Fanfics Brasil - Capitulo 3 (PARTE 2) A Sereia(adaptada)

Fanfic: A Sereia(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 3 (PARTE 2)

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— Me preocupo com vocês — confessei antes de cruzar a sala para abraçá-las. — De verdade, às vezes tenho inveja por vocês terem… assimilado tudo tão bem. Mas me pergunto por quanto tempo vão conseguir fazer isso sem cometer um erro.


— Não precisa se preocupar — Maite garantiu. — As sereias têm feito isso ao longo de toda a história, e nós por acaso somos as melhores até agora. Até Belinda vive na periferia de uma cidade. O contato com humanos nos ajuda a manter a sanidade. Você não precisa se isolar para suportar esta vida.


Assenti.


— Eu sei. Mas não quero forçar meus limites. Ou os da Água.


Anahí não precisava dizer nada. Eu conseguia ouvir a opinião dela sem que pronunciasse.


— Por que não vamos ver Belinda? — Maite sugeriu. — Nunca chegamos a perguntar como ela lida com esta vida.


— Porque ela nunca está aqui — Anahí respondeu irritada.


Não víamos nossa quarta irmã desde a última vez que cantamos, e já fazia mais de dois anos que ela não vivia conosco.


— Pode ser uma boa ideia. Uma viagem curta — acrescentei para Anahí, que nunca teve muito carinho por Belinda, muito reclusa para o seu gosto.


Anahí assentiu.


— Claro. Não tem mais nada acontecendo mesmo.


Saímos pela porta dos fundos, onde uma pequena escadaria de madeira dava para um píer sobre a água. Jet-skis e pedalinhos estavam amarrados no píer de outras casas, mas não havia nada no nosso. O sol já estava baixo o suficiente para que ninguém nos visse entrar no mar.


As correntes dEla se agitaram para nos saudar, e uma sensação parecida com cócegas envolveu meu corpo quando afundamos. Relaxei na ternura do abraço dEla, que me acalmava.


— Você pode avisar Belinda que estamos chegando? — perguntei.


— Claro.


— Uhuuuu! — Anahí comemorou quando mergulhamos mais fundo e partimos. A velocidade arrancou suas roupas leves e ela abriu os braços para esperar seu vestido de sereia, o cabelo dançando atrás do corpo.


Quando nos movíamos desse jeito, qualquer veste terrena que usássemos se esvaía. A Água abria Suas veias e liberava milhares de partículas de sal que se fixavam no nosso corpo para criar vestidos longos, delicados e esvoaçantes. Eram maravilhosos e tinham todos os tons dEla — o roxo do recife de corais que nenhum olho humano jamais viu, o verde da alga que cresce na direção do sol, o dourado da areia escaldante na aurora —, sem nunca se repetir. Quase doía ver


os vestidos se desfazerem grão a grão, raramente durando mais do que alguns dias depois que A deixávamos.


— Você parece triste — vieram as palavras dEla apenas para mim.


— Andei tendo mais pesadelos — confessei.


— Você não precisa dormir. Vai ficar bem sem isso, você sabe.


Abri um sorriso.


— Eu sei. Mas gosto de dormir. Tranquiliza. Só queria poder dormir sem sonhar.


Ela não podia acabar com os meus sonhos, mas sempre me confortava da melhor maneira possível. Às vezes Ela me levava a ilhas ou me mostrava suas partes mais belas, fáceis de esconder dos humanos. Às vezes Ela sabia que cuidar de mim significava me deixar ficar longe. Nunca quis me afastar dEla por muito tempo, porém. Ela era a única mãe que eu tinha agora.


Parte mãe, parte carcereira, parte chefe… Era uma relação difícil de explicar.


Belinda veio nos cumprimentar nadando, e o vestido parcialmente formado flutuava em faixas ao redor do corpo.


— Que surpresa! — ela saudou, apertando a mão de Maite. — Venham.


Fomos atrás dela, contornando as placas de terra que se empurravam para emergir sobre a água como continentes. Nosso senso de geografia era um pouco especializado, pois sabíamos que alguns lugares eram cercados por rochas, outros por areia e outros por falésias. Sabíamos mais coisas de cor também, como os lugares onde nos encontramos pela primeira vez ou a localização dos navios que afundávamos, o que consistia num conhecimento peculiar das cidades-fantasmas no fundo do mar.


Acompanhamos Belinda até uma costa levemente recortada e a vimos levantar assim que a água ficou rasa o bastante.


— Não se preocupem — ela disse ao reparar na nossa tensão quando ela saiu do mar de forma tão descarada. — Estamos completamente sozinhas aqui.


— Eu achava que você morasse perto de uma cidade — Anahí disse ao pular as rochas arredondadas enquanto atravessávamos a praia.


Belinda deu de ombros.


— A distância é relativa.


Ela nos guiou até uma cabana antiga logo atrás das árvores da praia. Pitoresca, tinha sido construída sob alguns galhos pesados, que deviam refrescar o espaço no verão e o proteger da neve no inverno. Na frente havia um pequeno jardim repleto de flores e arbustos com frutinhas, e a forma como tudo florescia me deu a sensação de que, enquanto nós três estávamos ligadas apenas à Água, Belinda tirava forças de todos os elementos.


— Aqui é tão pequeno! — Maite comentou ao entrar.


Só havia um cômodo, que mal chegava ao tamanho da sala de estar da nossa casa na praia. Não havia muita mobília, só uma cama pequena e um banco ao lado de uma mesa.


— Acho aconchegante — Belinda disse ao botar uma chaleira num fogão antigo. — Legal vocês terem vindo. Colhi frutas frescas hoje e estava fazendo uma torta. Me deem quarenta e cinco minutos e teremos uma sobremesa magnífica!


— Estava esperando companhia? — Anahí perguntou. — Ou só estava sentindo um tédio incrível?


Não tínhamos muitos motivos para cozinhar. Não precisávamos de comida, e Anahí em particular podia ficar meses sem sentir desejos incontroláveis por algum sabor específico.


Belinda abriu um sorriso enquanto terminava de forrar o fundo da forma.


— Sim, o rei deve aparecer a qualquer momento.


— Ah, e o rei gosta de torta? — Maite entrou na brincadeira.


— Todo mundo gosta de torta! — ela provocou, para em seguida soltar um suspiro. — Estava um pouco entediada hoje, para ser sincera. Por isso estou muito feliz com a visita.


Me aproximei de Belinda, que já estava despejando o recheio na massa da torta.


— Você sabe que sempre pode vir ficar com a gente.


— Ah, eu gosto do sossego…


— Você acabou de dizer que estava entediada — Maite falou, explorando o ambiente com seus olhos de artista.


— Um dia entre cem — Belinda disse, dispensando a nossa oferta. — Mas sei que preciso passar mais tempo com vocês em dias assim. Vou tentar.


— Você está bem? — perguntei. — Parece ansiosa.


Belinda estampou um sorriso no rosto.


— Estou ótima. Só feliz por ver vocês. Qual é o motivo da visita?


— Você poderia dizer para Dulce se acalmar, por favor? — Anahí pediu, já sentada na cama como se fosse dona da casa. — Ela está melancólica de novo. Fica fuçando aquelas cadernetas, com medo de que o mundo acabe se a sombra de um humano cruzar o caminho dela.


Belinda e eu trocamos olhares, e ela sorriu.




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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 57



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  • anne_mx Postado em 06/10/2022 - 22:45:17

    Que fanfic linda, uau, o amor da água pela Dulce e o amor da Dulce pela água e pelo Christopher é lindo, ainda que parece algo meio que fora de órbita mas foi uma história linda e foi lindo ver a entrega das amigas para com a Dul, obrigadaaaa <3

  • jucinairaespozani Postado em 02/07/2016 - 12:35:11

    Amei *---* é uma história perfeita, vou correr para a outra fic já kkk

  • millamorais_ Postado em 02/07/2016 - 00:13:59

    Ameiiii, menina onde vc encontra no essas lindezas? XD parabéns gatinha. Próxima fic? Estarei lá com certeza

  • Luana Postado em 01/07/2016 - 23:17:53

    Adorei o final! Cheguei até chorar. Parabéns por mais uma adaptação! Amei! Amei! Amei!

  • jucinairaespozani Postado em 30/06/2016 - 02:12:48

    Posta mais

  • jucinairaespozani Postado em 30/06/2016 - 02:12:27

    Continua meu aniversário ta longe kkk eu to desesperada aqui kkk

  • jucinairaespozani Postado em 28/06/2016 - 12:11:15

    Você está resumindo ou colocando todos os capítulos e páginas do livro? Posta mais, eu vou ganhar o livro então tô me controlando pra não comprar kkkk mais meio que li o &quot;final&quot; por alto, to desesperada aqui, posta mais logo por favor

  • millamorais_ Postado em 28/06/2016 - 00:22:27

    Muito suspeito, muito suspeito mas uma coisa é certa, o amor cura tudo, o amor tudo pode, tudo supera. Acredito que a água já começou a entender o que realmente está acontecendo mas egoísta como é prefere fingir que não... Gatinha quantos capítulos tem essa história? Só pra mim ter uma noçãozinha de quanto tempo vou ficar com essa dorzinha no peito sem saber ao certo o final kkkkk continuaaaaa

  • Luana Postado em 28/06/2016 - 00:12:35

    Ah meu Deus! Estou preocupada com os dois! Espero que eles fiquem melhor. Continuaaa <33

  • jucinairaespozani Postado em 26/06/2016 - 03:36:18

    Acho que a Dul esta começando a perder os poderes, então posso imagina que isso seja bom = talvez o amor que ela tem por Christopher estaja fazendo ela mudar. Espero que ele não morra, posta mais


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