Fanfic: Quando Eu Te Encontrar (Adaptada) | Tema: Vondy

Se alguém tentasse pegar sua mala ele estaria ferrado, porque não estava nem aí para ela. Sua mão a segurou por trás do pescoço e ele lhe deu um beijo de parar o transito na frente do hotel. A saudade era uma droga e ele queria muito beijá–la. Ele nem pôde se arrepender por essa demonstração súbita de afeto porque ela se agarrou à cintura dele e cerrou os olhos, beijando–o como se fosse a última vez. Ou melhor, a primeira vez em duas semanas que, duas pessoas que não pararam de pensar uma na outra, finalmente se beijavam. Duas malditas semanas pareciam dois meses amaldiçoados e demorados. Christopher não sabia se odiava ou se regozijava por esse sentimento estranho. E Dulce estava aterrorizada não só com a alegria e seu coração acelerado, mas toda a mistura de sensações. Por que ela estava sentindo isso?

 – Você é doido – ela disse, ainda ofegante do beijo. – E se eu não tivesse atendido, você ia ficar ou voltar?

 – Acho que ia acabar no centro de Baltimore, só pra olhar e tentar ligar. E depois ia voltar, o que mais eu faria? – ele não parecia estar se importando com a possibilidade de ter dado errado. Só se importaria se o problema fosse ela não querer vê–lo e pelo menos até agora, esse não parecia o caso. Ela se segurou à camisa dele e encostou o rosto contra seu peito, ainda pensando nas chances daquilo.

– Foi um impulso – ele acabou dizendo.

– Você costuma sair por aí seguindo seus impulsos? – ela voltou a olhá– lo.

– Não. Geralmente não.

Dulce ocupou–se com o tecido da camisa simples que ele usava. Ela não estava realmente prestando atenção nisso, estava só segurando-o entre os dedos enquanto pensava e aproveitava o conforto dos braços dele.

– Eu adorei te ver novamente, Sr. Super Ocupado.

 Christopher olhou para baixo, divertindo–se com o pedacinho de tecido de sua camisa que ela ficava mexendo e depois a olhou, esperando que ela o olhasse novamente.

 – Eu também adorei revê–la – ele disse, quando ela o olhou. – Eu só espero que não esteja me dizendo isso porque vai me deixar.

 – Não! – ela deu um passo para trás e o pegou pela mão, levando–o para o hotel onde ele ficaria. – Eu tenho tempo suficiente pra você me conseguir um suco de laranja e me dizer o quanto ficou ocupado essas duas semanas.

Eles haviam entrado no hotel, mas Christopher parou, franziu o cenho e puxou–a de volta para perto dele, enquanto a olhava daquela forma séria e inquiridora que em pouco tempo com ele, Dul já reconhecia. – Já comeu hoje, Christopher? Ele continuou olhando-a sem saber se aquela cara que ela fazia era por causa da pergunta ambígua ou porque ainda estava se divertindo por ele ter resolvido ir até lá. Dulce sorriu e tocou o queixo dele com os dedos, acabou segurando sua mandíbula e acariciou fazendo aquele franzido sumir da testa dele. Ela o achava lindo, ele nem devia poder ser tão atraente porque não só era sacanagem com o resto da humanidade, mas principalmente com garotas como ela que cruzavam o caminho dele. E depois de passar um tempo com Christopher, a pessoa fazia o quê? Aposentava eternamente suas chances de ter outro encontro? Porque sinceramente... Ainda assim, todo mundo tinha seus pontos mais marcantes. E ela achava que ele tinha muitos, mas tirando a cor turquesa dos seus olhos e isso porque ela era uma garota que amava cores, a mandíbula dele era um dos traços mais atraentes que ela já colocara os olhos. Ela quase caiu dura na primeira vez que ele levantara bem o rosto lá naquela festa. Ou quando ficou olhando-o de perfil. Até então achava que nunca mais veria a cara dele. Agora que ela até já beijara seu queixo e fizera o caminho do seu rosto com os dedos algumas vezes, não ficara menos atraente. Mas a diferença é que podia tocar.

– Não o suficiente – ele disse.

– Ótimo! Aqui dentro vende bolos deliciosos.

– E você adora doces?

 – Só bolos, macarons, mousses e outras sobremesas trabalhosas e saborosas.

Ele ficou sorrindo enquanto fazia check in e pouco depois ele tinha lhe comprado um pedaço de bolo que ele escolhera para ver se acertava. Ela havia adorado porque ele escolheu o bolo mais colorido e apetitoso que viu, era um napolitano com biscoito de chocolate.

– E por que você não vai almoçar comigo? – ele perguntou.

– Minha avó. Vem almoçar comigo.

 – E sua mãe nunca te ensinou a não comer a sobremesa antes do almoço?

 Dulce ficou comendo seu bolo por um momento e um sorriso foi aparecendo na sua face. Christopher já estava começando a reconhecer as nuances dos sorrisos dela junto com suas expressões.

– E você sempre deixa a sobremesa pro final? – ela perguntou, lançando–lhe um olhar sacana demais para ele resistir.

 – Não quando posso evitar.

– Viu?