Fanfic: Quando Eu Te Encontrar (Adaptada) | Tema: Vondy

 – Você é mal com ele de propósito? Não dá nem tempo de ele ir ao banheiro ou soltar alguém que esteja beijando – ela disse. – Eu ia adorar se o Rico se atrasasse por estar beijando alguém, infelizmente eu não tenho essa sorte – ele abriu a porta para ela e saiu logo depois. Dulce deu uma olhada na rua, um tanto deserta a essa hora. – Bem, vou indo. – Você quer uma carona? – ele ofereceu só de cavalheirismo, ela só aceitaria se estivessem sendo perseguidos por uma horda raivosa. – Não pego carona com estranhos. – Estranhos? – Como é seu nome mesmo? – ela franziu o cenho, tentando lembrar. – Você não esqueceu meu nome, Christopher. Devem tê–lo repetido umas quinhentas vezes perto de você. – Ok, Christopher – ela se virou e foi andando em direção à subida da rua. – Era só pra ver se você completava o nome. – Christopher Uckermann Ward. – Ah! – ela parou de repente e o olhou. – E eu pensando que era RPG. A porta da casa abriu e eles só ouviram a voz de Rico no considerável silêncio da rua. – Patrão! Dulce começou a rir instantaneamente. – Entra no carro, Rico – disse Christopher. – Estou ocupado. – Não está não – ela disse. – Estou – ele voltou a se virar para frente, apesar de o caminho ser dela. Dulce cruzou os braços e voltou a andar também. – Você não vai nem se despedir do seu amigo Gerry? – Quando você fica muito interessada num cara, sempre fica fingindo assim? Ela levou dois segundos para registrar o que ele realmente disse. Então virou o rosto pra ele. – Você é muito pretensioso. – De acordo com o que você diz, é melhor do que ser machista e republicano. É só negar, Dulce. Pra alguém com tiradas tão boas, não deve ser difícil. Ela só continuou andando ao lado dele, ainda com os braços cruzados e ele podia até não ter tempo sobrando, mas sabia muito bem quando aguardar. – Sim, eu finjo. – Seria uma pena se você tivesse os olhos dourados mais bonitos que já vi e eles te denunciassem o tempo inteiro. Interesse é algo que aparece num olhar. – No seu também? – Você não estava prestando atenção em mim, estava? Ela engoliu toda a saliva que havia na boca antes de sair pela tangente. – Meus olhos não são dourados, são um rico tom de âmbar com um raro pigmento amarelado que depende da luz pra aparecer mais. Sim, eu decorei isso. Mas eu mexo muito com cores, então... Christopher sabia o que ela estava fazendo, então só seguiu a onda. – É aqui que você pega o táxi? – ele perguntou quando chegaram à esquina da Nebraska com a Foxhall. – Pode ser, aqui passa mais do que lá. – De que cor você acha que eles estarão amanhã? – ele perguntou, voltando ao assunto. – Depende da luz. Ela levantou o braço para fazer sinal para um táxi, apesar de que ela queria que ele continuasse falando. E ela continuaria respondendo. Não gostou de pensar que ia terminar essa breve amizade com seu novo amigo de festa assim tão subitamente. Apesar de saber que era exatamente como terminaria, pois ele logo voltaria para sua vida em Nova York e ela continuaria ali em D.C, estudando. E não tinha como dar um motivo para não fazer sinal para o primeiro táxi que aparecesse. Só se a atração que estava sentindo por ele servisse para explicar alguma coisa. Ia ser muito feio se ela acabasse uma festinha chata agarrada ao pescoço de um cara que acabou de conhecer? Ela quase fez sinal, se ele não tivesse segurado sua mão a meio caminho. – Estava vazio – ela disse. – Sabe aquela aposta que eu ganhei? – Aquela que eu disse ser uma péssima perdedora? Não adianta fazer um pedido absurdo. – Espero que seu telefone não tenha um número absurdo. Ela ficou olhando para ele, mas não tentou soltar a mão, não que ele fosse soltar primeiro. – Não sou boa com amigos que moram perto de mim, quem dirá por telefone – ela avisou. – Então somos dois. Não sou bom com amigos, ponto. – Você tem caneta aí? Ele tirou o iPhone do bolso, destravou e mostrou a tela a ela. – Coloque aí. Dulce se aproximou, digitou o número ali e devolveu. Ele olhou o número antes de soltar a mão dela.