Fanfics Brasil - Dona Florinda — Parte 2 Diário do Chaves

Fanfic: Diário do Chaves | Tema: Chaves, animação, romance, chaves, engraçado, orfã


Capítulo: Dona Florinda — Parte 2

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Às vezes iam ao orfanato umas senhoras para olhar as crianças. Depois escolhiam as que mais gostavam e as levavam pra morar com elas. Eu tinha muita vontade de que me escolhessem, mas elas sempre escolhiam os mais bonitos; ou seja, nunca saí, porque era tão feio que, quando brincávamos de esconder, os outros meninos preferiam perder a me encontrar. .Depois, como o tempo passava e a senhora Martina batia cada vez mais na gente, pensei que o melhor seria fugir do orfanato. Mas nunca me ocorreu como fazer isso. Isso acontecia porque eu era burro e portanto me faltava imaginação para ter boas idéias. Então tive dois motivos pra ficar triste: um, o fato de não poder escapar; e dois, perceber o quanto era burro. Um dia, fiquei tão triste que comecei a chorar, e a senhora Martina me
perguntou por que eu estava chorando. Não tive outra escapatória senão confessar que queria sair dali. Então ela me disse: "Se tivesse dito antes...", e abriu a porta. Caminhei por muitas ruas que não conhecia. Não eram ruas muito bonitas, como as que aparecem nos filmes da televisão; mas também não eram muito feias, como as que também podemos ver na televisão. Mas o pior de tudo era a fome que eu tinha. Porque nesta vida o mais importante é comer. Por isso entrei no mercado, onde havia muitas coisas de comer. O chato é que eu não tinha dinheiro pra comprar essas coisas. Então pensei em roubar algo, mas me lembrei que roubar era pecado, ainda mais quando a coisa pertence à outra pessoa. Foi por isso que pedi que me dessem alguma coisa, e uma senhora me deu de presente duas cenouras. Mas o melhor foi no dia seguinte, quando um senhor me deu um sanduíche de presunto. Não deve ter nada mais gostoso nesta vida! Tinha outro senhor que também era muito bom e me deixava dormir nos carros de que ele tomava conta de noite. Em troca, eu tinha de carregar baldes de água para que ele pudesse lavar os carros. Mas o senhor era tão bom que não só me convidava para dormir nos carros, como também, às vezes, convidava algumas moças e ainda ficava fazendo companhia para elas. Um dia, caminhando, cheguei a um beco muito escuro e comecei a ficar com medo. Então comecei a andar mais rápido, mas a única coisa que consegui foi chegar a outro beco que estava ainda mais escuro que o anterior, e senti mais
medo ainda. Continuei correndo até que cheguei a um lugar que tinha um pouco de luz. Era uma espécie de terreno baldio, onde tinha muito lixo e muitas sobras. Também havia cachorros procurando coisas no lixo. E também tinha crianças. Eram uns oito ou nove meninos. Quase todos eram mais velhos do que eu, menos dois, que eram mais novos, ou pareciam. O mais velho era o Maneta. Depois me explicaram que o chamavam assim porque fazia tempo que tinham cortado uma das mãos dele. Isto é, tiveram que cortar sua mão porque ela tinha infeccionado muito. Mas ainda restava a outra, com que batia mais forte que todos. Por isso, todo mundo obedecia a ele. Quando me aproximei deles, a primeira coisa que me chamou a atenção foi que um dos meninos estava pintando o rosto. Este era o Mane. Ele sabia fazer esse negócio de jogar três bolinhas pra cima sem que nenhuma caísse. Segundo ele me contou, fazia isso numa esquina próxima de um sinal de trânsito que fica muito tempo no vermelho, o que faz com que os carros fiquem parados um tempão. Aí, ele e outro menino ficavam fazendo isso, jogando bolinhas pra cima, pra depois ganhar umas gorjetas. O outro menino se chamava Coelho, mas esse não sabia fazer malabarismo com bolinhas. O que Coelho fazia era se agachar para que o Mane montasse nele, pois assim era mais fácil que os motoristas o vissem jogando as bolinhas pra cima. Eu queria perguntar mais coisas, mas nesse momento o Maneta ordenou que Manasse terminasse logo de pintar a cara. Mane fez o que ele disse e logo saiu dali com Coelho. Quer dizer, foram pra esquina do sinal vermelho que demora.




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Autor(a): lelivros

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Os outros meninos não falavam quase nada e sequer perguntaram quem eu era ou de onde vinha. Uns ficavam só me olhando, outros diziam coisas que eu não entendia. Eu não sei por que, mas comecei a ficar com um medo danado. Pouco depois, o Maneta começou a fumar e em seguida passou o cigarro para o menino que estava ao lado dele. Este deu ap ...


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