Fanfic: ♥ Arrebatados ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Anahí assentiu e respirou fundo antes de começar a falar. Começou contando que Emanuelle a acordou naquela noite insistindo em ir ao estábulo para ver os cavalos dormindo. Relatou que quando chegaram ao estábulo Anahí trazia um lampião, na hora de segurar a irmã no colo, o lampião caiu em cima de um monte de feno e o fogo se espalhou rápido demais.

- Mandei a Manu sair do estábulo, mas ela não me obedeceu, eu tentei tirar os cavalos, mas quando me dei conta o fogo tinha se alastrado e minha irmã estava caída no chão, antes que eu pudesse ajuda-la fui pisoteada pelo meu cavalo. - Anahí enxugou o rosto. - Quando acordei estava no hospital e fui informada que meu cavalo tinha morrido e minha irmã estava em coma.

- Entendo. - Alec assentiu, prestando atenção nela e em cada palavra. - Isso foi o que aconteceu na noite do acidente. Me expliquei o lance da parafina.

Anahí assentiu antes de começar a falar.

- Eu estava no Chile com meu namorado, ficamos na cabana de um casal que faz velas artesanais pra vender. Eles usam parafina pra fazer as velas e o cheiro delas naquele dia me soo familiar. Acreditei que era o mesmo cheiro de vela que estava sentindo, mas então minha irmã me contou que lembrou que no dia do acidente, ela sentiu um cheiro parecido com vela. Eu acho que ela sentiu o cheiro da parafina, que confundiu o odor com vela, assim como eu. Sei lá, eu posso estar fantasiando. - suspirou.

- E como foi que sua irmã se lembrou disso?

- Ela disse que acabou a força uma vez na fazenda e acenderam uma vela, o cheiro delas a fez lembrar que ela sentiu o mesmo cheiro no dia do acidente. Eu não sei se ela ta confundindo.

- Você se recorda de sentir o mesmo cheiro naquela noite?

- Eu acho que senti, mas não tenho certeza. Tenho medo de estar confundindo pra tentar encontrar outra explicação para aquele incêndio, algo que me mostre que a culpa não foi minha como acredito.

- Entendo, vou te fazer uma pergunta que não envolve a noite do acidente. - Any assentiu. - No dia em que veio aqui, Alfonso me contou que você participava de campeonatos.

- Sim... Eu comecei com sete anos, Meia-Noite me acompanhou até os 19, se não fosse por aquele incêndio ele poderia estar vivo, poderíamos ainda estarmos competindo. Tinha uma apresentação duas semanas depois do incêndio. Lembro que assisti pela tv do hospital e chorei a noite toda. - Any abaixou a cabeça, se controlou pra não chorar na frente dele.

- Você tinha uma apresentação em duas semanas quando ouve o incêndio?

- Sim, por quê?

- Vou reformular a pergunta que iria fazer. Você conhece alguém que poderia ter a ideia de incendiar o estábulo da sua fazenda ou pra prejudicar você ou pra prejudicar seu pai? Entenda que estamos trabalhando na hipótese do incêndio ter sido criminoso, você tem ideia de alguém que poderia fazer isso pra prejudicar você nas competições ou o seu pai?

- A única pessoa que me vem à cabeça é o Ramon Gardela, inclusive uma vez nós discutimos porque ele atropelou um dos animais do meu pai e não ajudou. Eu fui atrás dele tomar satisfação, discutimos e ele disse que eu iria pagar por aquilo. - Any respondeu, lembrando daquela noite no clube da Espora quando se vestiu de homem com as roupas de Alfonso.

- E ele cumpriu a ameaça? - Alec estreitou as sobrancelhas.

- Até hoje não, mas todo mundo na cidade e próximo da nossa família sabe que meu pai e ele tem uma richa antiga. Eu nunca entendi porque, mas eles sempre se odiaram.

- Entendi! - Alec assentiu. - E você acha que ele seria capaz de incendiar o estábulo pra te prejudicar?

- Sinceramente não sei.

- Mais alguém em mente? Alguém que poderia querer prejudicar sua família? Algum desafeto que você cultivou durante as competições?

- Não me vem ninguém em mente. - respondeu.

- Certo! - Alec assentiu.

Enquanto os dois conversavam na sala de espera Emanuelle encarou Alfonso.

- O que minha irmã está fazendo lá dentro?

- Ela só está conversando, daqui a pouco ela sai e ai você vai conversar com o Alec.

Emanuelle encarou o guarda parado na porta e sussurrou pra ele.

- Por que ele é tão sério?

- Policiais precisam ser sérios, é uma forma de impor respeito. - respondeu.

- Hum! - ela mordeu o lábio inferior, pensativa.

- Algumas vezes olho pra você e lembro da Any. - Alfonso sorriu.

- Meus pais falam a mesma coisa, que a gente é ingualzinha. - sorriu.

- Se um dia eu tiver uma filha com a sua irmã, também vou querer que ela se pareça com a Any.

- Eu vou gostar se vocês me derem uma sobrinha, porque sobrinho eu já tenho. - deu de ombros.

- Bom talvez demore um pouquinho, mas vou me esforçar pra te dar uma sobrinha e talvez até um sobrinho. - piscou pra ela. - Quem sabe mais de um de cada?

- Eu vi uma foto de trigêmeas, vocês podiam ter trigêmeas também, não ia ser legal? - sorriu animada.

- Três de uma vez? Acho melhor irmos uma de cada vez. - Alfonso riu.

- Mas ia ser legal, porque na foto que eu vi elas eram trigêmeas, mas elas não eram iguais, uma tinha cabelo castanho e as outras duas eram loiras e o olho era diferente. Podia nascer uma menina igual você, uma igual a Any e outra... Igual a mim! - sorriu. - O que você acha?

- Acho que a sua irmã vai adorar a ideia. - Alfonso riu.

- Você é legal, você não quer roubar a minha tata de mim.

- Ninguém vai roubar a Any de você, Manu.

- A sua irmã vai! - Emanuelle fez bico. - Ela quer a Any só pra ela.

- Não é verdade, a Chloe só fala o que fala, porque sabe que você tem ciúmes da Any e não gosta dela. Mas eu prometo pra você que sempre que quiser ir lá pra fazenda vai ter um cantinho especial pra você.

- Obrigada! - Emanuelle sorriu.

- Eu soube que você ta fazendo fisioterapia como está indo?

- Bem!

- Você gosta de ir lá?

- Antes não, mas agora eu gosto. - deu de ombros.

- Ah é? E por que agora você ta gostando?

A porta do escritório de Alec se abriu e Anahí saiu dali com ele.

- Emanuelle, topa conversar comigo um pouco? - Alec a encarou.

- Sozinha? - ela encarou os três adultos apreensiva.

- É rapidinho, pode ir sem medo. - Any sorriu.