Fanfics Brasil - Devia ter medo! Lascivia - Farosella - Masterchef

Fanfic: Lascivia - Farosella - Masterchef | Tema: Farosella, Masterchef, Paola Carosella, Henrique Fogaça


Capítulo: Devia ter medo!

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Não estava passando por um momento muito bom em meus restaurantes, dizem que sou influente no mundo da gastronomia, mas não me permito, me auto rotular assim, a verdade é que a crise já começava atingir o Brasil de uma forma arrebatadora, e já pensava na possibilidade de fechar as portas de um de meus restaurantes, e voltar para a Argentina, quando numa quarta-feira de manhã, recebi uma ligação de uma das emissoras do país, me convidaram para uma reunião nos estúdios da mesma, que não era muito longe de meu apartamento. Lembro-me que ainda naquele dia, fui até a reunião, e tive uma grande surpresa ao ser convidada para ser jurada de um dos mais conceituados reality show do mundo, me deram alguns dias para pensar, mas nem foi o suficiente para aceitar a proposta, aceitei de imediato, sendo assim a primeira Jurada a assinar o contrato com aquela emissora.


Lá fui informada em quem seria a apresentadora do programa Analice Bustamante, eu não a conhecia, (como se isso fosse novidade, não conheço ninguém nesse país), uma das produtoras me descreveu ela, como uma ótima jornalista, recém-chegada a emissora.


Ao passar dos dias, fui informada que mais um jurado havia fechado contrato, o francês Enrico Martin, já havia ouvido falar nele, um ótimo cozinheiro, e uma pessoa muito critica, era assim que o definiam em uma rápida pesquisa pelo Google.


Mais dias se passaram, e a insegurança batia ainda mais, não sabia se era capaz de participar de um programa de TV, sendo que nem TV eu assistia, não tinha tempo pra nada, dividia minha vida entre meus restaurantes, e minha única filha pequena, e acabava de sair de um casamento conturbado.


Aos poucos o medo foi passando, estava voltando a ser a boa e velha Paloma confiante, de sempre, e pra ajudar, fiquei bem aliviada quando descobri quem era o terceiro Jurado, Henry Bragatti, eu o conhecia bem, estagiou comigo por pouco tempo em meu restaurante, porém o pouco que convivemos juntos, foi bem bacana, se mostrou um homem de um coração enorme, por trás do jeito marrento e o corpo todo escondido por tatuagens, já não via a hora de as benditas gravações começarem, estava ansiosa.


As primeiras gravações foram marcadas, meus cabelos foram cortados, meu visual foi totalmente reformulado, depois de anos, eu estava me sentindo uma “menina” novamente,  trabalhei em cima de minha personalidade durante dias, e o primeiro encontro com toda a produção foi marcado.


Em um dos estúdios da emissora, fomos apresentados, a apresentadora, os jurados, Henry foi o primeiro a vir em minha direção, com um lindo sorriso.


- Então trabalharemos juntos? –Henry sorria ao me abraçar. –Que honra! –Um frio na barriga tomou conta do meu ser, quando senti o tórax dele tocar meus seios, meu Deus, eu estava muito carente mesmo, só de abraçar um homem, já estava sentindo tudo aquilo.


-Oi muita honra! –Pude sentir os dedos dele apertar os meus ombros e sorri envergonhada.


Com o desenrolar da serie fui me aproximando mais de cada ali, eu como sempre discreta, evitava conversa, só conversava, quando alguém falava comigo. Engatei em uma afinidade enorme com Ana, Enrico e a esposa Roberta também, mas com quem mais me simpatizei foi com o velho conhecido Henry, tínhamos muitas coisas em comum, eu pensava e logo ele falava, ou vise versa, nossa ligação era incrível, e aos pouco fui conhecendo a família dele, a adorável esposa Flavia Aguiar, a irmã dela Aline, o filho Joaquim, e claro, levei minha filha Alicia, em um dos encontros na casa de Henry e Flavia, o que não esperava, é que em uma dessas reuniõezinhas, exatamente no Natal as coisas começaram a mudar entre nós.


Mal havia acabado a primeira temporada do programa e já era certo a segunda, havia tudo sido muito incrível, tudo havia dado certo, em questão de meses minha vida mudou completamente. Meus restaurantes simplesmente lotavam, filas e mais filas na frente dos mesmos, eu era reconhecida na rua, o programa tinha dado uma audiência nunca apresentada naquela emissora, que levou o apelido de “Galinha dos ovos de ouro”, tudo foi tão rápido que mal percebi e já estava no fim do ano, faltava uma semana para o Natal, e simplesmente não tinha nada na cabeça, por fim passaria eu e Alicia no nosso apartamento, e iriamos dormir as 22hrs, já que nem abriria os restaurantes nesse dia, mas para minha surpresa fui convidada por Flavia para passar o Natal juntos deles, prontamente aceitei.


O Natal foi lindo e a muito tempo eu não havia me divertido tanto, minha filha brincou tanto que a meia noite, já estava dormindo em um dos sofás da grande varanda da casa, junto também das demais crianças. Tomei um pouco de vinho naquele dia, não podia negar, que fiquei um pouco alterada, mas em vista de todos que estavam lá, eu estava lucida, alguém tinha que estar de olho nas crianças, então parei de beber cedo.


Em volta da piscina, mais ou menos 15 a 20 pessoas, bebiam e riam descontroladamente, conversando com Flavia e Aline, ao lado da piscina, sentadas em uma esteira, podia ver Henry do outro lado da piscina, apenas com um short preto pra cima do joelho, com os peitos nús, e os pés descalços, andava de skate com um taça na mão com um liquido escuro, não tinha certeza se era vinho, ou algum destilado, tinha tantas bebidas na festa, que já não conseguia distinguir nenhuma mais. Henry fingiu se desequilibrar em cima do skate, empurrando-o e saindo sorrindo, levando a taça até a boca. Ele olhou para mim ainda com a taça a boca, nossos olhares se encararam, em meio a todas aquelas pessoas, por um momento a musica alta da festa não tocava em minha cabeça, e me perguntei o que ele pensava soltando aquele sorriso gostoso para mim, sorri de volta e o sorriso dele mudou completamente, não era um sorriso qualquer, tinha malicia naquele sorriso que se acabava aos poucos, e mesmo assim não parou de me encarar. Ainda perdida em seu olhar, vi quando os olhos dele desceu para meu decote do longo vestido que eu vestia, me senti corar, e os olhos dele voltou a me encarar, por mais que eu quisesse sessar aqueles olhares era impossível, como se algo me prendesse a ele, mas enfim nossos olhares foram cortados quando pude ouvir a voz de Flavia, abaixei a cabeça contrangida.


- Henry, você podia por uma camiseta amor, está um pouco frio. –Flavia tropeçava nas palavras bêbadas, sentada ao meu lado.


- Vou sim. –Henry respondeu calmamente, seguindo para dentro da casa.


- Amiga você podia pegar um whisky para nós. –Aline pediu fazendo biquinho.


- De cozinheira, passei para garçonete? A que ponto cheguei. –Levantava da esteira, enquanto Flavia e Aline riam de mim.


Enquanto caminhava rumo à cozinha, abri uma nova mensagem de Joseph, um fotografo inglês em que fiquei em uma festa que fui a um tempo atrás, e desde então conversávamos por mensagens, ele queria um relacionamento serio, e já estava pensando nas possibilidades de aceitar, estava cansada em estar sozinha, sem ninguém para me cuidar, e além de tudo estava muito carente.


Entrei na cozinha digitando uma nova mensagem para Joseph quando do nada, uma queda de energia se apossou de todo o condomínio, a musica que era ensurdecedora foi sessada, e um silencio por dois segundos reinou no condomínio até que pude ouvir um geral “aeeeeeeeeeeeeeeeee”, os bêbados zoavam. Me encostei na pia, procurando a lanterna de meu celular, quando sentido que alguém estava atrás de mim, virei rapidamente, e a pessoa me pressionou contra a pia.


- Henry! Que susto. –Pude enxerga-lo com a pouca luz do meu celular, e coloquei a minha mão livre em seu peito.


-Tá com medo de mim? –A voz rouca do homem todo tatuado me fez arrepiar, e o mesmo colocou suas mãos suavemente em minha cintura.


-Medo? Claro que não. –Ri disfarçadamente, tentando o empurrar para sair de seus braços.


-Mas devia ter... –Chegou mais perto de minha boca, e eu pude sentir o cheiro forte de whisky vindo de sua boca. –Porque as coisas que tenho vontade fazer com você, são as piores possíveis. 





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Autor(a): noveleira

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