Fanfic: ♥ Arrebatados ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Fechando os olhos ela se lembrou de sábado à noite e como tinha ido parar nesse lugar.

[...] Gustavo freou o carro no meio da estrada, ao ver as luzes do farol da caminhonete de Christopher. Quando a porta do Cross Fox se abriu, ele desceu preocupado.

Anahí correu na direção dele e o abraçou. Gustavo só se preocupou ainda mais ao ver que ela tremia.

- Pelo amor de Deus o que aconteceu pra você me ligar nesse estado?

- Eles estão noivos Gustavo! - Anahí soluçou o encarando. - Noivos!

- Como noivos? Alfonso não te chamou pra jantar com ele? Como pode estar noivo da Leonor?

- Eu os vi... Estavam nus na cama dele, Christian me disse que eles vão se casar. Ele só me chamou lá pra me humilhar, pra esfregar na minha cara a felicidade dele.

Anahí escorregou no chão, suas costas apoiadas no pneu do carro. Cobriu o rosto com as duas mãos sem conseguir parar de chorar.

- O que vai fazer agora? - Gustavo sentou ao lado dela.

- Eu não sei! Eu sinto que eu to morta por dentro. - soluçou. - Eu não quero ficar aqui, eu só quero sumir, desaparecer. Queria que um raio caísse na minha cabeça e me matasse.

- Any não fala assim.

- Como você ia se sentir se fosse a Luisa. - soluçou. - Eu queria que a Terra me engolisse, queria sumir pra sempre, queria nunca mais ver os dois na minha frente. Eu não sei o que ta doendo mais, ver o que eu vi ou a dor que eu senti quando soube que minha irmã estava em coma e Meia-Noite estava morto.

Gustavo a abraçou. Se não estivesse tão preocupado com ela pegaria seu carro e iria até a fazenda de Alfonso. Estava com tanta raiva que seria capaz de mata-lo a socos. Como ele tinha coragem de fazer àquilo com ela? Humilhá-la daquele jeito? Era uma ideia tão absurda que era difícil de acreditar.

- Eu vou ajudar você.

- Como?! - ela o encarou, soluçando.

- Você quer sumir não quer? Eu vou te ajudar! - ele enxugou o rosto dela. - Quando pedi a Luisa em casamento, se ela tivesse aceitado eu ia leva-la pra Puerto Varas, no Chile. Já tinha deixado hotel, tudo pago. Infelizmente as coisas não saíram como eu planejei. - suspirei. - Lá é uma cidade pequena e turística, se você não quiser ficar na cidade em si, pode ficar do outro lado do lago. Se isolar em uma das cabanas, longe da agitação dos turistas. De momento é o melhor lugar que consigo pensar.

- Eu aceito! - Anahí assentiu. - Eu nunca fui pra lá, qualquer lugar onde ninguém me conheça serve.

- Vamos pra um hotel na cidade, lá compramos sua passagem. Me dê a chave de sua casa e quando todos estiverem dormindo eu entro e pego algumas roupas pra você. Escreva um bilhete breve.

- E se tentarem descobrir onde estou?

- Eu não vou contar e você deixa seu telefone comigo. Assim ninguém vai te ligar. Quando você estiver pronta, você entra em contato.

- Talvez eu não te veja mais. - Any suspirou. - Depois de lá, eu vou voltar direto pra Zurique, não posso continuar aqui depois do que eu vi. - voltou a chorar.

- Faça o que for melhor pra você, sua família vai ter que entender. [...]

Uma batida na porta a trouxe de volta pro presente. Só podia ser a senhorinha chilena que junto com seu marido concordou em alugar a cabana onde ela estava. Por sorte eles não haviam questionado o porquê dela querer se isolar. Com certeza a senhora Gebler estava ali pra saber como ela estava, segundo ela, era muito perigoso uma jovem como Anahí ficar isolada, sozinha em uma cabana. Pensou em ignorá-la, deixar ela pensar que não estava ou que talvez estivesse dormindo.

A batida continuou mais forte. Suspirando ela se levantou. Pelo jeito não ia conseguir ignorá-la.

Anahí abriu a porta e levou um choque ao ver Alfonso na sua frente. Seu coração começou a disparar, o ar foi roubado de seus pulmões e seus olhos marejaram. A imagem dele dormindo com Leonor, os dois totalmente nus voltou para atormentá-la.

Empurrando a porta ela tentou fechá-la, como se aquilo fosse diminuir a dor que sentia. Alfonso colocou o pé na frente e empurrou. As lágrimas escorriam dos olhos dela enquanto usava toda sua força pra fechar a porta, mas foi vencida por Alfonso. A porta se escancarou num estrondo e Anahí cambaleou pra trás.

- O que faz aqui?

- Preciso conversar com você!

- Vai embora! - ela apontou a porta, aquilo tinha que ser um sonho, ou melhor, um pesadelo.

- Não até você me ouvir. Se depois de tudo o que eu te disser você ainda quiser que eu vá embora, eu vou.

Alfonso falava com calma, mas com firmeza, os olhos fixos nela. Agora que encontrara Anahí atravessaria aquele lago a pé atrás dela contando que ela o escutasse. Não ia permitir que fugisse antes de ouvi-lo.

- Como você me achou? - sussurrou.

- Com a única pessoa que sabia do seu paradeiro. - Alfonso respondeu se aproximando.

- Sai daqui, vai embora. - Anahí tremia enquanto apontava a porta atrás dele. - Se não sair, eu grito.

- Não tem ninguém aqui perto além do casal chileno com quem acabei de cruzar. Garanti aos dois que cuidaria de você, eles pareciam ter acreditado em mim quando entraram no barco e cruzaram o lago.

Anahí deu alguns passos pra trás até trombar com a parede, estava sozinha do outro lado do lago sem a menor chance de conseguir fugir dele.

- O que você ta fazendo aqui? Eu te vi na cama com ela. - Anahí engasgou nas próprias lágrimas. - Christian me garantiu que vocês iam se casar, que estavam...

- Christian mentiu! - Alfonso se aproximou, o ódio que sentia do irmão aflorou de novo. - Aquele jantar, tudo o que você viu era pra você. Por isso te pedi pra ir à fazenda, eu estava disposto a implorar de joelhos que você me perdoasse. Leonor e eu nunca tivemos nada e deixei bem claro no casamento do Ian que te amava, acho que isso a enfureceu a ponto dela se juntar ao meu irmão pra ficar comigo.

- Você está mentindo! - Anahí o encarou, havia sofrido tanto que agora tinha medo de acreditar nele.

- Acha que se fosse mentira, Gustavo teria me dito onde você estava?

Anahí o encarou confusa. Sentia muito medo e um desejo enorme de acreditar nele.

- Talvez você acredite se ler isso.

Alfonso tirou uma folha de papel dobrada no bolso e estendeu para Anahí. A encarou com expectativa, suplicando para que ela lesse e acreditasse nele. Com as mãos tremendo ela desdobrou a folha.

Anahí.

Em primeiro lugar não estou feliz em estar escrevendo isso pra você, mas ou eu obedeço meu irmão ou ele só vai descansar quando me ver se um tostão e bem longe da fazenda.

O que você viu foi tudo armação minha e da Leonor. Ouvi meu irmão te convidando pra jantar e liguei para Leonor na mesma hora. Com o vinho dopei Alfonso para que ele adormecesse. O levei para o quarto e quando Leonor chegou, ela se deitou nua ao lado dele.