Fanfic: Ace High School - Borboletas e Mariposas | Tema: Original, romance, yaoi
“Nunca queira provar que um azul não é azul, pois todo azul há de ser azul...”— Jefferson Peixoto
Comecei a acordar, meu corpo parecia estar mais devagar e mais pesado que o normal. Meus olhos tentavam se acostumar com a luz do ambiente, apesar de tudo estar sendo iluminado apenas por uma lâmpada no centro do quarto.
— Andy, você está bem? Óbvio que você não está bem, que pergunta inútil. - Resmungava Leon dando leves tapas na testa.
— O que aconteceu? - Perguntei me levantando e encostando minhas costas na cabeceira da cama.
O moreno veio até mim sentando ao meu lado.
— Eu estava no quarto quando começaram a cochichar sobre um garoto desmaiado de cabelos avermelhados. Não pensei duas vezes e fui tentar te achar. Você estava no sofá do hall do prédio, te carreguei e o coloquei aqui na sua cama. - Relatou o maior.
— Obrigado, eu não sei o que aconteceu, foi tudo bem de repente. - Falei passando a mão em meus olhos.
Pensei em como eu devia estar feio, meus cabelos estavam completamente desgrenhados e bagunçados, toda minha roupa estava amassada e suja de terra. E o galo na testa insistia em latejar.
— Acho melhor você ir tomar um banho, tire a sua roupa que eu vou coloca-las na lavanderia. - Disse ele segurando em minhas mãos me ajudando a levantar da cama. – Acho que esse corte não foi tão profundo.
A mão do moreno foi até minha testa tirando os fios de cabelo que ficaram por cima do ferimento.
Em pé comecei a tirar o suéter, acho que o moreno não esperava por isso, desabotoei a camisa branca mostrando meu corpo pálido, tirei a calça só ficando com minha cueca preta que contrastava com a cor da minha pele.
— Muito obrigado Leon, muito obrigado mesmo. - Falei com um sorriso no canto dos lábios.
Os olhos do maior estavam fixos nos meus, o espaço entre mim e ele agora estava sendo diminuído a cada pequeno passo que Leon dava, ficando exatamente de frente para mim.
Com muita calma o maior me envolveu em seus braços me dando um abraço e sussurrando que eu iria ficar melhor. Quando ele saiu do quarto eu senti como se aquele calor que tivesse me revestido não existisse mais.... Definitivamente eu não estava bem.
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— Bom dia alunos do primeiro ano, me chamo Ray Adams seu professor de Defesa pessoal. Nas minhas aulas vocês vão aprender formas de combate e segurança essenciais para serem cavalheiros da sociedade. - Seus olhos me assustavam, seus cílios e sobrancelhas bem densos davam aos seus olhos negros um ar de virilidade que combinava com seu corpo musculoso e muito definido.
— Andy! – Chamou-me Theo. - Ele é um dos famosos que vieram da irmandade de Ethon e ele é o professor monitor deles. Ele era um famoso jogador de rugby, mas decidiu ensinar aqui no colégio.
Era incrível como eu não sabia nada sobre o ACE e sobre o que Theo falara.
— Para começarmos nossa primeira aula vamos conhecer suas habilidades. Vamos fazer uma batalha de sobrevivência com o Paintball, Ethon contra Azure primeiro, depois Ethon contra Ciano e por fim Azure contra Ciano.
Vestimos a roupa cinzenta, o colete e o capacete, e ajeitamos a arma. Eu não sabia nem sequer atirar, mas por via das dúvidas eu posso contar com minhas pernas para correr. Ajeitei por último os óculos de proteção e o coturno preto. Minha cabeça ainda doía bastante, maldita árvore.
Fomos até a mata que cercava o colégio, lá havia uma grande arena que se estendia no meio de algumas árvores. Como a primeira partida nós da Ciano não iríamos participar, ficamos de fora apenas analisando ou melhor, ficamos apenas conversando.
Os alunos de Ethon poderiam muito bem se passar por alunos do terceiro ano, a maioria tinha altura considerável e os músculos muito bem desenvolvidos.
Não demorou muito para a partida terminar e os meninos de Ethon vencerem, uma partida rápida, mas acirrada, os azuis esverdeados venceram com dois alunos sem serem eliminados. O que me fez lembrar sobre o que havia visto no dia anterior. Talvez os Ethons não queiram ajudar os Azures já que eles ganharam nessa partida.
Era a nossa vez, eu não estava em minha melhor forma ainda sentia meu corpo um pouco dolorido, mas de uma coisa eu sabia, correr seria minha principal arma.
— CIANOS! - Gritou Steven, Líder do primeiro ano. - Não vamos nos render, os Ethon podem ter bons ataques, por isso vamos ter que combater com defesa. Nada de se precipitarem. “Pernas, vocês estão bem!” Pensei.
Formamos uma roda contando de um até três e juntando as mãos para gritarmos juntos alguma coisa impossível de se interpretar.
— Que comece o jogo! - Gritou o professor.
Theo parecia bem nervoso, o menor se escondia atrás de uma barreira em forma de um carro próximo a mim. Podia ver as suas pernas um pouco vacilantes.
A primeira coisa que pensei foi correr e foi o que fiz, a partida inteira eu parecia uma barata tonta. Ia para trás de um carro, depois para mureta, depois me escondia no muro de pneus, sempre tentando não ficar preso em apenas um lugar.
Um a um os garotos, tanto do Ciano quanto da Ethon iam sendo eliminados. Não demorou muito para Theo ser eliminado. Olhei de relance vendo Paul saindo do esconderijo e acertando em cheio um grupo dos azuis esverdeados, o garoto dos cabelos branco não se intimidava e continuava atirando, mas logo um Ethon atirou nele. E mais um ia sendo eliminado.
Procurei Leon, mas não conseguia o encontrar, procurei tanto o moreno que não percebi a movimentação atrás de mim... E o tiro foi bem em minhas costas.
Senti uma dor bem violenta, mas dava para suportar. E agora era eu sendo eliminado.
—------------ACE--------------
— Ai! – Resmungava o moreno ao meu lado – Ele acertou bem na minha barriga, acho que eu não estou bem.
— Deixa disso Theo, ainda tem a próxima partida. – Falou Paul ao meu lado. O mais velho segurava a bolsa de gelo para Theo que resmungava a toda hora sobre a sua falta de sorte.
— Perdemos para eles, quase que o Steven conseguia. – Disse para os dois ao meu lado.
O som da buzina foi ressoado pela arena e mais uma vez entraríamos em combate.
— Eu não quero, fiquei traumatizado! – Falou Theo.
Não consegui e comecei a rir vendo a sua cara de desespero.
— Theo deixa disso! – Falou Paul arrastando o menor.
E mais uma partida começara e minhas pernas em euforia começaram a pegar velocidade. Os Azures eram bem ágeis, mas a mira deles deixava a desejar.
Corri até a mureta mais perto, ao meu lado um garoto do time adversário tremia de medo, segurei a arma sendo a primeira vez a usa-la. Mirei no garoto de maneira que não o fizesse sentir dor, disparei m sua coxa. Fiquei com pena dele, mas minhas pernas logo começaram a correr novamente.
— ANDREW! – Ouvi gritarem meu nome. E rapidamente olhei para trás ainda correndo.
Não consegui ver direito quem era, só vi os equipamentos da cor dos Azures e apenas me pus a correr mais rápido do que nunca.
Fechei os olhos já esperando o tiro, só parei de correr quando um peso se jogou em mim fazendo-me rolar pelo chão de barro.
— Qual o seu problema? - Perguntei limpando a terra alojada em meu rosto.
— Foi mal beijoqueiro de árvores. - Disse o “peso” limpando sua calça. – Melhor nos escondermos!
O garoto que eu não conhecia me puxava para a trincheira longe da aturdida partida.
— Quem é vo... - Fui interrompido ao o ver tirando o capacete. - Marc, o que você está fazendo? – Perguntei impaciente.
— Eu queria saber se você estava melhor, não que eu tenha ficado preocupado. Jamais eu ficaria preocupado com um garoto, principalmente se ele é da Ciano, porém o seu corte ontem estava um pouco feio e você desmaiou. – Eu não entendia nada, como assim ele sabia o que ocorreu ontem. "Seria possível?" Pensei.
— Foi você. – Falei para ele. – A voz que me chamou era a sua.
— O quê? – Indagou olhando para fora da trincheira. – Acho que o jogo terminou e só sobrou eu e você.
— Não mude de assunto. – Falei olhando nos seus olhos escuros que combinavam perfeitamente com seus cabelos pretos.
Seu rosto foi se aproximando do meu, perplexo com o movimento do moreno apenas paralisei naquele instante. Não sabia o que fazer e ele ia chegando mais e mais perto.
“Faz alguma coisa Andrew” Pensei tentando sair daquele entorpecimento.
“Pow”, a tinta azul agora escorria pela minha roupa e a dor no meu tórax parecia latejar. Olhei para roupa e para o mais velho, que agora abria um sorriso sádico.
O burburinho se fez presente e os Azures foram à loucura. Foi aí que eu percebi, estava eliminado e agora tinha feito os cianos perderem.
Enquanto ainda tentava lidar com aquela situação só pude ouvir as risadas iniciadas pela minha idiotice. É parece que as mariposas gostam de se fingir de borboletas e eu tinha acabado de ser enganado por uma.
Autor(a): sprince
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
“Intenso como o Azul Royal, foi ver-te ao meu lado e saber que o seu amor não é meu.” - Dan Andrade. Não aguentava mais as risadinhas que os Azures davam ao me ver. Leon disse que não era para eu me importar, mas era impossível se manter bem com tudo o que vinham falando. – Soube da história do asi& ...
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