Fanfics Brasil - Entre chás, pães de queijos e velhos vizinhos e suas pedras. O Universo do E se...

Fanfic: O Universo do E se... | Tema: Pensamentos, flutuações, amor, conhecer, viver, aventura,


Capítulo: Entre chás, pães de queijos e velhos vizinhos e suas pedras.

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  Acordei com o barulho do despertador, eram 5:30 da manhã.  



        -Acorda Jonatan, são 5:30 a gente já devia ter saído, anda levanta, foi você quem colocou na soneca?  



        -Foi, mas só foi uma vez, que soneca é essa de 30 minutos?  



        -Eu configurei assim, porque custo pra acordar então coloco pra despertar 1 hora antes e aperto a soneca duas vezes, só consigo acordar de verdade na terceira. 



        -Cara, como seu amigo preciso dizer, você é estranho.  



        -Quieto anda logo, pega as mochilas e as barracas que eu vou escovar os dentes.  



        -Beleza, não demora que também preciso dar um tapa no vizu, sabe como é, vou ver minha Cris princesa.  



        -Cris princesa? Serio isso? Cara, como seu amigo preciso dizer, você é estranho!  



        -Há-há, engraçado, anda logo vamos.  



Saímos voando praticamente, quando chegamos na casa do Jonatan ele entrou correndo pra pegar as chaves e voltou com um grande sorriso no rosto, tava na cara que naquele momento ele se sentia um dos caras do filme "Onze homens e um segredo".  



        -Você tem certeza disso? - Perguntei.  



        -Confio em você, vai da tudo certo rapaz, partiu.  



Embarcamos no carro da mãe dele, era um Corsa prata daqueles que tem a frente da Montana, o lado bom é que era sedan o que o deixava menos feminino, o lado ruim era que o cd player só funcionava cd mp3.  



        -Quem usa cd mp3 hoje em dia? Tua mãe nunca ouviu falar de pen drive ou cartão de memória por acaso?  



        -Cara ela é mãe, agradeça por ter um som, mas relaxe, o som das portas e dos 69 de traz são ótimos, e esqueceu quem eu sou? Achou mesmo que iria para uma viagem romântica sem uma playlist apropriada? Tenho cabo auxiliar filhão, só ligar no celular e aproveitar, com essa lista de musicas que tenho aqui logo logo a Cris vai largar esse cara que ta indo junto com ela e cair nos meus braços, é lógico isso, eu tenho tudo planejado.  



        -Realmente cara, acho que já disse isso hoje mais vale ressaltar, você é realmente estranho.  



Seguimos em direção a casa da Cris, era uma casa com grandes portões e muros altos não dava pra ver nada no terreno, e pra melhorar não havia ninguém do lado de fora e os portões estavam fechados.  



        -Será que era já acordo?- Jonatan pergunto.  



        -Como vou saber, você mandou mensagem pra ela quando acordo?  



        -Mandei, mas ela não respondeu, buzina ai ela vai ouvir  



        -Ela e a vizinhança inteira sabem que horas é? São quase 7 horas da manha do sábado, não vou buzinar.  



        -Para de ser fresco, ninguém vai levantar da cama essa hora só pra ver quem deu uma buzinada.  



        -Não vou, grita ai melhor, ai ela vai saber que é com ela.  



        -Quem mais poderia ser? Você mesmo disse são 7 horas da manha, quem iria buzinar aqui a não ser nós? Não vou gritar, vou parecer desesperado, e o carro tem buzina pra isso.  



        -Não cara, vai parecer legal, e qualquer um pode buzinar, mas só um idiota faria isso e continuaria parado pra ser xingado.  



Antes que eu conseguisse ter uma reação Jonatan esticou o braço e buzinou.  



        -Pronto, agora só relaxa e esperar. -Disse Jonatan rindo.  



        -Ótimo – respondi e dei um soco no ombro dele.  



        -Acho que ela não ouviu buzina de novo.  



        -Não cara serio, eu não vou buzina e nem você, agora sim tenho certeza que vai surgir algum velho em uma janela e atacar uma xícara qualquer no carro e dizer algo como: tem gente dormindo respeita carambolas!, Isso vai quebrar o vidro do carro e acabar com a viagem e ainda por cima levarei uma bronca junto com você da sua mãe e da minha por pegar o carro e por fim ficaremos as férias inteiras de castigo.  



        -Você viaja de mais e é muito dramático, primeiro ninguém em sã consciência atacaria uma xícara e muito menos diria a palavra "carambolas", no máximo uma pedra, aqui é Brasil não França e segundo, o velhinho provavelmente acordou as 5 horas da manhã já e não vai se preocupar com uma buzina, o relógio biológico deles são extremamente bugados pelo tempo.  



        -Velhos devem dizer carambolas sim, e se eles não atacarem os netos que passaram a noite jogando e que pretendem dormir até 12:00 iram, enfim, de qualquer maneira grite e pronto.  



Antes que terminássemos a discussão Cris abriu o portão com um grande sorriso no rosto.  



        -Bom dia, eu desculpo o atraso de vocês se vocês comprarem um café pra mim porque foi difícil acordar hoje, odeio acordar cedo principalmente no sábado.  



        -Ótimo Cris me responde uma questão hipotética aqui, se alguém lhe acordasse sem motivo no sábado as 7:00 horas da manhã o que você faria?  



        -Primeiramente Oi Pietro, Oi Jonatan, e se por obséquio isso acontecesse eu mataria a pessoa com todas as minhas forças Pietro.  



        -Ah sim foi mal, Oi Cris - respondi sorrindo – Viu Jonatan era disso que tava falando, e sobre o atraso a culpa foi do Jonatan, pelo jeito ele compartilha desse ódio com você.  



        -Sim é, tipo foi sem querer, mas é ruim mesmo acordar cedo, café é bom, te compro um, eu também tava afim de tomar - Falou Jonatan claramente envergonhado.  



        -Ele não funciona direito de manhã - expliquei - estão prontos? Cadê teu amigo?- Questionei tentando encobrir a vergonha estampadas na cara do Jonatan.  



        -Sem problemas na verdade a gente demoro pra se arruma mesmo, que amigo?  



        -Você não disse que ia levar um amigo contigo?  



        -Não, eu disse uma pessoa haha, é a minha prima que vai passa alguns dias aqui em casa, então aproveitei pra levar ela junto, me deixa chamar ela – e então gritou- Anda Eloyse  - Uma voz suave veio do outro lado do muro – To indo calma ai - logo surgiu uma garota saindo do portão, seu cabelo castanho ondulado era comprido, seus olhos eram de um castanho escuro que por sua pele ser bem clara os deixavam extremante densos tornando-os quase pretos, seu rosto era excepcionalmente delicado e em suas bochechas existiam algumas sardas, ela vestia um cardigã cinza aberto onde por baixo existia uma blusa branca que dizia "Headshot" escrito de preto, assim como sua calça e seu All star surrado, ela se aproximou do carro e nos cumprimentou levei alguns segundos até conseguir conter o meu fascínio por aquele olhar.  



        -E ai, gostei da camiseta. - Respondi  



        -Obrigada, sou tão ninja que tive que comprar essa camiseta assim que a vi como troféu. - Disse ela com um tom irônico enquanto sorria, e que sorriso.  



        -Então deverias ensinar alguma coisa pra ele porque ele não acerta uma- Disse Jonatan enquanto elas entravam no carro,.  



        -Hei isso não é questão da qualidade do tiro e sim da quantidade, atirar igual a um loco funciona isso eu garanto- respondi enquanto ajudava elas a organizar as bolsas no meio do banco.  



        -Realmente temos que concordar nessa- Ela respondeu.  



        -Blá blá blá, vocês só sabem falar desses joguinhos, imaginei que a Eloyse ia se sentir em casa, mas da pra conversar disso na praia porque eu fico boiando nesse assunto. - Interrompeu Cris.  



Eloyse se aproximou de mim e disse baixinho -É que ela sempre morre e acaba ficando brabinha- e riu.  



        -Eu ouvi isso hein, não é que eu só morro, é que os jogadores preferem me focar sempre, eu sou a isca, e ela vai la e mata, isso é trabalho em equipe certo?  



        -Sim senhora – respondi - o Jonatan é igualzinho- Falei.  



        -A gente manja do suporte – Disse o Jonatan enquanto pegava o celular.  



        -Isso mesmo, alias, liga pro Paulo e vê onde eles estão.   



        -Já ta chamando – Falou Jonatan com o celular na orelha - Alô, iai Paulo onde vocês tão? O que? Não nada vê a gente vai sim o Pietro vai dirigindo, não tem como vocês esperarem? Não acredito cara – e então uma breve pausa onde o Jonatan parecia estar tramando algum plano - então ta certo a gente vai fazer isso qualquer coisa a gente liga, valeu , tchau. -Então ele desligou o celular e olhou com uma cara de preocupado- Rolo um probleminha, eles acharam que a gente não ia ir mais por causa do que aconteceu com Maicon e já foram.  



        -E não tem como eles esperarem a gente? - Perguntou a Cris.  



        -Eles saíram as 5:00h da manha, já tão a duas horas daqui, falaram pra gente colocar no GPS que não tem erro. - Respondeu Jonatan.  



        -Eu não me dou bem com GPS é nunca, sempre me perco com ele, na verdade sem ele também, o fato é que ele nunca me ajuda, tem certeza?- Questionei.  



        -Deixa comigo, nisso só "expert"- Disse Eloyse enquanto ligava o GPS do celular – Sabes o nome do lugar?  



        -Pera ai, me deixa ver aqui na mensagem – Falou Jonatan - É na praia do Campeche, parece que fica no Sul da Ilha, saindo de Curitiba agora vamos chegar em 4 horas em Floripa e leva mais 1 hora até a praia ele disse.  



        -Achei, isso mesmo cerca de 5 horas até esse Bairro, chegando lá a gente pergunta dessa praia, não deve ser difícil achar.   



        -Então tudo certo, partimos? - Perguntei enquanto ouvia um coro em sintonia.  



        -Partimos!  



Seguimos em direção a BR pra iniciar a viagem, antes que pudéssemos chegar lá Cris se espreita por entre os bancos da frente e aponta o dedo pra uma panificadora que ficava logo a frente.  



        -Certo, pode ser ali o café do qual vocês estão me devendo, sim aquele mesmo que não vou esquecer ao contrário do que vocês imaginam- Diz Cris com um sorriso sarcástico-  



        -Quem esqueceu? Apenas estavamos esperando um local apropriado com cara de ter um bom café, não é Jonatan? - Falei enquanto olhava pro Jonatan, sabe quando dois amigos se entre olham e nada mais é necessário pra se entenderem? Então...  



        -É claro, e obviamente aquela panificadora iria ser a escolhida de qualquer maneira, olha aquele café que magnífico, só de olhar a imagem já sinto o cheirinho de café fresco- Falou Jonatan enquanto analisava uma imagem com uma xicara de café alguns pães e salgados que havia na placa com o nome da panificadora-  



        -Com toda certeza, olha o nome dessa panificadora, Padaria Dona Maria, seja sincera Cris, como alguém com o nome de Dona Maria não saberia fazer o melhor café de Curitiba? Dona Maria me lembra nome de vó, e vó sabe tudo.- Disse Eloyse entrando na pilha enquanto se juntava a Cris e dividia o espaço no vão entre os bancos da frente.  



        -Blá blá blá, vou fingir que acredito, mas se o café estiver ruim vocês vão me dever uma, vocês três - Cris falou olhando diretamente pra Eloyse, lembra do olhar que falei? Poisé, cá está ele de novo.  



Encostei o carro na Padaria da Dona Maria e todos adentraram o estabelecimento, ele era pequeno, meio que uma panificadora comum, mas tinha umas mesas em um canto onde nos sentamos.  



        -E ai o que vão querer? - Perguntei  



        -Eu quero um café, obviamente e uns 2 pães de queijo- Disse Cris por primeiro   



        -Humm, acho que vou de chá hoje, pode ser aqueles gelados com gosto de guaraná, divido os pães de queijo com a Cris – Falou Eloyse enquanto olhava pra Cris que respondia com uma cara de quem não tinha a menor vontade de dividir.  



        -Então traga 4 pães Pietro pra garantir – Retrucou Cris com um sorriso no rosto.  



        -Pode deixa, e você Jonatan vai de que?  



        -Tais pagando? - Disse Jonatan com uma cara de indagação.  



        -Eu pago não tem problema não - Me arrependi no momento em que falei aquilo e vi o rosto do Jonatan brilhar como se não houvesse amanhã e já previ o prejuízo.  



        -Pois então, pode manda um chá, uma coxinha, um rissole de carne e outro de queijo e também quero uma Sprite gelada.  



        -Porque duas bebidas?- Questionou Cris -  



        -Simples uma pra tomar junto com tudo e o chá pra finaliza e acalma o estomago, receita de família, tente algum dia- Respondeu Jonatan com um sorriso meio tímido e sem graça.  



        -Haha pode deixa então, alias vou querer um pedaço dessa coxinha!- Disse Cris enquanto ria da situação.  



Fui em direção ao balcão pra fazer o pedido, lá tinha uma mulher sentada em um banquinho aguardando minha chegada, era uma senhora de idade já com cabelos brancos e uma feição de simpatia enorme, do tipo que você vê quando chega na casa da sua avó encontra ela sentada a mesa com vários tipos de bolos convidativos por si só e ela ainda diz: "come meu filho você tá tão magrinho" apesar de você ta parecendo na verdade uma bola, e se não tiver você pode ter certeza de que quando sair da casa dela vai ta parecendo uma, sim isso é muito clichê mas sim isso realmente acontece e muito.  



        -Bom dia, o que deseja? - Disse a provável Dona Maria.  



        -Bom dia vou querer um café, 4 pães de queijo, uma coxinha dois rissoles de queijo e um de carne e 2 chás gelados um sabor guaraná e outro sabor açaí, ah e um refrigerante Sprite,  quente de preferência.   



        -Entendido – Disse a senhora enquanto anotava tudo e passava o papel pra uma menina que provavelmente a ajudava, depois de lhe entregar o papel se virou pra mim e perguntou- O que 2 casais tão bonitos fazem tão cedo por aqui?   



        -Estamos indo viajar pra Florianópolis, vamos encontrar alguns amigos lá- Afirmei  



        -Linda cidade eu fui uma vez quando mais nova pra lá, eu fiquei numa praia chamada Barra da Lagoa, se puderem vão lá aposto que não iram se arrepender, é simplesmente linda,  lá tem uma trilha onde vai dar em uma piscina natural, se tivesse idade pra fazer essas coisas eu iria de novo com toda certeza, sua namorada irá adorar acredite.  



        -Pode deixa, vamos ficar o fim de semana lá não tenho certeza se a praia aonde nós vamos é perto, mas vou fazer o possível pra dar um pulo nessa piscina, alias quando se tem força de vontade não tem idade limite - Ela olhou e riu e então conclui - E não tenho namorada ainda, aquelas são apenas umas amigas nossas – ri meio sem jeito.  



        -Quem sabe não é verdade, farei o possível pra ir lá de novo vale apena tentar, e sobre as meninas talvez seja uma ótima oportunidade de arrumar uma, quem sabe alguma das duas mocinhas não lhe roube o coração - Disse enquanto soltava um sorrisinho olhado em direção as mesas que estavam atrás de mim.  



        -Muito difícil, a loira já roubou o coração do Jonatan que é meu melhor amigo e a outra é como posso dizer....ela é legal e linda, seus olhos são profundos mas não acredito que se interessaria por mim - Falei meio sem ter como explicar o que sentia por aquela menina que conhecia a alguns minutos mas já causava grande fascínio.  



        -Entendo, quem sabe ela já não esteja fazendo isso, existe certo brilho nos teus olhos quando você fala dela - então ela sorrio como se soubesse mais sobre a situação do que eu mesmo – porque não diz o que acha dela pra ela? Aposto que ela gostaria de ouvir- então se virou pra pegar o refrigerante do Jonatan.  



        -A conheço há alguns minutos, não tem como chegar e dizer: Oi, você é a garota mais linda que eu já vi sabia? Seus olhos me fascinam de uma maneira que é impossível descrever, isso sem falar no teu sorriso. - e então percebi que tava falando coisas que nem eu mesmo entendia o que eram de verdade pra uma senhora que nunca havia visto, pessoas que parecem avós tendem a conseguir me fazer se abrir sem medo, então a senhora se virou de volta pra mim com o refrigerante na mão e percebi que seus olhos pareciam meio assustados, porem sua boca esboçava um sorriso de lado e então ela olhos pra mim e disse- Aqui está, vou buscar o café e os chás - então ela se virou e saiu sorrindo, eu não entendi até que uma mão toca meus ombros quando me viro me deparo com ela.  



        -Poderia ser o chá sabor açaí pra mim? Combina mais com o pão de queijo – falou enquanto sorria pra mim, será que ela me ouviu? Acho que não, eu não sabia onde enfiar a cara, mas talvez ela não tivesse ouvido mesmo, acho que ela chegou depois e eu não falei tão alto assim, ou será que falei? Então antes mesmo de terminar o pensamento ela então sorrindo se virou e voltou em direção à mesa.  



Fiquei extasiado por algum tempo, com certeza era efeito daquele sorriso que expandia qualquer universo e tornava o milésimo de segundos um momento em  gostaria que fosse eterno, quando percebi a provável Dona Maria estava parada a atrás do balcão novamente com um olhar que parecia enxergar o sentimento que pulsava pelo meu corpo, provavelmente estava estampado no meu rosto um sorriso involuntário que eu não conseguia segurar.  



        -Aqui está - Falou ela enquanto me entregava o café e os chás - o café e os dois chás de açaí, os salgados e o refrigerante já vão ser levados pra mesa já já.   



        -Obrigado – Conclui com um sorriso desajeitado, então quando estava me virando pra voltar pra mesa ela fala uma ultima coisa.  



        -Viu, o sorriso de vocês se encaixam isso já é um grande começo - E então sorrindo  se vira pra continuar o trabalho, como assim se encaixam? E um começo? Começo do que? Será que... Acho que não, mas E se...  




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Autor(a): edrianbraz

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