Fanfic: ♥ Arrebatados ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

- Filha... Qual é a última coisa de que você se lembra?

Anahí estreitou as sobrancelhas.

- Isso incomoda. - passou a mão pelo fio do cateter.

- É pra te ajudar a respirar filha, responde o que eu te perguntei querida.

- Eu me lembro que eu tava treinando com o Pablo pra apresentação na capital.

- Pablo?

- Pablo Camarillo mãe, meu treinador. Lembro de ter treinado com ele de manhã, depois ir pra casa e acho que eu pratiquei piano, há quanto tempo to desacordada? - estreitou as sobrancelhas.

- Filha eu já volto, eu vou chamar um médico pra ver se está tudo bem com você ok?

- Ta! - Any assentiu.

Marichello saiu do quarto e foi pro corredor, assim que encontrou o médico o abordou.

- Por favor, preciso que examine a minha filha, ela acordou, mas parece que está muito confusa.

- Está bem, eu estou indo vê-la. - o médico sorriu.

Marichello ficou no corredor aflita, torcendo pra que a confusão de Anahí fosse apenas momentânea. Quando Alfonso e Enrique surgiram no corredor ela retorceu as mãos, achando melhor não contar nada à eles. Mas bastou Enrique olhar pra ela pra entender que algo estava errado.

- O que foi querida, alguma coisa com a Any?

- Ela acordou.

- Acordou? - Alfonso sorriu.

- Sim, mas... O médico entrou pra examinar ela, é melhor a gente esperar ele sair.

- Assim que ele sair vou perguntar se eu posso vê-la. - Alfonso sorriu. - Não acredito que finalmente esse pesadelo acabou. - sorriu.

Marichello forçou um sorriso. Minutos depois quando o médico saiu, Alfonso foi o primeiro a perguntar.

- Como está minha noiva?

- Clinicamente ela está bem, vamos deixar o cateter nasal pelo menos por hoje e vamos mantê-la em observação para prevenir alguma recaída.

- Eu posso entrar pra vê-la? - Alfonso perguntou animado.

- Podem vê-la, mas é bom se prevenirem sobre uma coisa antes. Anahí está com uma sequela do acidente, uma sequela que pode ser temporária ou na pior das hipóteses permanente.

- Que sequela? Você acabou de dizer que minha filha está bem.

- Sim, clinicamente ela está bem, os reflexos dela estão todos normais, o problema está em suas lembranças. Anahí está sofrendo o que chamamos de Amnésia Parcial de Curto Prazo.

- O que o senhor quer dizer com isso? - Enrique o encarou preocupado.

- Eu conversei com a sua filha e identifiquei que ela estava um pouco confusa, ela não tem ideia do porque está aqui. Fiz algumas perguntas sobre quem ela era, onde morava e o que ela fazia.

- E o que ela disse?

- Bom... Ela me disse que tem 18 anos, que desde os sete anos participa de competições de hipismo, que nesta manhã ela esteve com o treinador dela Pablo Camarillo, me disse que vai participar de uma competição na capital daqui duas semanas. Me falou que é filha de Ricardo e Marichello Portillo, que tem um irmão mais velho de 23 anos e uma irmã caçula de 05 anos, Christopher e Emanuelle.

- O que isso quer dizer? - Alfonso o olhou assustada.

- Que infelizmente sua noiva não se lembra de nada do que viveu nos últimos cinco anos. Quando perguntei em que ano estávamos ela respondeu Agosto de 2011.

- Não! - Alfonso passou a mão pelos cabelos. - Não isso não ta acontecendo, você ta me dizendo que se eu entrar lá agora ela não vai saber quem sou? Que ela não tem ideia de que estamos noivos, de que eu tenho uma irmã e ela um sobrinho de poucos meses? Que a irmã dela ficou em coma por mais de três anos, nada disso? - se exaltou.

- Infelizmente, as memória até Agosto de 2011 estão preservadas, é desse ponto pra frente que ela não se lembra, qualquer coisa que tenha acontecido depois disso, ela não tem ideia de que viveu.

- Alfonso se acalma, por favor, doutor, podemos fazer alguma coisa? - Enrique perguntou.

- Temos que esperar e ver o que vai acontecer. Vai ser um choque pra ela, quando descobrir que atualmente ela tem 24 anos, ela vai ter que conhecer o sobrinho que não faz ideia que existe, lidar com uma irmã que estará cinco anos mais velha e terá que assimilar tudo isso aos poucos. Depois desse processo é que podemos tentar ajudá-la a recuperar suas lembranças.

- Quanto tempo isso pode levar? - Marichello perguntou. - Para ela recuperar a memória?

- Esses casos são relativos, pode ser uma perda de memória temporária, as lembranças podem voltar todas aos poucos e talvez não retornem nunca. E se não retornarem vocês terão que entender e ela vai precisar retomar a vida dela mesmo com essa lacuna. - respondeu.

- Não, não aceito isso, eu preciso vê-la, eu tenho certeza que quando ela me ver, ela vai se lembrar de mim.

- Alfonso espera... - Marichello pediu, mas ele não lhe deu ouvidos. - Vai atrás dele, querido.

- Com licença!

A porta do quarto de Anahí se abriu e ela se inclinou sobre a cama. Alfonso entrou e seu coração disparou ao mesmo tempo em que um alivio tomou conta dele por ver Anahí acordada. Sem conseguir falar nada, ele apenas a encarou esperando algum sinal de reconhecimento, ansiando pelo momento em que ela ia se lembrar dele, sorri daquele jeito que ele amava e chama-lo de cowboy.

A porta se abriu de novo e Enrique entrou no quarto.

- Pai! - ela sorriu.

A decepção caiu como um peso sobre Alfonso quando ele se deu conta de que Anahí não se lembrava dele.

- Oi filha. - Enrique se aproximou da cama.

- Oi pai... Quem é ele? - Any apontou Alfonso com a cabeça.

Alfonso deu as costas pra ela pra que Anahí não visse as lágrimas que começavam a acumular em seus olhos. Aquela palavras doeram bem mais do que quando ela foi até a fazenda terminar tudo com ele, porque estava voltando para Zurique.

- É o Alfonso, você não se lembra dele? - Enrique sorriu, encarando ela e Alfonso.

- Não, ele é filho de algum amigo seu?

- Enrique eu já vou ta? Com licença. - Alfonso respondeu e saiu às pressas.

- Ele ta bem? - Any estranhou quando Alfonso bateu a porta.

- Só está passando por alguns probleminhas, fica tranquila. - sorriu e beijou a cabeça dela.

- Pai que história é essa que a mãe falou de eu ter uma caminhonete vermelha? Você nem me deixa dirigir e eu descubro que tenho um carro, aliás o que aconteceu pra eu vir parar aqui?

- Depois te explico tudo isso filha, agora descansa ok? - sorriu.