Fanfic: Amor Bandido | Tema: Favela, Morro, Amor, Patricinha, Favelado, Drogas, Romance

Rubi narrando.

Acordei feliz por hoje finalmente ser sexta-feira. Desci do meu quarto em direção a cozinha para tomar meu café. Dei de cara com meu pai e ele logo me disse: 

— Sua mãe foi pra casa da sua tia na Rocinha. Nós nos separamos. Você pode escolher se quer morar aqui comigo ou lá com ela. Eu acho melhor você ficar aqui, mas a escolha é sua. 

Meus pais se conheceram quando meu pai estava fazendo uma operação na Rocinha. Eu não quero morar lá, quero ficar aqui, mas quero minha mãe aqui comigo também.

— Eu vou ficar aqui com você e dormir todos os finais de semana com ela —  forcei um sorriso.

Logo que acabei de tomar meu café, eu voltei para meu quarto. Tomei um banho longo. Quando sai do banho, fui olhar meu celular e tinha uma mensagem da Cat "não se atrasa, prova hoje", ela sempre salva minha vida. Coloquei o meu uniforme que é a personificação do horror e prendi meu cabelo em um coque, não estava no clima para grandes arrumações. Peguei a minha mochila e coloquei algumas peças de roupas na mesma. Quando desci meu pai já estava me esperando. Ele sempre me leva pro colégio e manda alguém me buscar, isso é sufocante. Logo que cheguei a Cat estava me esperando no portão, já fui contando tudo pra ela:

— Caramba, amiga, que barra que você está enfrentando — ela me abraçou.

As aulas desse dia haviam acabado e eu fiquei esperando o táxi pra finalmente ir pra minha mãe...

Quando cheguei lá a casa era bem simples e bem pequena. Tinha apenas dois quartos para seis pessoas que moravam lá. Minha mãe ficou muito feliz em me ver, ela não sabia que eu iria:

— Minha pequena, que bom que você veio. Já estava com saudades de você — ela me encheu de beijos e um abraço apertado.

Eu fiquei deitada no sofá da sala pelo resto do dia, fiquei ouvindo música e acabei adormecendo. Quando foi a noite minha mãe me acordou e pediu pra que eu fosse na rua comprar um refrigerante para o jantar. Eu não sabia bem aonde era, mas não dava pra me perder.

Quando cheguei no bar pra comprar o refrigerante eu dei de cara com a Cat:

— Cat? O que você está fazendo aqui? 

— Eu moro aqui.

— Como você mora aqui e nunca me falou nada? — eu cruzei os braços, estava irritada. Ela sabia de tudo da minha vida e eu nem sabia aonde minha melhor amiga morava, como isso?

— Rubi, é uma longa história.

— Eu estou com tempo, Catarina.

Ela me chamou pra ir a casa dela e eu fui. Chegando lá eu tive uma surpresa, a casa dela era mil vezes maior e mais luxuosa que a minha. Não imaginei que ela poderia ter tanto dinheiro morando aqui. A Cat me contou sua vida toda, inclusive sobre seu irmão e aí eu pude entender porque ela me escondia tudo esse tempo todo. Ela tinha medo que eu contasse tudo ao meu pai. Minha mãe começou a me ligar, era hora de ir.

— Amiga, dorme aqui em casa hoje, por favor — ela falou quase implorando.

— Eu durmo, mas você tem que ir lá na minha tia comigo, se não a minha mãe vai me barrar, você sabe.