Fanfic: ♥ Arrebatados ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

A senhora assentiu e se retirou. Segundos depois o portão se abriu. Anahí e Leticia entraram e colocaram a caminhonete pra dentro. Quando desceu do carro, um senhor de aproximadamente 60 anos estava descendo as escadas. Usava um chapéu de palha na cabeça, terno, calça branca e botas beges de cano médio. Um típico fazendeiro da região.

- A senhorita queria falar comigo? - o homem tirou o charuto da boca e deu uma boa olhada em Anahí e Letícia, parada logo atrás dela.

- Sim, sou Anahí Portillo... - tirou um chapéu num cumprimento.

- É parente de Enrique Portillo?

- Sim, filha dele! - Any sorriu assentindo.

- Conheço seu pai, é um excelente homem de negócios. - o homem sorriu olhando-a de cima abaixo.

Letícia encarou a forma como aquele homem estava encarando sua amiga e agradeceu por Anahí estar usando calça jeans, bota de cano logo, camisa branca e um colete preto por cima.

- Foi ele quem me disse que o senhor estava interessado em vender sua fazenda. - Any sorriu alheia às olhadas daquele senhor.

- Sim, estou interessado em mudar de cidade, insistência do meu filho mais velho, mas não sabia que Enrique queria comprar uma fazenda. - o senhor Huerta comentou, tragando seu charuto.

- Não, quem está interessada em comprar sua fazenda sou eu. - Any sorriu.

- Ah você! - o homem sorriu, surpreso com as palavras dela.

- Sim e pelo que pude ver ela parece perfeita, o senhor se importaria de me mostra-la?

O senhor encarou a senhora parada de pé atrás dele. Com um sorriso nos lábios, voltou-se pra Anahí.

- Claro! - assentiu e saiu na frente.

Anahí sorriu toda confiante, encarou Letícia e seguiu o cara. O senhor as levou até o estábulo que estava vazio, exceto por um cavalo de pelos brancos.

- Este aqui é meu companheiro, só sai daqui comigo não é Tempestade? - o senhor Huerta se aproximou de seu cavalo.

- É um puro-sangue inglês muito bonito, senhor. Tenho um cavalo da mesma raça. - Any sorriu.

- Então você entende de cavalos? Ah claro, você é a filha do Enrique, a garota que participava das competições, agora me lembro. - ele sorriu reconhecendo-a.

- Exatamente e quero comprar a fazenda do senhor, para montar um espaço de hipismo aqui. Primeiramente quero treinar crianças e quem sabe jovens adultos depois, tudo vai depender de como eu me sair como treinadora. - deu de ombros.

- Vejam só como são as coisas hoje em dia, mulheres achando que podem fazer os papéis dos homens.

- Não entendi. - Any estreitou as sobrancelhas.

- Bom vou ser um cavalheiro e facilitar as coisas pra você. - o senhor Huerta se aproximou e mais uma vez a encarou de cima abaixo.

- Any, porque a gente não volta outra hora? - Letícia sugeriu parada atrás dela.

- Não, eu quero ouvir o que esse senhor tem a dizer. - Any encarou a amiga e voltou-se para o senhor.

- Veja bem, uma jovem bonita como você, não deve ficar assumindo papéis masculinos, deixe que nós homens assumimos essa parte como sempre foi, nós sim sabemos o que fazer e como se deve fazer. Mas se você me der o prazer de sua companhia - acariciou o braço dela. - eu assino qualquer papel que quiser. - sorriu com malícia. - O que me diz?

Anahí olhou pra trás e encarou Letícia que a olhava apreensiva, atrás da amiga, ela viu um balde cheio de esterco. Com passos firmes pegou o balde e o despejou sobre a cabeça dele. O senhor Huerta tentou se afastar aos xingos, mas era tarde demais.

- Essa é a minha resposta pra você seu velho porco e asqueroso! - gritou. - Fique sabendo que você pode ficar com a porcaria da sua fazenda! Vamos embora Letícia! - deu as costas e saiu pisando duro.

- Sua filha da mãe, você me paga por isso!

Em resposta Anahí mostrou o dedo pra ele.

- Velho desgraçado! - xingou enquanto se aproximavam do carro.

- Any fica calma! - Letícia a encarou preocupada. - Não vai dirigir nervosa desse jeito.

- Sua fedelha, menina desgraçada, você me paga. - o senhor Huerta veio atrás dela, xingando.

- Vai tomar no seu....

- Any! - Letícia a encarou em choque.

Anahí ligou o carro e foi o caminho todo pra casa xingando.

- Velho asqueroso, filho da mãe, como ele tem coragem de fazer isso e ainda insinuar que eu não sei o que estou fazendo só porque sou mulher. - ela bateu a porta do carro e entrou em casa xingando.

- O que foi que aconteceu? - Enrique a encontrou na sala.

- Aquele velho asqueroso, que vontade de estrangular ele. - Any xingou andando de um lado pro outro.

Letícia encarou Enrique e em poucas palavras explicou o que tinha acontecido. Enrique encarou a filha andando pela sala de um lado pro outro resmungando, o que só podiam ser, palavrões em alemão.

- Any, se acalma e olha pra mim, para de andar de um lado pro outro que você vai me deixar com labirintite. - Enrique a olhou.

- O que foi?! - ela se jogou no sofá e cruzou os braços, Enrique sentou ao lado dela.

- Lembra o conselho de ontem à noite? Foi por isso que eu te falei pra levar seu noivo, eu ou o Ucker com você. Até mesmo Ian ou Gustavo serviam, mas não, você encasquetou de ir lá ver as terras, sozinha.

- Letícia foi comigo, não estava sozinha e fui com ela porque vocês estavam ocupados. E o que eu virei agora? Uma donzela em perigo? Na Suíça eu cansei de fechar contratos com um bando de senhores e marmanjos e eles nunca fizeram o que aquele senhor acabou de fazer.

- Filha como você é teimosa, aqui não é a Suíça. - Enrique suspirou. - Aqui é um lugar de homens antigos, com costumes antigos que não estão acostumados a ver mulheres tomando decisões, comprando e vendendo terras. Da próxima vez que você for visitar alguma fazenda, por favor, leva um de nós com você. Não vai sozinha porque você vai acabar sendo exposta a uma situação dessas de novo.

- Seu pai tem razão Any, eu sofri muito preconceito no começo por ser a única veterinária mulher da região. Infelizmente alguns homens ainda são atrasados quanto a isso. - Letícia respondeu. - E eu desconfiei quando vi o jeito que aquele senhor estava olhando pra você, mas e se fosse o filho que nos atendesse e ele agarrasse você a força?

- Isso é um absurdo! - Any bufou. - Mas tudo bem, problema daquele velho tarado, ficou sem a garota e sem o dinheiro que eu ia dar pelas terras dele. Eu quero só ver se ele vai conseguir vender aquilo por uma oferta melhor ou igual a nossa. - reclamou. - Merda! - xingou quando seu celular vibrou. - Oi, meu amor.

Enrique e Letícia se encararam enquanto Anahí explicava para Alfonso o que tinha acontecido. Quando ela desligou avisando que ele estava a caminho, os dois começaram a rir. Alfonso ia ter trabalho quando chegasse, teria que lidar com uma noiva mais furiosa que um cavalo indomável.