesmo depois que eu me tornei um iceberg. ­

Onde está Lucy? – perguntei, sempre que ela tinha a sensação que eu preciso dela, não sei de onde ela tira isso, ela aparece. ­

- Ginecologista com a Mad. – Vero fez uma careta. Madison, filha delas, dois anos mais velha que Bea. Na verdade ela é filha de sangue apenas da Lucy, que engravidou de um namoradinho idiota. Que nunca quis saber da garota, mas Vero a adotou como sua filha quando a menina completou um ano de idade.

– Me deixe entrar logo, para de papo no corredor. – Vero entrou me empurrando, odeio quando ela faz esse tipo de coisa. ­Eu to bem, ficaria feliz se fosse embora.

- Tenho que trabalhar hoje. – falei ainda com a porta aberta na esperança que ela saísse do meu apartamento. ­

-Eu liguei no hospital e você não atende hoje. Então isso já quebra sua mentira de ter que trabalhar. Já a mentira de estar bem, eu diria que o fedor de cigarro que você ta exalando e essas duas doses de uísque desmentem você mais uma vez. Você mentia melhor com dezessete anos. – ela disse e pegou meu copo e deu um enorme gole na minha bebida. ­

- Você não enxia o meu saco com dezessete anos. – falei com os braços cruzados e fechando a porta. ­

-Você não era uma idiota com dezessete. Acho que todos podem mudar, não é? – ela disse com seu tom debochado. Olhei no relógio da parede e constatei que já estava perto de uma da tarde.

-  ­O que você trouxe para o almoço? – me rendi, não vai adiantar nada, ela vai ficar de qualquer  forma, e mesmo que eu não admita, fiquei feliz.

-  ­Boa garota. – ela disse e seguiu pra minha cozinha, com o meu copo na mão. Provavelmente eu enxeria a cara até dormir no sofá e acordar de madrugada com ressaca e me entupir de remédio pra poder ir trabalhar amanhã.

– Cadê as minhas cervejas? – ela perguntou abrindo a geladeira.

- ­Jennifer bebeu algumas na última noite que ela veio pra cá. – falei pegando uma caixa com yakisoba.

-­Essa garota ainda continua vindo pra cá? – Vero perguntou fazendo uma careta, ela sempre diz que Jennifer está apaixonada por mim, mas eu nem ligo.

-­É sexo fácil, é só eu dizer pra ela aparecer aqui em casa que eu sei que vou transar. – falei dando de ombros. ­

-Dulce,Dulce. A garota ta apaixonada por você, é melhor parar agora pra que ela não saia tão machucada dessa história. – Vero disse e eu revirei os olhos. ­

- E desde quando você se preocupa com moças inocentes? – perguntei com ironia.

- ­Desde que você pode ser destrutiva a todos que te cercam e não muda esse seu jeito. – Vero disse me entregando meu copo de uísque. O virei pela metade e encarei a pessoa que sabe mais sobre mim do que eu gostaria.

-  ­Eu vou falar com ela e terminar o que quer que tenhamos. – falei e ela assentiu. ­

- E como está a Bea? – perguntou e eu virei a outra metade que havia sobrado no meu copo.

- ­A pirralha vai ficar bem. – o assunto se encerrou ali, Vero apenas se sentou na minha frente e comemos juntas. Depois assistimos alguns filmes idiotas e no final da tarde Lucy ligou pra ela dizendo que logo o jantar estaria pronto. Vero foi embora e eu fui até a varanda do meu apartamento olhar a cidade. Miami é tão cheia de vida, pessoas andando de um lado para o outro e eu aqui, apenas observando.