Fanfic: Quando Eu Te Encontrar (Adaptada) | Tema: Vondy

No carro, Marcus falava com Don que estava no hotel, fora do seu horário de trabalho.

 – Estou falando, cara. Ele está pela rua se pegando com uma moça – disse Marcus.

– Você está de sacanagem – riu Don.

– Acabei de ir checar um lugar lá que eles entraram, sabe–se lá o que aprontaram lá dentro.

 – E eu to perdendo isso! – divertiu–se Don.

 – Sem brincadeira. Ele não está normal – comentou Marcus. – Pelo menos ele resolveu surtar antes de eu me aposentar das ruas.

– Quem é a garota?

– Eu ia perguntar isso pra você que estava com ele ontem. Eu estava no hotel dormindo, se você não sabe... Ele marcou com essa, não pegou por aí não.

– Não pode ser a mesma de ontem... Pode?

 – Tanto faz. Vou dar a volta no quarteirão. Se ele continuar com ela, vamos trocar o turno e você vai ver.

Dulce fez Christopher dar uma boa caminhada até o apartamento que ela dividia com Donna e o deixou esperando enquanto falava ao celular com ela.

– Mentira que você vai deixá–lo vir aqui! – Donna estava excitadíssima, como se o encontro fosse dela.

– Na sala. Você pode ficar no quarto se quiser.

– O quê? Eu vou dar uma saída!

– Isso não é um daqueles episódios que eu tenho que ficar fora um tempo enquanto você faz sei lá o que no apartamento com seus namorados.

– Esquece isso, você realmente vai trazer um cara aqui! Posso ficar pra ver a cara dele? Eu preciso ver esse cara!

– Não, some! Ela se virou e Christopher estava com as mãos nos bolsos do jeans que ele usava e olhava–a fixamente, como se avisasse que ela já estava há tempo demais no telefone e longe dele.

– Você sabe que eu não vou sair daqui sem ver esse cara! Nem morta! – disse Donna, antes de desligar. Ao voltar para perto dele, Dulce deu um sorriso para disfarçar e apontou o sinal para atravessarem a rua. Entraram num prédio baixo e repleto de janelas brancas. Era um prédio de estudantes, todos os apartamentos costumavam ser alugados para universitários. Levar caras para casa não era muito a dela, mas hoje não estava preocupada com isso. Era só que eles estavam numa situação bem óbvia. Ele não tinha tempo e morava em outro Estado. Dulce achava que eles nunca mais iam se ver. Estava a fim de passar mais um tempo com ele, assim como ele estava aceitando qualquer proposta para continuar com ela.

– Tem certeza que quer mesmo ver meu apartamento? É cheio de coisas, tintas, mesas, papel espalhado, um sofá colorido, uma TV com personalidade própria e bem... é um loft. E minha colega de quarto é uma artista de cabelo colorido.

– Deve ser muito interessante.

 – Com certeza não vai parecer com sua suíte no Ritz – ela disse, enquanto procurava a chave. – Você não quis conhecê–la, lembra?

– Claro que lembro. Ele não tinha nada contra conhecer o apartamento dela, estava interessado, ver onde ela morava ia lhe contar um bando de coisas sobre ela. E ele sabia porquê ela não quisera conhecer seu hotel, sentia–se mais no controle ali. A porta abriu antes que ela encontrasse a chave e a colega de quarto de cabelo colorido colocou uma bolsa transversal no ombro e os olhou.

 – Oi! – ela acenou. Dulce só olhou para ela, como se fosse dar com a bolsa nela. Donna já estava morando com ela há dois anos, não fazia mais diferença.

– Oi, sou Donna. Você é o Christopher?

– Sim – ele deu um leve sorriso enquanto aceitava apertar a mão dela.

 – Vou à casa de uma amiga beber umas cervejas, volto depois! – disse Donna, antes de passar por eles e seguir pelo corredor do prédio. Assim que Christopher entrou, Dulce fechou a porta, arrancou sua pequena bolsa transversal e jogou no cabide perto da porta. Christopher andou pela sala que só parecia ampla porque era um cômodo só, com a cozinha no canto direito, separada pelas bancadas. E havia papéis e esboços por todo lado, as mesas de trabalho estavam com pinceis, lápis, tintas, livros, testes de cores, réguas e toda sorte de coisa que as duas precisavam. O sofá tinha três lugares, era macio, mas era verde menta, coberto por algo hiper colorido e almofadas decoradas, pintadas por Donna.

– Pode sentar, juro que toda essa cor está seca há meses – ela disse, lá do espaço da cozinha. Christopher sentou no sofá e moveu as costas, não é que era confortável mesmo? Com certeza servia para algum amigo delas pernoitar em caso de emergência, do tipo porres.

 – Eu só tenho água, chá gelado e suco de caixinha pra oferecer. Abolimos a bebida alcoólica porque eu não aguento muito e o último porre da Donna foi terrível. Ele balançou a cabeça e ficou olhando para onde ela estava. Já tinha bebido todo o chá que precisava em um dia.

– Vem cá.