Fanfic: ♥ Arrebatados ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Anahí desceu da caminhonete e sem saber porque tinha ido até ali, atravessou as árvores até chegar a cachoeira. A mesma cachoeira onde tinha ido algumas vezes com Alfonso.

Sentando em uma pedra ela ficou olhando a água cair enquanto se lembrava da noite do acidente.

- Quando esse inferno vai acabar? - suspirou.

O celular vibrou no bolso da calça, Anahí suspirou ao ver o nome de Alfonso no visor.

- Poncho?!

- Any, o que você tem? Você ta chorando?

- Você ta muito ocupado?

- Não, o que aconteceu? - Alfonso perguntou, de tão preocupado que ficou, até esqueceu porque tinha ligado pra ela.

- Pode vir me encontrar aqui na cachoeira?

- O que você ta fazendo ai?

- Vem pra cá se você puder ai eu te explico. - suspirou.

- Ok, to indo pra ai, beijo.

- Outro, tchau. - desligou.

Alfonso montou na caminhonete às pressas e saiu acelerando. Pela voz dela no celular ele sabia que ela não estava bem, agora precisava saber porque, e se Christian ou Leonor tivessem alguma coisa a ver com o estado dela, ele iria matar os dois.

Quando chegou, Alfonso estacionou e enquanto descia, Anahí veio se encontrar com ele.

- Como você ta, o que aconteceu? - ele a beijou e a abraçou, estava com Chris até poucos minutos ele não podia ter feito nada, então talvez Leonor houvesse aprontado alguma.

- Desculpa se assustei você, mas é que quando você me ligou, eu vi que precisava falar com alguém.

- Tudo bem, só me conta o que aconteceu, você ta assim por causa da Leonor ou do Chris?

- Não! - ela suspirou e o puxou pela mão.

Os dois se sentaram no chão, apoiados no tronco de uma árvore. Anahí encarou a cachoeira enquanto Alfonso entrelaçava seus dedos no dela, perguntando o que tinha acontecido.

- Quando a Emanuelle acordou do coma, ela tava muito perdida com noção de tempo, a psicóloga ajudou a gente a ir contando pra ela tudo que tinha acontecido. No começo ela nem lembrava do acidente, mas aos poucos ela foi recordando. Até me falou que foi uma péssima ideia querer ver os cavalos dormindo. - forçou um sorriso.

Alfonso prendeu uma mexa do cabelo dela atrás da orelha e esperou ela falar.

- Hoje ela me falou que esses dias, acabou a força em casa e eles acenderam algumas velas. - Any o encarou. - Ela disse que lembrou que na noite do acidente, ela sentiu um cheiro parecido com vela dentro do estábulo. Você lembra que no Chile eu senti o cheiro de parafina e você me disse que era normal eu conhecer o cheiro por causa das velas?

Alfonso suspirou entendendo onde ela queria chegar.

- Você acha que a sua irmã sentiu cheiro de parafina aquela noite?

- Acho, quer dizer, tenho medo de achar isso. Porque se ela não está confundindo, se isso for verdade, aquele incêndio pode ter sido criminoso. Por isso o fogo se espalhou tão rápido, por isso eu não tive tempo de fazer nada. E se aquele estábulo ia pegar fogo de qualquer jeito? E se a gente tava lá na hora errada? E se quem fez isso, tava tentando prejudicar meu pai?

- Olha, meu amor, se a gente for levar em consideração o que a sua irmã falou, temos um problema. Se ela sentiu mesmo o cheiro da parafina no estabulo, então alguém jogou parafina líquida lá. O cheiro dela é mais suave, dá pra ser disfarçado se comparado a uma gasolina. E a parafina líquida é tão inflamável quanto gasolina.

- Então quer dizer que durante todos esses anos eu me culpei por alguma coisa que não fui eu que fiz? Meia-Noite morreu por culpa de outra pessoa? Aqueles cavalos podiam ter morrido por culpa de outra pessoa? - enxugou o rosto.

- Se a sua suspeita estiver correta sim. - Alfonso assentiu não gostando de ter que dizer aquilo à ela.

- Como vou ter certeza? Como eu vou saber quem fez isso?

- Minha primeira suspeita é o Gardela, mas não podemos acusar sem provas.

- Você acha que pode ter sido ele?

- Ele é a única pessoa na região que poderia querer prejudicar seu pai. Mas vamos investigar isso, melhor eu vou atrás disso pra você. Conheço detetives e advogados por aqui que podem ajudar.

- Eu não queria que meu pai soubesse disso, você pode deixar isso entre a gente? Não quero levantar hipóteses que eu não tenho certeza.

- É claro, meu amor. Eu não vou falar nada pra ninguém, até a gente ter certeza.

- Obrigada! - Any suspirou.

- Vem cá! - a abraçou, e encostou a cabeça no seu ombro.

- Poncho, você vai brigar comigo, mas preciso te contar outra coisa. - o encarou. - Aconteceu uma coisa quando eu fui ver o Chris que eu não te contei.

Alfonso a encarou lembrando do porque tinha ligado pra ela, será que seu irmão falara a verdade então?

- Christian me beijou a força. - confessou. - Me desculpa não ter te contado, foi coisa de um segundo e eu deixei bem claro pra ele nunca mais colocar as mãos em mim, se eu não te disse nada é porque você já tinha ficado tão furioso por saber que eu tinha ido lá, que eu não quis piorar as coisas.

- Eu já sabia disso, da história do beijo.

- Como?!

- Eu fui falar com o Christian e ele fez questão de jogar isso na minha cara, eu não acreditei nele, menos ainda quando ficou dizendo que você tinha gostado. Eu tenho vontade de ir até lá e dar outro murro na cara dele, mas não vou perder meu tempo com isso. Mas eu fico feliz por você ter me contado.

- Eu devia ter falado quando fui te ver, é que não significou nada pra mim e querendo ou não, ele é seu irmão. Eu sou o motivo pra vocês estarem brigados, não queria por mais lenha na fogueira.

- Meu amor, meu relacionamento com o Chris está assim por culpa dele, não sua.

- Eu amo você Poncho, não duvida disso nunca.

- Eu cheguei a duvidar quando você foi embora, mas eu sei que me enganei, por isso, eu juro que nunca mais vou duvidar do que você sente por mim. E você também não pode duvidar.

- Eu não vou, prometo. - o abraçou. - Eu achei que ia ficar tudo bem quando a gente voltasse, que a gente ia poder planejar nosso casamento em paz, mas pelo jeito me enganei.

- É só a gente continuar junto e vamos conseguir resolver tudo. Eu vou investigar direito essa história do incêndio, vou pedir ajuda pra quem conheço, você não precisa lidar com isso sozinha. Eu to aqui com você! - sorriu acariciando seu rosto. - Quanto ao Chris e a Leonor, uma hora eles vão ter que desistir.

Anahí sorriu agradecida, o beijou e o abraçou.

- Que bom que eu tenho você. O que eu faria sem o meu cowboy?

- Você teria que me inventar madame. Ou eu teria que inventar você. - sorriu.

Anahí sorriu feliz por estar com ele, pelo clima estar mais ameno e pelos dois estarem juntos. Quando o beijou, ela sentiu como se suas forças estivessem sido renovadas, apenas por saber que ele estava com ela e do lado dela.