Fanfic: ♥ Arrebatados ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

- É, vocês se importam se eu entrar pra ver a Any? Claro se ela puder receber visitas.

- Pode sim, eu levo você lá. - Alfonso respondeu e saiu na frente.

- Com licença! - Rafael cumprimentou Enrique e saiu.

Enrique sentou na cadeira e suspirou.

- Isso ta estranho, cada vez mais estranho!

Alfonso entrou no quarto e Rafael entrou atrás, os dois usando as roupas de proteção exigidas na UTI. Rafael se aproximou da cama e Alfonso não gostou muito quando ele segurou a mão direita de Anahí. Ficou satisfeito quando viu o anel de noivado no dedo dela, um lembrete de que Anahí estava comprometida, muito bem comprometida.

- Poxa Any que chato o que aconteceu com você. - Rafael a encarou. - Olha eu espero de verdade que você se recupere desse acidente, que você consiga acordar logo pra gente continuar nosso negócio de hipismo, não vai ter graça tocar aquilo tudo sem você. - sorriu.

Alfonso encarou Anahí e suspirou, faziam dois dias que ela estava daquele jeito e para Alfonso já fazia anos.

- Eu vou vir muito aqui ainda te perturbar enquanto você estiver aqui, espero que saiba disso e que não leve muitos dias pra você acordar. - sorriu.

Alfonso se aproximou da cama e numa mistura de vontade de tocar nela e necessidade de marcar território, beijou a testa dela e segurou sua outra mão.

- Tenho certeza que ela vai acordar logo.

- É ela vai! - Rafael sorriu e um tanto sem graça soltou a mão dela, as palavras de Letícia aquele dia vieram à tona como se estivessem sendo sussurradas no seu ouvido: “Eles estão noivos e muito apaixonados um pelo outro. E se você quer continuar vivo, nem se atreva a pensar nela dessa forma, Alfonso te mata se souber. Ele é louco por ela, super protetor e extremamente ciumento.” - Bom, eu acho que já vou, sem ela acho que vou ter que continuar tocando as coisas do centro de hipismo sozinho, pelo menos por enquanto.

- É você deve estar cheio de trabalho mesmo, qualquer coisa pede pra Letícia te ajudar, vocês são amigos né? - Poncho o olhou sério, nunca iria aceitar totalmente, a intimidade que Rafael tinha com Anahí.

- Bom, eu estou indo então, espero que ela acorde logo.

- Eu te acompanho, já volto, meu amor. - Alfonso se inclinou e deu um beijo na testa dela.

- Tchau Any! - Rafael forçou um sorriso e deu as costas.

Alfonso encarou a noiva mais uma vez antes de sair do quarto.

Nas duas semanas que se seguiram, Anahí finalmente começou a dar sinais de que estava voltando a consciência e que estava melhorando. Um processo de desmame foi iniciado quando ela começou a dar indícios de que estava respirando sozinha.

A confirmação de que o acidente de Anahí foi criminoso abriu um inquérito para investigar o possível autor ou autores. Leonor e Ramon foram os primeiros a serem chamados para depor. Após darem seus depoimentos e garantirem que não tinham nada a ver com o acidente, ou no caso de Ramon, com o incêndio no estábulo, ambos foram liberados, mas proibidos de sair da cidade.

A polícia então começou a investigar ambos os casos em busca de possíveis suspeitos. Com a melhora de Anahí havia a esperança de que novas pistas pudessem aparecer quando ela acordasse e pudesse depor.

Naquela manhã Enrique e Alfonso chegaram à delegacia atendendo ao chamado de Alec.

- Sentem-se, por favor.

- Alguma novidade sobre o acidente ou o incêndio no estábulo?

- Sobre o incêndio não, mas sobre o acidente sim. Um amigo meu trabalha como delegado na cidade vizinha e ele disse que uma loja de aluguel de carros fez uma denúncia há alguns dias, após um carro que havia sido alugado não ser devolvido. Eles checaram os dados da pessoa que alugou o carro e tanto nome como endereço constaram inválidos, a pessoa usou documentos e nome falso para alugar o carro. Ontem à tarde o carro foi encontrado abandonado numa estrada a quilômetros daqui. O veículo apresentava arranhões na parte lateral direita e na frente.

- Só pode ter sido esse o carro que perseguiu minha filha na estrada.

- Tenho certeza que encontramos o carro, mas voltamos à estaca zero, pois, o condutor não foi encontrado. A polícia de lá está tentando localizar quem alugou o carro, pedi à ele que investigassem por toda a região. Existe alguém em alguma cidade vizinha que poderia querer prejudicar sua filha?

- Não, mas talvez a pessoa seja daqui e alugou o carro em outra cidade com documento falso para despistar. - Enrique respondeu.

- Estamos trabalhando nessa hipótese também.

- Os médicos estão confiantes que a Any vai acordar em breve, eles tiraram os aparelhos dela e ela está conseguindo respirar sozinha. Eles disseram que é questão de dias pra ela acordar. - Alfonso respondeu.

- Espero então que ela acorde e possa nos ajudar com seu depoimento. - Alec respondeu.

- Tenho certeza que aconteceu alguma coisa pra ela inventar de pegar a pista à noite, conheço minha filha, ela não ia sair sozinha à noite.

- Como o celular dela ficou destruído durante o acidente, eu pedi uma ordem judicial para que a operadora do celular possa nos fornece os dados do telefone dela. Talvez tenha alguma ligação, alguma coisa que possa nos ajudar. Infelizmente eu ainda não obtive o retorno deles.

- Se aparecer mais alguma coisa Alec avise a gente, por favor. - Alfonso pediu.

- Pode deixar, vou fazer isso. - assentiu.

Marichello folheou a revista e encarou Anahí, sorriu aliviada ao ver a filha com um fino cateter nasal e não mais um tubo enfiado em sua boca. Aquilo era uma prova a mais de que sua filha estava se recuperando e que logo acordaria. Baixando a cabeça ela voltou os olhos pra revista.

Anahí começou a tossir do nada, Marichello se levantou da cadeira na hora e se aproximou da cama.

- Filha?! - chamou.

Anahí tossiu mais uma vez e levou a mão ao rosto, aos poucos, abriu os olhos.

- Mãe?

- Filha! - Marichello a encarou com os olhos marejados. - Querida, você acordou!

- O que aconteceu? - Any suspirou. - Minha boca ta seca, minha garganta ta doendo.

- Você sofreu um acidente filha, não se lembra?

- Acidente, que acidente mãe? - Any estreitou as sobrancelhas.

- Você estava indo pra cidade vizinha, não se lembra que estava dirigindo a caminhonete?

- Caminhonete do que a senhora ta falando mãe?

- A caminhonete vermelha filha, a que você comprou pra poder usar e assim parar de pegar o carro do seu pai e do seu irmão.

- Eu tenho uma caminhonete vermelha? - Any estreitou as sobrancelhas. - Mas o papai mal me deixa dirigir junto com ele, quando foi que ele comprou a caminhonete pra mim? Mãe pega água pra mim, por favor?

Marichello se virou e pegou um copo de água, aos poucos e devagar ajudou Anahí a bebê-la.