Fanfic: Alene Urquard - A Bruxa | Tema: Harry Potter

Alene olhava pela janela acenando para os pais que iam sumindo ao longe, ela sentiu uma tristeza porque iria ficar meses sem os ver, mas ainda sentia a felicidade de finalmente estar naquele trem. Então após seus pais sumirem depois de uma curva, ela se virou e foi caminhando pelo corredor estreito do trem, vendo as outras crianças entrando nas pequenas salas e conversando alegre. Então Alene percebeu que não conhecia ninguém ali e ela era demasiada tímida para ir se sentando em uma sala com outras pessoas sem ser convidada, chegando até em pensar na possibilidade de ficar ali nos corredores até chegar em Hogwarts, para não ter que passar vergonha em ter que pedir sem jeito para entrar em uma das salinhas. Ela então estava caminhando pelo corredor e, ao passar pela quinta sala, ouviu uma voz masculina:

- Hmmm, olha que belezinha! - Uma voz masculina surgiu quando ela ouviu a porta da salinha a sua direita se abrindo. - Está sozinha? Por que não vem se sentar aqui conosco?

Alene olhou um pouco assustada pela repentina situação, viu um garoto parado na porta, com o braço esticado para dentro da sala, convidando ela a entrar. O garoto era alguns palmos maior que ela, tinha cabelos marrons, olhos verdes e sorria de um jeito malicioso, tinha um corpo um pouco maior pra sua idade, mostrando que ele praticava esportes.

- Isso Lian,  boa ideia. - Uma segunda voz falou, de um garoto moreno sentado mais ao fundo no sofá. - Vem aqui, garota, te fazemos companhia na viagem toda. - E um terceiro garoto, de cabelos loiros deu um risinho.

Alene segurou a varinha, que estava na sua mão direita, com força e pensou em jogar uma azaração em todos aqueles meninos, mas respondeu:

- Desculpe, mas prefiro estar em qualquer outro lugar nesta viagem, do que ai dentro. - Sua voz saiu bem mais rígida que ela esperava.

- Ah, como assim?. - O garoto saiu pra fora, se aproximando dela enquanto sorria. - Venha, vai ser divertido, vamos nos divertir bastante.

Alene tinha começado a levantar a varinha quando ouviu uma voz conhecida:

- Desculpe, mas ela já está conosco, por que não vão atormentar outra garota ou se jogarem do trem, que seria mais produtivo?

Alene olhou para trás e, para sua surpresa, se deparou com a garota loira que encontrara na loja de roupas. E sem esperar a resposta de Lian, a garota puxou Alene para longe e a arrastou para uma sala vazia, que as duas se sentaram.

- Francamente, sabe, até aqui temos que aturar isso! - A garota voltara a falar como se não precisasse respirar entre as palavras. - Achava que em Hogwarts não teríamos nada disso, mas parece que temos pessoas assim até no mundo bruxo, ainda bem que eu estava lá, aqueles garotos pareciam mesmo insistentes, ah, não nos apresentamos ainda, me chamo Lili, Lili Boust, prazer! - E entendeu a mão para Alene.

- E-Eu me chamo Alene Urquard. - E apertou a mão de Lili timidamente.

- Eu vi você levantando sua varinha! - E Alene viu a garota pegando a própria varinha, uma varinha cinza com uma empunhadura preta.- Você sabe algum feitiço? Sabe, eu tenho treinado, mas eu só sei uns três. - E girou a varinha no ar. - Aprendi Alohomora para entrar na cozinha escondida a noite, aprendi que posso usar magia em casa sem problema, li em um livro que como tem bruxo em casa, não da pra saber se fui eu que usei.

- Sério? - Alene olhou pra ela intrigada. - Meus pais sempre disseram que era proibido e que o ministério saberia que era eu.

- Bem, eles devem querer que você siga a lei, assim como o meu pai, que falava pra mim a mesma coisa. - E imitando uma voz masculina. - “Lili, não pode usar magia fora de Hogwarts, o ministério proíbe e você seria expulsa.”

Alene riu da imitação muito boa de Lili.

- Bem, aprendi alguns feitiços e azarações, mas estou treinando um que comecei a pouco tempo e que não o aperfeiçoei completamente. - Então pegou a varinha e olhou fixo pra ela. - Lumus! - Uma pequena luz surgiu na ponta de sua varinha, mas que logo apagou. - Viu? Ainda não sei esse completo.

Lili sorriu e olhou pela janela. - Sabe, nem vejo a hora de chegarmos e formos escolhidos para nossa casa, meu pai era da Grifinória, eu espero ser de lá também, papai sempre falou bem de lá, mas tanto Corvinal ou Lufa-Lufa não seria ruim.

- Minha mãe era da Sonserina. - Alene já ouvira falar da má reputação desta casa. - Acho que lá não seria ruim, mesmo que todos pensem o contrário. - Porém Alene falava em tom cordial, para não passar a impressão que estava brava por Lili descartar Sonserina.

- Ah, É, claro. - Lili sorriu para ela e voltou a falar sem pausas. - Essa casa não é de todo ruim, já ouvi falar de pessoas que foram de lá que eram boas.

Alene realmente tinha que prestar atenção em Lili quando ela falava, pois facilmente dava para se perder no meio das enxurradas de palavras que saia da boca de Lili.

- Papai foi de Corvinal, mas ainda não decidi que casa é minha favorita. - Alene comentou nas raras pausas de Lili.

Então ouviram um carrinho passando no corredor e uma bruxa gorda e idosa parou na porta delas.

- Doces, garotinhas? - Perguntou a bruxa sorridente.

- Ah sim, por favor! - Alene pulou prontamente, querendo doces de qualquer jeito para aliviar a ansiedade.

- Eu também quero! - Lili saltou do sofá e se aproximou do carrinho.

Então as duas estavam com vários doces espalhados pelos sofás e os comendo felizes, Alene comeu alguns feijõezinhos de todos os sabores que tinham sabor de menta, chocolate, lama e por ultimo, quando desistiu, gato molhado. Então abriu um sapo de chocolate, o comeou e pegou a figurinha que vinha.

- Ah, tirei outra do Harry. - Olhou desapontada. - Queria tirar Godrico ou o Salazar, eles estão faltando na minha coleção.

Alene olhou então o verso da figurinha, que na frente tinha a foto de um Harry Potter sorridente na frente, atrás da figurinha tinha um breve resumo:

Harry Potter, atualmente auror para o ministério

Conhecido como “O Eleito” ou “O Garoto que Sobreviveu”, foi a primeira pessoa a sobreviver a uma maldição da morte e posteriormente responsável pela morte de Lorde Voldemort. Após a vitória se tornou chefe do aurores do ministério e um dos maiores nomes do mundo mágico.

- Você quer? - Ofereceu a figurinha para Lili, mas a garota já mostrava outra igual. - Ah…. - E jogou a figurinha em um canto.

Com o tempo, a paisagem foi se tornando mais selvagem, com longas arvores e rios pelo caminho, ficando quase a noite. As duas garotas continuavam a conversar sobre suas famílias e sobre oque esperavam da escola, desejando que o trem não demorasse tanto para chegar.

- Bem… - Alene olhou pela janela.- Acho melhor nos trocarmos, parece que chegaremos a qualquer momento.

Então as duas garotas saíram da sala e após alguns minutos voltavam com as vestes pretas com simbolo de Hogwarts, o chapéu preto na cabeça, ajeitando a saia preta com a meia-calça também preta e com o tamanco preto.

- Bem… Estamos prontas. - Alene disse alegremente.

Após um tempo, o trem soltou um grande apito e começou a parar em uma estação, as garotas se espremeram junto das outras crianças e saíram do trem, sem saber oque fazer, olharam em volta, até verem um homem muito grande, maior que qualquer pessoa que elas ja viram. Seu rosto era quase tampado pelos cabelos e barbas pretos, sua voz, porém, era mais gentil do que ela imaginaria ser.

- Crianças do 1º ano, venham comigo! - O homem gigante chamava com uma lampada na mão, iluminando um caminho que ia pelo lado.

As duas garotas foram seguindo a voz, até estarem juntas apenas de crianças de suas idades. Eles seguiram o homem por um caminho estreito e após alguns minutos o homem disse:

- Vocês verão Hogwarts a qualquer momento. - E olhou por cima do ombro. - Após essa curva!

Um grande “Ooooh” foi ouvido da boca de todas as crianças, eles se viam na beira de um grande lago com vários barquinhos, com uma lâmpada presa em cada. Em cima de um penhasco, do outro lado do lago, havia um castelo enorme, com varias torres e janelas iluminadas por luzes que vinham lá de dentro. Alene e Lili entraram em um barco, que, junto delas, entrou mais dois garotos.

- Todos acomodados? - Gritou o homem gigante, que tinha um barco só para si. - Então... VAMOS!

Todos os barquinhos tomaram impulso ao mesmo tempo, deslizando pelo lago se aproximando do castelo, enquanto todas as crianças mantinham os olhos fixos no castelo.

- Abaixem as cabeças! - Gritou o homem quando os primeiros barcos chegaram ao penhasco e todos obedeceram, passando por uma cortina de hera que ocultava uma passagem na face do penhasco. Foram seguindo por um túnel escuro que parecia seguir por debaixo do castelo e chegaram em um lugar que parecia um cais subterrâneo e desembarcaram subindo pedras e seixos, seguiram por uma abertura na pedra, chegaram em um gramado fofo que ficava atrás do castelo e subiram uma escadaria até uma grande porta de madeira.

- Todos estão aqui? - O homem barbudo olhou para eles, conferindo, então virou e bateu na porta três vezes.