Fanfics Brasil - Capitulo 14 (PARTE 2) A Sereia(adaptada)

Fanfic: A Sereia(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 14 (PARTE 2)

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Vou ficar bem, escrevi. Só estou meio perdida por enquanto.


Fechei as mãos, pensativa, enquanto Julie lia o que eu tinha escrito. Eu sabia o que queria, mas não sabia como pedir. Christopher voltou, distribuiu as xícaras de café e depois começou a ler minha resposta por cima do ombro de Julie.


— E se ela ficasse com a gente? — Christopher perguntou.


Julie levantou o olhar para ele, atônita, e Ben franziu a testa.


— Não sei se é uma boa ideia — ele sussurrou, como se minha mudez também me tornasse surda. — Não fico muito confortável com uma estranha em casa.


— Mas ela não é estranha — Christopher disse. — Eu falei para Julie. A gente se conhece da faculdade. Olha, eu até… — Ele pegou o celular e começou a batucar na tela. — Viu? Esta aqui é ela.


Quase tinha me esquecido da foto que mandara para ele, aconchegada e meio escondida na cama.


Ben fez uma careta, concordando que se tratava da mesma garota. Enquanto o ceticismo dele ainda era evidente, Julie amoleceu.


— Tem certeza de que vai ficar bem aqui? — ela me perguntou. — Não tem outro lugar em que você deveria estar?


Me sentia incrivelmente constrangida por me convidar para ficar na casa deles, mas não via outra opção àquela altura. Não podia sair andando no meio da noite como se nada tivesse acontecido, e não podia deixar que eles me entregassem para um policial ou paramédico.


E era altamente improvável que eu tivesse a chance de passar uma noite sob o mesmo teto que Christopher de novo.


Fiz que não com a cabeça. Gostaria de ficar, se vocês não se importarem. Só por uma noite.


Ela franziu a testa de preocupação, claramente apreensiva, mas assentiu.


— Se isso é tudo que podemos fazer por você…


Me senti frágil e vulnerável, assombrada pelo que tinha feito no mar, mas olhei para Christopher e sorri. 


Depois de uma discussão sobre onde eu ficaria, Julie decidiu que era melhor eu dormir no quarto de hóspedes e tratou de preparar o sofá-cama e me trazer um pijama. Fiquei grata por vestir algo que não tivesse sido feito pela Água, embora a roupa fosse um pouco grande.


— Tem mais cobertor no armário se você precisar. É primavera, mas pode fazer frio por aqui. Não sei se você é da Flórida ou não, mas… enfim, é isso. — Julie gaguejou e preencheu o silêncio desconfortável com palavras. — Também deixei um copo e uma escova de dentes nova pra você no banheiro de baixo. Se precisar de mais alguma coisa, é só me avisar.


Fiz que sim com a cabeça, grata pela bondade dela. O melhor favor que Julie me fez foi me dar tempo, mas o fato de ela pensar em dezenas de outros detalhes me fez gostar muito dela. Ela assentiu e pôs as mãos na cintura.


— É meio estranho, né? — ela comentou, gesticulando para nós e depois para o quarto.


Abri um sorriso constrangido e concordei.


— Bom, estranhezas à parte, pode ficar aqui o quanto precisar. Qualquer amigo de Christopher é nosso amigo também. E não vimos muitos ultimamente — ela reconheceu, triste. — Então você é uma mudança bem-vinda.


Julie sorriu, e tive a sensação de que nós estávamos do mesmo lado, pelo menos por enquanto, o que me fez gostar ainda mais dela.


— Vou deixar você se preparar para dormir. Boa noite.


Quando ela fechou a porta, olhei pela janela ampla que dava para a Água. Ela estava me chamando.


— Onde você está? Você está bem?


Revirei os olhos. Não era como se eu fosse morrer. Ela sabia disso. Então A ignorei e vesti o pijama de Julie, dobrando as pernas da calça.


Saí do quarto e dei com Christopher no sofá, também de pijama. Fiquei tão feliz por vê-lo à minha espera.


— Ei! — ele disse, levantando. — Tem comida se você quiser.


Fiz o sinal de “não”, esquecendo que ele não sabia a língua de sinais. Mas ele lembrou do gesto do nosso encontro e continuou.


 — O.k. Quer ver um pouco de TV? Se estiver cansada, pode ir direto pra cama, mas acho que eu vou ficar um tempo aqui.


À luz do abajur, notei sombras sob os olhos de Christopher. Ele parecia bem mais velho do que seis meses antes, mas a mesma solidariedade terna brilhava em seu olhar.


Eu não podia ficar, lembrei a mim mesma. Eu teria que partir pela manhã, voltar para minhas irmãs. Aquele seria meu último dia com ele. Eu não queria ir para a cama; queria passar cada momento que pudesse ao lado de Christopher. Talvez eu pudesse fingir, ao menos por aquela noite.


Assenti, e sentamos juntos no sofá. Me encolhi no canto, abraçando os joelhos; a intenção era esconder meu corpo, já que me sentia insegura demais com as roupas de Julie. Christopher entendeu errado e achou que eu estava com frio. Ele pegou um cobertor de trás do sofá e o estendeu sobre mim. Mal se deu conta do que tinha acabado de fazer, apenas ajeitou o cobertor e pegou o controle remoto para aumentar o volume.


O canal com certeza era focado em esportes, e a competição do momento envolvia homens gigantes em roupas apertadas.


Christopher notou minha expressão confusa e riu.


— É um concurso de força. Morro de rir com isso. Assistimos aos homens carregarem geladeiras, erguerem pedras enormes e virarem pneus gigantes em corridas estranhas. Boquiaberta, eu observava as provas ficarem cada vez mais bizarras. Quando vi um homem empurrar uma carreta completamente parada até ela começar a se mover, já estava apontando para a tela, sacudindo o dedo como louca. Eu não conseguia acreditar que um humano pudesse ser tão forte!


— Eu sei, eu sei! — ele exclamou. — É loucura!


Concordei, com um sorriso bobo no rosto. Assistir TV nunca tinha sido tão normal.


Depois de algumas provas, Christopher baixou o som. Parecia nervoso e, dividindo os olhos entre mim e o aparelho, começou com as perguntas.


— Você passou bem? Desde outubro?


Ele me entregou o papel e a caneta de novo, mas a resposta era uma daquelas coisas que não podiam ser traduzidas em palavras.


Balancei a cabeça para os lados na tentativa de dizer um “mais ou menos”.


— Fiquei nervoso quando você sumiu que nem um fantasma — ele explicou, abrindo os dedos de repente como se eu fosse um lampejo de fumaça.


Mais uma vez, eu não tinha o que comentar. Christopher se ajeitou no sofá e por fim se virou o máximo possível para me encarar.


— Tudo bem, sei que você está, tipo, presa aqui esta noite, então talvez seja injusto perguntar, mas preciso saber. Fiz alguma coisa de errado?


Fiz um não convicto com a cabeça.


— Tem certeza? Porque pensei que a gente estava tendo uma noite ótima, e então você sumiu, e repeti aquele encontro várias vezes na cabeça tentando entender o que eu tinha feito.


Soltei um suspiro e ajeitei o bloco de papel na mão. A caneta pendia no ar enquanto eu considerava minhas palavras.


Com certeza não foi você.


Ele franziu a testa.


— Então outra pessoa incomodou você? Sei que era um bando de loucos, mas…


Fiz que não de novo e apontei a caneta para o meu peito.


— Você simplesmente tinha que ir?


Fiz que sim, um pouco envergonhada.


Ele franziu a testa de novo.


— Então foi só você? Ninguém te obrigou a ir?


Engoli em seco. As regras da Água foram o motivo, e a natureza profundamente possessiva dEla não saía da minha cabeça, mas tinha sido ideia minha. Certo?


Depois de um momento de reflexão, ele apertou os lábios, como se armazenasse a informação.


— Sabe, tem outra coisa — ele disse em tom solene. — Você não me falou qual é a sua cor favorita antes de ir embora.


Abri um sorriso e balancei a cabeça com a pergunta boba.


Muitas, mas principalmente a cor do outono.


— A cor do outono… — ele repetiu devagar. — Tipo, quando parece que tudo está em chamas.


Só que tudo está morrendo! A morte nunca pareceu tão bela.


Ele riu baixo.


— Ótimo argumento. Já eu prefiro um bom azul. Talvez por ter crescido perto da água. Que mais? Ah, comida favorita?


Fiz uma careta. Bolo, óbvio.


— Ah, não acredito que não percebi! Aliás, uns meses atrás eu estava numa loja e vi como essência de amêndoas é caro. Devíamos ter cobrado pelas fatias!


Que nada! Fiquei feliz por compartilhar.


— Bom, talvez não devêssemos ter sido tão generosos. O pessoal ficou me enchendo o saco pedindo mais comida até o dia em que saí de lá. Isso só pra você saber que partiu o coração de todo o segundo andar da residência Jabbison Hall. Ficaram desolados com a perda do bolo.


Eu gostava do tom de brincadeira de Christopher. Meu medo era de que ele estivesse com raiva ou amargurado. Saber que ele praticamente só sentiu preocupação tornava fácil ficar ao lado dele de novo. Fácil demais.


— Ah, aqui vai uma boa. Acho que diz muito sobre uma pessoa. Cheiro favorito? 




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Autor(a): leticialsvondy

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Pensei por um instante. — Respondo primeiro, se você quiser. Eu adoro o cheiro de grama recém- cortada. — Levantei os dois polegares para ele pela boa escolha. — Ouvi dizer que o cheiro é na verdade uma tentativa de a grama avisar que está em apuros, o que me deixa um pouco triste, mas continua sendo muito bom. Peguei o papel. E ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 57



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  • anne_mx Postado em 06/10/2022 - 22:45:17

    Que fanfic linda, uau, o amor da água pela Dulce e o amor da Dulce pela água e pelo Christopher é lindo, ainda que parece algo meio que fora de órbita mas foi uma história linda e foi lindo ver a entrega das amigas para com a Dul, obrigadaaaa <3

  • jucinairaespozani Postado em 02/07/2016 - 12:35:11

    Amei *---* é uma história perfeita, vou correr para a outra fic já kkk

  • millamorais_ Postado em 02/07/2016 - 00:13:59

    Ameiiii, menina onde vc encontra no essas lindezas? XD parabéns gatinha. Próxima fic? Estarei lá com certeza

  • Luana Postado em 01/07/2016 - 23:17:53

    Adorei o final! Cheguei até chorar. Parabéns por mais uma adaptação! Amei! Amei! Amei!

  • jucinairaespozani Postado em 30/06/2016 - 02:12:48

    Posta mais

  • jucinairaespozani Postado em 30/06/2016 - 02:12:27

    Continua meu aniversário ta longe kkk eu to desesperada aqui kkk

  • jucinairaespozani Postado em 28/06/2016 - 12:11:15

    Você está resumindo ou colocando todos os capítulos e páginas do livro? Posta mais, eu vou ganhar o livro então tô me controlando pra não comprar kkkk mais meio que li o &quot;final&quot; por alto, to desesperada aqui, posta mais logo por favor

  • millamorais_ Postado em 28/06/2016 - 00:22:27

    Muito suspeito, muito suspeito mas uma coisa é certa, o amor cura tudo, o amor tudo pode, tudo supera. Acredito que a água já começou a entender o que realmente está acontecendo mas egoísta como é prefere fingir que não... Gatinha quantos capítulos tem essa história? Só pra mim ter uma noçãozinha de quanto tempo vou ficar com essa dorzinha no peito sem saber ao certo o final kkkkk continuaaaaa

  • Luana Postado em 28/06/2016 - 00:12:35

    Ah meu Deus! Estou preocupada com os dois! Espero que eles fiquem melhor. Continuaaa <33

  • jucinairaespozani Postado em 26/06/2016 - 03:36:18

    Acho que a Dul esta começando a perder os poderes, então posso imagina que isso seja bom = talvez o amor que ela tem por Christopher estaja fazendo ela mudar. Espero que ele não morra, posta mais


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