Fanfic: Quando Eu Te Encontrar (Adaptada) | Tema: Vondy

Quando Christopher dizia que estava ocupado, não era porque ia trabalhar o dia inteiro e ter uma folguinha no almoço. Ele não conseguia respirar. Dormir era algo que ele tinha seis horas para fazer porque ou apagava ou morria. Tudo na sua vida acontecia rápido demais. O GW estava indo rápido demais, seu novo cargo estava indo rápido demais, seus dramas familiares estavam rápidos demais e agora ele estava indo rápido demais com uma mulher. Seus sentimentos estavam não só indo mais rápido do que ele podia lidar, mas também estavam embaralhados. Ele devia continuar com isso? Tinha futuro? Cabia na sua agenda? Valia a pena? Dulce valia a pena, ele a queria. Mas ela estava disposta a entrar no mundo dele? Ia conseguir acompanhá–lo e suportar toda a merda que viria junto? E o mais importante, ele podia mantê–la, apesar da vida secundária que levava? Porque não bastava estar ocupado demais sendo o novo presidente do GW. Christopher  vinha com um pano de fundo, negro e sombrio. E essa parte de sua vida não aceitava companheiras. Ele não entendia nada de relacionamentos, mas até onde ouvira dizer, mantê–los cheios de segredos costumava estragar tudo. Se havia algo que Christopher tinha na vida, eram segredos. E não estamos falando de segredos empresariais do GW.

 – Eu acho que posso – disse Dulce ao telefone.

 Às vezes ele até parecia ser um robô, talvez fosse movido a energético, era coisa demais para fazer num dia, todos os dias, toda semana, todos os meses. Segundo sua família e sua tia, que tinha deixado o cargo que ele ocupava agora; depois do primeiro ano, melhorava. E o GW estava num momento de reestruturação, assim que passasse, melhoraria. Péssimo momento para entrar num relacionamento, não é? Especialmente um relacionamento com uma garota que definitivamente não era o tipo que concordava fácil, tampouco parecia uma boneca fácil de manipular. E que estava ocupada numa faculdade que ficava em outro Estado e sua casa também era em outro Estado. Não se engane, se ela fosse fácil e manipulável ele já não estaria com ela, mas fazia parte da lista de dificuldades. Isso e o fato de que ela era muito desconfiada, cautelosa demais com sentimentos para uma mulher tão jovem. Christopher sentia que ela ainda não colocava segurança neles. E ele podia culpá–la?

 – Na sexta-feira à noite? – ele perguntou, no intervalo de suas garfadas.

– Sim, eu saio da aula, pego minha mala e o voo.

Na verdade a contagem já estava em três meses e meio. E ele não podia negar que era cansativo, porque quando podia descansar, acabava viajando de novo, para vê–la. Mas ele podia fazer o que quisesse, ela não. Agora Dulce tinha novas funções no estágio, mais condizentes com alguém prestes a entrar no último ano. Mas isto às vezes ocupava seus finais de semana. E ela precisava fazer seus trabalhos da faculdade. Por isso, ele se dispunha a viajar.

– Eu vou mandar alguém buscá–la – ele disse.

– Não precisa.

– Tudo bem, posso mandar assim mesmo?

– Ok.