Fanfic: Quando Eu Te Encontrar (Adaptada) | Tema: Vondy

– Gostei dessa sua família, parece legal. Acho que noventa por cento da minha família está em Baltimore.

 Ela não fazia ideia de como era “legal”.

– E os dez por cento restantes?

 – Na Grécia.

– Isso explica a origem do seu sobrenome. Por que ele lembrava disso? Ela sempre esquecia o sobrenome de quem se apresentava a ela. Guardar nomes já era complicado. Deixando isso pra lá, ela passou cinco minutos explicando seu curso de designer de interiores e o que ela pretendia fazer. Depois mais cinco minutos falando do seu estágio. E Christopher até opinou. Se Jared o visse agora ia dizer que estava doido. Então ela ficou mais cinco minutos falando do dia a dia e achou divertidíssimo saber de como a rotina diária dele estava doida. E aí Christopher teve que suprir a curiosidade dela.

– Peraí, mas juntando tudo isso... jogaram o negócio da família nas suas costas? – ela se inclinou e riu. Não era bem assim, mas se ela achava essa parte divertida, então tudo bem. Mas quando o café dela finalmente acabou, porque o chá dele já havia ido embora há muito tempo, Dulce se recostou e o olhou.

– Você faz isso como um passatempo? Senta em cafés por aí e fica conversando e ouvindo um pouco da vida dos outros? É uma dessas manias estranhas?

 Ele apoiou os antebraços na mesa, inclinando–se um pouco e a olhando.

 – Não, nunca. Não tenho tempo pra isso.

 – Então o quê? Você só faz com umas garotas pra... sei lá.

– Não – ele negou com a cabeça. – Na verdade acho que falo mais depois que já dormi com elas. Mas elas costumam vir com pressa, então...

Ela balançou a cabeça. – Você acha que eu seria uma amiga tão boa assim?

 – Não sei se seríamos bons amigos.

 – Então por que diabos está me dizendo isso? Christopher levantou a sobrancelha direita enquanto a olhava.

– Você perguntou, era pra eu mentir?

 – Você nunca conta uma mentirinha só pra disfarçar, ao menos nos seus encontros?

 – Não. Isso me traria drama e dor de cabeça depois. Por que, você mentiu pra mim?

 – Não.

 – Então...

 – Você não perguntou nada estranho – ela argumentou.

– Ok, você sempre dá o seu telefone errado?

– Isso não é estranho, vai me dizer que você nunca fez isso.

 – Quem disse que eu dou meu telefone?

 – Você me deu.

 – Exato.

 Ela ficou olhando para ele e um sorriso muito leve apareceu só no canto de sua boca. O olhar dela desceu e bateu nos seus lábios e depois voltou aos seus olhos. Era aquele olhar de interesse que ele queria ver e que ela tinha evitado desde que se sentara ali. E Christopher estava devolvendo o olhar, certamente de um jeito menos sutil. Dulce se moveu um pouco na cadeira e ele se moveu muito, tirou os braços da mesa, se aproximou e a beijou na boca. Christopher se afastou muito pouco e a encarou, Dulce passou a língua pelos lábios e depois levantou o olhar para ele.

– Você não teria sequer me beijado se não tivéssemos tido uma conversa tão proveitosa, não é? – ele perguntou. Ela só negou com a cabeça enquanto mordia a pontinha do lábio. Christopher a beijou de novo e dessa vez seu olhar ficou cravado em seus lábios, mas ela o retribuiu como ele queria. Dulce se aproximou dele e segurou em seu ombro, totalmente dentro do jogo agora. Primeiro ele a segurou pelo rosto e trouxe para ainda mais perto, aproveitando o espaço que ela dava para fazer sua língua encontrar a dela. Assim que o beijo conectou, ele sentiu algo além da excitação. Era aquela sensação bem no estômago que parecia o início da excitação sexual, só que diferente. Mas o fazia querer mais. O abraço dele se estreitou e ele puxou–a subitamente para se colar a ele, esqueceram até da mesa que não gostou disso. O pequeno móvel dançou no lugar, a xícara dele tombou e rolou, batendo no prato de muffins, mas o copo dela foi ao chão. Dulce  só virou um pouco o rosto e olhou o que havia sido aquele barulho. E todo mundo dentro do pequeno café também levantou a cabeça. Christopher não estava nem aí, então só olhou pelo canto do olho porque ela demorou a lhe devolver sua boca. Ao voltar a olhá–lo, Dul estava com um sorrisinho sacana. Christopher o retribuiu e deu um beijo nos seus lábios antes de dizer:

 – Vem.

 Eles pegaram o que derrubaram colocaram na lixeira e Christopher até acenou para senhora do chá antes de sair do café.

– Pra onde? – ela perguntou, quando ele a levou pela mão para o lado de fora.