Fanfic: ♥ Arrebatados ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Anahí passou o caminho todo reclamando.

- Vocês não tinham o direito de me tirar daquele bar a força. Letícia é uma traidora.

- Sabia que você bêbada consegue ficar mais chata? - Alfonso reclamou e parou o carro ao chegar em sua fazenda. - Não sei como eu me apa... - se interrompeu ao ver que estava falando demais.

- Apa o que? - Any o encarou estreitando as sobrancelhas.

Alfonso a olhou sem saber o que responder. Any fez uma careta e tampou a boca com ambas as mãos.

- O que foi?

Suspirando Any colocou a mão no estômago e fez careta.

- Ah não, dentro do meu carro não Any. - Alfonso abriu a porta.

Correndo ele deu a volta e abriu a porta do carro pra Any ajudando-a a sair de lá. Any se apoiou nos braços dele e encarou o chão.

- Parece que ta acontecendo uma guerra dentro do meu estômago.

- Isso que dá não estar acostumada a beber e tomar um porre de estômago vazio. - Alfonso advertiu, mas de forma terna. Aproveitando que estavam próximos entrelaçou seus dedos nos dela e beijou sua testa. - Ainda vai vomitar?!

- Acho que passou, pode me ajudar a sentar?! - Any o encarou.

Alfonso sorriu e a guiou até os degraus. Ajudou Any a se sentar e sentou ao lado dela. Já estava escurecendo e as primeiras estrelas apareciam no céu. Encarando-a ele lembrou de quando haviam ido ao clube e ao voltar se sentaram naqueles mesmos degraus. Mesmo sabendo que era errado, agradeceu por Any estar bêbada e sem o carro do irmão, pelo menos dessa vez ela não ia fugir dele e ir embora.

- E então, o que te deu pra querer beber hoje? - Alfonso perguntou querendo puxar assunto.

Any respirou fundo e Poncho se surpreendeu quando viu os olhos dela marejarem.

- Eu só queria esquecer e eu tava esquecendo, mas ai aquele Ramon apareceu e me fez lembrar de tudo.

- Por isso você bateu nele? - Alfonso se aproximou mais dela.

- Foi! - Any assentiu e enxugou o rosto.

- E o que você queria esquecer?

- Daquele dia. Hoje faz três anos que tudo aconteceu, mas eu não queria Poncho, não queria provocar aquilo. - o encarou e começou a soluçar.

- Any do que você ta falando?

- Dos cavalos, do Meia-Noite. - ela tapou os ouvidos e fechou os olhos. - Eu ainda consigo me lembrar do barulho dos cascos... Do pânico. Eu não queria que tivesse acabado daquele jeito, não era pra acabar daquele jeito. - ela balançou a cabeça repetidas vezes.

- Calma Any não fica desse jeito, olha pra mim. - puxou as mãos dela.

Anahí o abraçou surpreendendo-o.

- Ramon tem razão eu nunca devia ter voltado.

- Hei não diz isso, se você não tivesse voltado, nunca teria te conhecido. - se afastou e a olhou nos olhos.

- Ia ser melhor assim, você me odiaria se soubesse o que eu fiz. Hoje faz três anos que tudo aconteceu, disseram que foi um acidente, mas a culpa foi minha. Eu matei o Meia-Noite, Poncho.

- Não, não matou, seja o que for que tenha acontecido, não foi sua culpa.

Any puxou a mão dele e levou seus dedos até as costelas do lado esquerdo, bem onde Alfonso sabia que tinha a tatuagem com o rosto de Meia-Noite.

- Consegue sentir?! - pressionou os dedos dele.

Alfonso estreitou as sobrancelhas e notou que além das proeminências ósseas sentiu outra coisa. Cicatrizes.

- O que aconteceu?

- Três costelas quebradas e o pulmão do lado esquerdo perfurado. Um preço pequeno que eu paguei pelo que eu fiz. Pena que eu não estava sozinha e mais alguém pagou o preço, só que muito mais alto. Sou um monstro.

- Não é não, seja o que for que tenha acontecido não foi sua culpa, olha pra mim. - segurou o rosto dela. - Não foi sua culpa Any, foi um acidente.

- Me desculpa ter ignorado você esses dias, você não é o cowboy metido que eu pensava, eu gosto de você Poncho, por isso eu fugi.

- Gosta? Quanto? - perguntou surpreso.

- Assim! - Any sussurrou antes de puxar o rosto dele e o beijar.

Alfonso envolveu os braços em torno da cintura de Anahí fazendo-a sentar no seu colo. Sua língua explorou os cantos de sua boca sentindo o gosto do álcool. Anahí gemeu agarrando seus cabelos beijando-o como se estivesse se alimentando dele. Alfonso ergueu a blusa dela e acariciou a região das costelas, sentiu as cicatrizes discretas do lado esquerdo, mas aquilo não importava. Tudo que queria era levar Anahí pra dentro e fazer amor como ela como da outra vez. Estava prestes a se levantar, levando-a junto com ele, quando ela apoiou as mãos em seus ombros e o empurrou.

- Hei, o que foi?

- Banheiro! - Any gemeu.

Tropeçando nas pernas de Poncho, Any ficou de pé e correu pra dentro da casa. Alfonso suspirou e a seguiu. Quando chegou ao banheiro próximo da cozinha, adivinhou pelos barulhos que Any estava vomitando.

- Hei você ta bem? Quer alguma ajuda?

- Não... Não entra... Aqui, por favor. - Any respondeu entrei um gemido e outro.

Alfonso a ouviu tossir e fez uma careta ao ver que ela estava vomitando mais. Forçou a maçaneta e a porta se abriu.Na certa Any entrara com pressa sem tempo pra trancá-la.

- Poncho! - ela protestou com a cabeça enfiada na privada, uma das mãos tentava segurar os cabelos.

Alfonso se aproximou e puxou os cabelos dela num rabo de cavalo.

- Não podia ficar lá fora ouvindo.

Any tossiu e continuou vomitando, quando terminou ela abaixou a tampa da privada e apoiou os braços na mesma.

- Acho que depois dessa nunca mais você vai querer me beijar. - ela resmungou com certa tristeza.

- Mesmo sabendo que me beijar faz você vomitar, eu sempre vou querer beijá-la. - Alfonso sorriu.

- Palhaço. - Any riu e gemeu em seguida tombando a cabeça na tampa da privada.

 - Como se sente? - Alfonso a olhou preocupado.