Fanfic: ♥ Arrebatados ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Christopher limpou as botas na porta antes de entrar em casa.

- Como você ta meu amor? - se aproximou do sofá e beijou Dulce. - Passou o enjôo?

- Graças a Deus melhorou. - Dulce sorriu assentindo.

- Não judia da sua mãe filho. - Ucker sorriu acariciando a barriga dela.

O bebê chutou arrancando um sorriso terno dos dois.

- É filho ta apertado ai né? Mas já, já você vai sair. - Ucker sorriu acariciando a barriga.

- Não vejo a hora sabia? - Dulce suspirou cobrindo a mão dele com a sua.

- Cadê o seu pai, Christopher? - Marichello desceu a escada.

- Ele disse que vai chegar só depois mãe.

- E a Anahí? - Marichello cruzou os braços.

- Aquela lá depois que voltou da Suíça, só faz o que quer. Disse que ia fazer umas coisas e não tinha hora pra voltar. - Christopher resmungou.

- Não gosto quando ela some assim. - Marichello suspirou.

- Não se preocupe a Any sabe se cuidar sogrinha. - Dulce sorriu.

- É, mas mesmo assim sempre se meteu em confusão atrás de confusão! - suspirou.

Anahí encarou Alfonso e a tentativa dele em lavar a louça do almoço. Não conseguiu conter uma risada quando o copo cheio de sabão escorregou de sua mão quase se quebrando.

- Merda! - Alfonso suspirou. - Você fica ai rindo né? Acha que é fácil segurar uma louça toda cheia de sabão?

- Acho muito simples!Anda cowboy sai daí que eu lavo essa louça. - sorriu se aproximando da pia.

- Ah e uma patricinha suíça como você sabe lavar louça? - Alfonso a encarou com desdém.

- Sei fazer muito mais do que lavar louça ta? - Any respondeu empinando o nariz. - Agora vaza!

- Sim madame. - Alfonso abaixou a cabeça e lavou as mãos, tirando o sabão.

Antes de se afastar, espirrou água no rosto dela.

- Cretino! - Anahí revidou batendo nele com o guardanapo, um sorriso brincando em seus lábios.

Rindo Alfonso escorou no armário e ficou encarando-a.

- Viu como é fácil? É só você ter um pouco de jeito pra coisa. - Anahí o encarou, e sorriu se gabando.

Alfonso cruzou os braços e ficou prestando atenção nela. Seus olhos estudando-a de cima abaixo enquanto ela terminava de enxaguar os copos. Quando começou a lavar os pratos, Anahí começou a murmurar uma música. Alfonso não entendeu o que ela estava cantando, mas reconheceu que era algo em italiano. Aquilo arrancou um sorriso de seus lábios. Há uns dias atrás quando conheceu Anahí, nunca teria imaginado vê-la numa situação como aquela. Se alguém lhe dissesse que Any não era a patricinha que às vezes fingia ser ele não teria acreditado.

- Prontinho, viu como não é difícil?! E eu nem quebrei nada. - Anahí sorriu virando pra ele, despertando-o de seus devaneios. - Por que ta me olhando assim? - enxugou as mãos no guardanapo.

Alfonso a olhava com um brilho diferente nos olhos, não com zombaria ou deboche. Parecia que a olhava com... Desejo. Mordendo o lábio Anahí abaixou a cabeça, sentia seu coração disparar.

Alfonso balançou a cabeça e coçou o queixo. Não podia continuar agindo como um idiota perto dela.

- Você aprendeu a lavar louça assim na Suíça? - sorriu usando a provocação como forma de distração.

- Não!Minha madrinha nunca me ensinaria algo assim. - Any riu relaxando. - A praia dela é colecionar esculturas, quadros, assistir a óperas, tocar piano - dedilhou os dedos no ar fingindo que tocava - E balé! - sorriu dando uma pirueta. - Isso foram às coisas que aprendi com ela. Além dos idiomas.

- Então você toca piano e sabe dançar balé? - cruzou os braços, e estreitou as sobrancelhas.

- O balé comecei com quatros anos e o piano com seis. Como minha madrinha ela fez questão de pagar cursos aqui para mim e me convenceu a fazer os dois. Minha mãe quem gostou da ideia. - riu.

- Por quê? - perguntou cada vez mais interessado, queria continuar ouvindo a voz dela.

- Porque eu parecia um moleque andando atrás do meu pai e do Ucker. Vivia usando calças jeans sempre imundas de terra e boné. Ou então chapéu de cowboy!Eu queria a todo custo convencer meu pai a me deixar montar, como ele deixava o Ucker fazer. A primeira saia que usei na vida, foi uma saia de balé com todo aquele frufru embaixo. - sorriu gesticulando com a mão. - Ai com o balé finalmente virei uma mocinha mais delicada e menos ansiosa como minha mãe queria, e depois o piano completou a formação e virei praticamente uma dama. - pôs a mão na cintura fazendo pose. - Mas nunca deixei meu pai em paz, então cresci me revezando entre balé, aulas de piano e montaria. E eu amava fazer as três coisas, sinto falta disso na minha infância. - sorriu com tristeza.

- A gente não têm ideia de como é feliz na infância até que crescemos. Eu também sinto falta de quando minha única responsabilidade era ir bem na escola. Eu não via a hora de poder terminar o dever de casa e sair correndo atrás do meu pai. Uma vez perguntei pra eles se não podia largar a escola e virar peão. - riu.

- Jura? O que eles disseram? - riu os olhos brilhando interessada. Any percebeu que a voz dele a fascinava.

- Que se eu não estudasse nunca poderia tomar conta da fazenda. Então eu me dedicava à escola e a fazenda, mas nunca pensei que seria uma responsabilidade tão grande administrar isso daqui. - olhou em volta.

- Você sente falta deles né? - sorriu com tristeza.

- Muita Any! Todos os dias. Toda à hora. - suspirou. - É difícil ficar aqui, nessa casa, onde me lembro deles o tempo todo. Ainda bem que não foi aqui que cresci ou eu seria capaz de vender a casa pra não sofrer com tantas lembranças. - a olhou com tristeza. - Eu tento ser forte pela Chloe, mas sei que eu nunca vou preencher o vazio que meus pais deixaram.E mesmo que tenhamos o Chris, ele nunca seria capaz de cuidar dela como meus pais cuidavam. Se eu às vezes acho que não consigo, imagine ele, irresponsável como é. Às vezes ele diz que vai voltar pra casa e morar aqui com a gente. Não sei se fico feliz ou apavorado. Ele pode ser tão criança quanto a Chloe em alguns aspectos e ai, ao invés de me ajudar, me atrapalharia.

- Entendo. Mas a Chloe está feliz. A saudade vai ficar pra sempre Poncho, mas ela está feliz com você. - sorriu.

- Obrigado por ter me ouvido, é bom ter alguém pra desabafar. - sorriu.

- De nada! - sorriu dando de ombros.

Os dois ficaram se encarando sem saber o que dizer ou o que fazer. Parecia que a conversa os havia aproximado mais e um não entendia o que tinha dado no outro pra desabafar daquele jeito.

Mordendo o lábio Anahí abaixou a cabeça, por que Alfonso a deixava tão constrangida? Porque ele a desarmava e ela ficava sem saber o que fazer ou o que falar com ele?

“O que deu em mim pra contar essas coisas pra ele como se nos conhecêssemos há anos?!”

Alfonso a encarou de cima abaixo sentindo um calor estranho arrebatar seu coração. A primeiro momento ele tinha detestado Anahí e seu jeito esnobe e metido. Agora sentia um carinho diferente, especial por ela, como se uma nova pessoa estivesse se abrindo pra ele. E Alfonso estava simplesmente encantado com essa nova Anahí, que cada vez mais o surpreendia.Ao mesmo tempo em que não deixava de desafiá-lo e provocá-lo.

Com surpresa ele se deu conta de algo e piscou várias vezes tentando organizar seus pensamentos.

- Você me chamou de Poncho?

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