Fanfic: A Sereia(adaptada) | Tema: Vondy
Ambas eram de Christopher. A primeira era óbvia.
Ei, para onde você fugiu? Está tudo bem?
Em seguida:
O meu problema é o seguinte: só ganhei um dos dez quilos que deveria ganhar no meu primeiro ano de faculdade. Que tal se você me ajudar e a gente tentar fazer brownies da próxima vez?
Nenhuma menção de se sentir dispensado. Até mandou uma carinha feliz! Era possível que eu tivesse esbarrado na pessoa mais simpática do planeta? Um cara como ele era tão mítico quanto eu.
— Uckermann — sussurrei para a noite. — Christopher Uckermann.
Era tão prazeroso dizer em voz alta quanto eu imaginava.
Voltei a olhar para o celular. Meus dedos pairavam sobre a tela. Fiquei com vontade de responder, de pedir desculpas ou de talvez explicar por que saí tão de repente. Mas eu sabia que se mandasse uma mensagem agora mandaria outra depois.
Desliguei o aparelho e inseri a chave no contato para acender o relógio no painel.
Fiquei observando o horário. Quando se passaram vinte e nove minutos, senti um nó no estômago. Eu não fazia ideia de onde iria. Era quase obrigatório ir para alguma praia, já que nunca sabíamos quando poderia haver uma emergência, e eu gostava de poder conversar com Ela de tempos em tempos. Mas agora era o momento de escolher.
Engoli em seco e girei a chave.
No exato momento em que o motor ligou, o rosto sorridente de Maite apareceu na janela do passageiro.
— Você abre o porta-malas pra mim? Tinha mais material de pintura do que imaginava.
Fiz o que ela pediu, sentindo o peso da culpa dobrar. Eu tinha dito poucas horas antes que discutiríamos a próxima mudança, mas logo depois a obriguei a arrumar as malas em meia hora.
Ela sentou no banco da frente e começou a arrumar o cabelo num coque desgrenhado.
— Não sei por quê, mas pensei que tinha alguma coisa especial acontecendo com você, que estava ficando confortável aqui. Acho que interpretei completamente errado.
— Você só tem dez anos a menos do que eu — disse com a voz suave. — Sabe que esta vida cobra seu preço. Não consigo me estabelecer. Eu tento, juro.
— Eu sei — ela disse, tocando meu joelho. — Você passou décadas ao nosso lado enquanto nós duas vagávamos livres por aí. Se agora precisa de uma temporada de sossego, vamos ficar do seu lado também.
Revirei os olhos.
— Parece que é só você. Uma fração de segundo depois, ouvi o porta-malas bater e Anahí subiu no banco de trás.
— Mandei um e-mail para o dono da casa e deixei dinheiro para o caso de precisar fazer uma limpeza. Vamos. — Ela cruzou os braços e colocou óculos de sol, embora estivesse escuro.
Eu não disse nada, mas sorri comigo mesma. Minhas irmãs me amavam.
Dirigi o caminho todo. Depois de três horas, Anahí assumiu o controle da música. Depois de seis horas, vimos o sol nascer. Depois de dez, estacionamos em Pawleys Island, na Carolina do Sul, e descobrimos uma imobiliária que alugava casas de praia.
Como era baixa temporada e éramos “lindas de morrer”, o corretor não questionou três garotas mudas nem nossos maços de dinheiro.
Ao meio-dia, já estávamos instaladas numa casa pequena e cinza no fim da praia. O local era sossegado, com uma fileira de casas de verão vazias à esquerda e nada além de areia e mato até onde a vista alcançava à direita. Perfeito para entrarmos na Água e longe o bastante do centro da cidade para que não precisássemos ver uma alma sequer se não quiséssemos.
— Que exótica! — Maite exclamou admirada. — Posso ficar com um dos quartos com vista para o mar?
— Por mim tudo bem. — Anahí soltou as malas no meio da sala. — Certo, então este aqui é o nosso lar agora — ela disse enquanto observava com desgosto as cortinas floridas e os tapetes tecidos à mão.
— Só por enquanto — prometi. — Não vamos ficar para sempre.
Ela chegou perto e me abraçou.
— Vou aproveitar ao máximo. Por você. Talvez aprenda a tricotar. — Joguei a cabeça para trás e a encarei. — Que foi? Eu disse talvez.
— Obrigada por ter vindo.
Ela soltou um suspiro.
— Eu não tinha opção. Maite é como se fosse parte de mim, e eu sabia que ela não ia querer deixar você vir sozinha. E eu também preciso de você. Eu amava Miami, mas não tanto quanto amo vocês duas.
— E eu também amo. Estaria perdida sem vocês.
— Ah! — ela exclamou de repente e desfez nosso abraço. — Filmes!
Atrás de mim, havia uma parede cheia de filmes para entreter os hóspedes em dias de chuva. Anahí adorava filmes e programas de TV, então talvez aquilo a acalmasse. Por ora, pelo menos.
Lancei um olhar pela ampla janela da frente até a Água. Primeiro ia me adaptar à nova vida, depois iria até Ela.
Maite arrastou a cama e a cômoda para fora do quarto para transformá-lo num estúdio.
— Luz fantástica! — repetia o tempo todo. — Maravilhosa!
Anahí reclamava que seu quarto não tinha sequer metade do conforto do quarto na Flórida, mas que tentaria dar um jeito na situação com edredons novos e almofadas e um mosquiteiro fino que comprara para cobrir a cama. Cheguei até a passar a TV do meu quarto para o dela num gesto de agradecimento, e minha irmã pareceu satisfeita com a arrumação depois de uns dias.
Peguei o outro quarto com vista para a Água e A observava. Não sabia o que estava esperando, mas demorei para reunir forças. Por fim, depois de uma semana na casa nova, dei meus primeiros passos pela areia até o mar.
— Ah! Você se mudou?
— Mudei — pensei. — Estava difícil para mim na cidade. As outras estão comigo.
— O que era tão difícil? Balancei a cabeça e comecei a chorar.
— Tudo.
Senti a preocupação dEla crescer e observei a praia de ponta a ponta. Era final de outubro, e o frio do outono estava no ar. Ninguém apareceria na praia do nada. Corri para Ela, triste e assustada.
— Não consigo acompanhar seus pensamentos — Ela disse. — Você precisa ir devagar.
— É que estou tão confusa — admiti. — Por que sou a única a ter pesadelos? Até quando estou acordada essas coisas me assombram. E por que tenho tanto medo dos humanos? Como Belinda é capaz de viver sozinha sem enlouquecer? Por que você me escolheu, afinal? Estou tão confusa, tão cansada…
— Você está pensando demais. Uma pergunta de cada vez. Vamos repassar tudo isso.
Bati no peito com o punho, acusando meu corpo de fracassar.
— Já tive oitenta anos para me adaptar e nunca consegui. Estou com defeito?
— Vamos começar por aí. Não, você não está com defeito. Talvez seja a sereia mais leal e fiel que já tive.
Autor(a): leticialsvondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 57
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anne_mx Postado em 06/10/2022 - 22:45:17
Que fanfic linda, uau, o amor da água pela Dulce e o amor da Dulce pela água e pelo Christopher é lindo, ainda que parece algo meio que fora de órbita mas foi uma história linda e foi lindo ver a entrega das amigas para com a Dul, obrigadaaaa <3
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jucinairaespozani Postado em 02/07/2016 - 12:35:11
Amei *---* é uma história perfeita, vou correr para a outra fic já kkk
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millamorais_ Postado em 02/07/2016 - 00:13:59
Ameiiii, menina onde vc encontra no essas lindezas? XD parabéns gatinha. Próxima fic? Estarei lá com certeza
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Luana Postado em 01/07/2016 - 23:17:53
Adorei o final! Cheguei até chorar. Parabéns por mais uma adaptação! Amei! Amei! Amei!
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jucinairaespozani Postado em 30/06/2016 - 02:12:48
Posta mais
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jucinairaespozani Postado em 30/06/2016 - 02:12:27
Continua meu aniversário ta longe kkk eu to desesperada aqui kkk
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jucinairaespozani Postado em 28/06/2016 - 12:11:15
Você está resumindo ou colocando todos os capítulos e páginas do livro? Posta mais, eu vou ganhar o livro então tô me controlando pra não comprar kkkk mais meio que li o "final" por alto, to desesperada aqui, posta mais logo por favor
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millamorais_ Postado em 28/06/2016 - 00:22:27
Muito suspeito, muito suspeito mas uma coisa é certa, o amor cura tudo, o amor tudo pode, tudo supera. Acredito que a água já começou a entender o que realmente está acontecendo mas egoísta como é prefere fingir que não... Gatinha quantos capítulos tem essa história? Só pra mim ter uma noçãozinha de quanto tempo vou ficar com essa dorzinha no peito sem saber ao certo o final kkkkk continuaaaaa
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Luana Postado em 28/06/2016 - 00:12:35
Ah meu Deus! Estou preocupada com os dois! Espero que eles fiquem melhor. Continuaaa <33
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jucinairaespozani Postado em 26/06/2016 - 03:36:18
Acho que a Dul esta começando a perder os poderes, então posso imagina que isso seja bom = talvez o amor que ela tem por Christopher estaja fazendo ela mudar. Espero que ele não morra, posta mais