Fanfic: Quando Eu Te Encontrar (Adaptada) | Tema: Vondy

Foi difícil para Dulce conseguir se arrumar dignamente e sair de casa sem ter que explicar à sua avó, sua mãe, Cherry, três tias, quatro primos e sabe–se lá mais quem, para onde ela estava indo. Ela teve que usar Rose pra ajudá–la a sair pelo jardim. Nos finais de semana, todo mundo aparecia na casa, porque a família toda morava ali em Baltimore e sua casa ficava bem no meio do círculo familiar. Ela não sabia o que Christopher tinha dentro daquela mala, mas ele estava no saguão, andando e um tanto impaciente, com um paletó azul escuro de corte informal, uma blusa branca com o colarinho aberto, calças e sapatos escuros. O cara devia ser expert em mala rápida, mas também alguém que vivia viajando tinha que ser. E ela ainda estava em dúvida se seu vestido burgundy de corte justo estava lhe favorecendo. Rose até dissera “esse cara deve valer muito a pena pra você ter colocado isso”. Ele valia. Pelo tempo que fosse, mesmo que só por hoje, ele valia muito a pena. E pelo jeito que ele a olhou, Dulce esqueceu completamente o que ela achava do vestido. Christopher com certeza estava achando perfeito, porque você simplesmente não podia fingir um olhar daquele. E ela nunca havia se sentido tão desejada na vida. Num sentindo bem feminino de ser.

 – Nós vamos ser presos, Dulce – ele havia dito, quando chegaram perto do restaurante dentro do hotel.

– Por quê?

Ele se virou para ela, depois desceu o olhar por ela e por aquele maldito vestido que deixava todas as curvas que ele queria acariciar, apertar e beijar bem delineadas, como uma vitrine feita para sua tortura. E depois ele a encarou.

 – Nada disso – ela disse, mas quis rir.

– Antes de entrar lá, então? – ele sugeriu.

 – Não, eu quero ter o prazer de te deixar em agonia o jantar inteiro – ela respondeu, adorando isso. Ele pendeu a cabeça e conseguiu fazer uma cara de sofrimento genuíno. Dulce se aproximou e lhe deu um beijo rápido e depois mais alguns seguidos, sem deixar se aprofundar, mas ele obviamente a seguiu, mesmo quando ela deu alguns passos para trás, até que ele a capturou e beijou de verdade. Christopher só parou porque ela estava sorrindo contra os lábios dele o que lhe causou o mesmo efeito. Mas ele ainda queria muito ficar sozinho com ela e beijá–la por horas. Foi um pouco tarde que Dulce percebeu que Christopher não era o tipo que te encantava, ele te arrebatava, sem volta. Ela havia descoberto que ele era naturalmente intenso, mas estava acima do seu normal. O jeito como a tocava e segurava e beijava, aproveitando cada pedacinho, cada segundo do beijo. Ele não parecia só ter sentido sua falta, parecia ter morrido de saudade. Ele era um pouco demais para os seus sentidos, não apenas a sobrecarregava, a assustava também. Mas ela não ia recuar agora. Nos quarenta minutos que eles gastaram comendo e conversando, enquanto flertavam e não viam absolutamente nada que acontecia à sua volta, os dois se comportaram bem. Só que, uma hora depois do jantar e da pretensão de dar uma volta, algo que acabou sendo como aquela “volta” que eles deram quando saíram do café lá em D.C., Dulce conheceu a suíte dele. Na verdade, a primeira coisa que ela viu foi a parede ao lado da porta onde ele a imprensou, abriu o zíper nas costas do tal vestido e só depois bateu a porta. Vale dizer que ele abria um zíper como ninguém, foi todo só em uma puxada.

– Pensei que ia rasgar – ela disse quando ele a virou de frente.

– Hoje não, vou só arrancar.