Fanfic: Quando Eu Te Encontrar (Adaptada) | Tema: Vondy

Ela levantou as sobrancelhas, depois olhou para os lados e se inclinou para perto dele, o que foi uma péssima ideia porque descobriu que o cheiro dele era ótimo. – Talvez você sirva. Casamento pode ser uma relação de igualdade e parceria. Talvez, depois que me realizar na minha carreira, nós poderemos até nos reproduzir – ela terminou essa com um sorrisinho que o fez ter vontade de segurar o queixo dela e apagá–lo. Com um beijo. – Eu não acredito que você falou “reproduzir” – Christopher balançava a cabeça. – Desculpa, eu queria tirar o aspecto sexual da declaração. – Impossível – ele declarou, mantendo o olhar nela. Eles foram interrompidos aí. Graças a Deus, ao menos na opinião de Dulce, porque ele a olhou de um jeito que quase fez a mente dela conectar o que não devia. A tal morena era um avião de cabelo negro com aplique, mas ninguém precisava saber dessa parte. Hillary lançou um olhar cheio de significados para Dulce, tudo se resumia a ela cair fora, pois caso Christopher se interessasse, o apartamento dela estaria no papo. Gerry sempre fazia umas apostas dessas com os filhos. – Cody estava te procurando – disse Hillary para Dulce. – Christopher, essa é a Marla. Uma amiga minha, ela faz administração, sabe? E acabou de conseguir um estágio fenomenal. Ficou louca pra te conhecer quando soube que você estaria aqui. Dulce levantou a sobrancelha direita para ele como se dissesse “eu avisei”. – Prazer em conhecê–la – ele apertou a mão dela. – Eu sempre quis te conhecer – ela disse, quase com uma fangirl. – Você é um dos casos de estudo lá na faculdade, sabia? Não só você, mas a empresa. Com o cenho muito franzido, Dulce ficou tentando entender aquela declaração. E Marla estava com aquele sorriso bobo e olhar de gatinha faminta e sedenta que mulheres demonstravam quando ficavam em frente a Christopher. E piorava quando ele olhava para elas com aqueles olhos sérios e tão intensamente diretos. Quando ele resolvia falar, elas já estavam até oferecendo a barriga de gatinha para ele coçar. – Isso é realmente fantástico – ele disse. – Eu estava aqui discutindo um casamento, será que... – ele começou, pronto para se livrar de Marla e Hillary. – Eu tenho terror de casamento! – Dulce disse de repente. Ele quem lhe lançou um olhar cheio de significados dessa vez. E Hillary estava desde o início querendo morrer, mas agora ela queria ressuscitar para morrer de novo. Ela podia imaginar todos os absurdos que Dulce estava dizendo para ele. – Não era um discussão profunda sobre a visão de casamento da sociedade como uma imposição às mulheres para serem felizes enquanto aos homens ainda é apresentado como um fim de linha? – ele disse, surpreendendo–a. Ela cruzou os braços e o encarou. – Isso é o cúmulo – disse Dulce. – Meu ponto exato – ele respondeu, com um sorriso de canto de lábio aparecendo. A morena deu uma risada. – Sério que você estava discutindo isso quando metade da faculdade morreria pra falar com ele sobre o seu trabalho? – disse Marla, achando que Dulce era louca ou idiota. – Faço designer de interiores – disse Dulce, com tédio estampado. – A menos que ele tenha algo a acrescentar nisso, a única coisa que sei é que o secretário e o assessor dele são esquisitos e ele é viciado em trabalho. – Claro que ele é! – disse Marla como se fosse óbvio. – Ele é um Ward – ela disse, como se isso explicasse tudo. A luzinha em cima da cabeça de Dulce não apareceu. Ward podia ser tantas coisas. E ela sinceramente não lembrava onde o pai de Hillary trabalhava. E da última vez que alguém falou de ward com ela, era coisa de jogo de RPG. Fosse o que fosse, não mudava os fatos que ela explicara. Christopher olhava de uma para outra, sem a menor vontade de se meter. Ele achava que estava começando a ficar com dor de cabeça. – Ah – disse Dul, puxando o som do “a” e fazendo uma cara tão cínica que Christopher sabia que era mentira. – Entendi. Bem, vou ali – ela deu uma apontadinha rápida e saiu. Sério? Ela tinha toda essa facilidade de simplesmente sair e pronto? Puta desprendimento. E isso porque ele sabia que ela estava fingindo. Claro que Cody grudou nela por um tempo e foi difícil para Christopher se livrar de Marla. Ele não gostava de ser malvado com estudantes, ainda mais com uma que apesar de estar lhe lançando olhares que fariam um cara mais humilde corar, também tinha perguntas pontuais relacionadas ao seu trabalho. Ok, ele pensou, vamos ficar só na parte profissional. Ele supriu a curiosidade acadêmica dela e deu o fora. Rico estava lá em cima e acenou para ele. O cara do RH também, assim como o cara do marketing. Ele acenou de volta e fez um sinal de que estava indo lá. Mentira. Ele havia passado a última semana encontrando e fazendo refeições com essas caras. Estava farto.