Fanfic: ♥ Arrebatados ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

 - Me ajuda Dulce eu não sei o que fazer. - Anahí a abraçou. - Eu vou estar morta quando chegar a Zurique, vou definhar naquele lugar, mas não posso deixar minha irmã morrer. Emanuelle está lá por minha culpa, é minha obrigação cuidar dela. - soluçou sentindo-se despedaçar por dentro.

- Calma não fica assim, por favor. - Dulce suplicou, acariciando seus cabelos, sem saber o que fazer.

Alfonso sorriu ao abrir a porta de casa.

- Está atrasada madame.

Anahí respirou fundo e deu um passo atrás, antes que Alfonso pensasse em se aproximar.

- Você está sozinho?

- O que aconteceu? - Alfonso notou que algo estava errado, ao ver como Anahí estava séria.

- Preciso falar com você. - Any passou por ele e entrou na casa.

A primeira coisa que viu foi a árvore de Natal ainda montada. Lembrou de quando ela e Alfonso saíram pra compra-la, de como Chloe ficara feliz ao vê-la e da conversa que Any teve com ela logo em seguida, falando dos pais dela que não estavam mais presentes. Dali pra frente tudo que Anahí teria seria isso. Lembranças.

- Any o que você tem? - Alfonso se aproximou, sua voz denunciando o quanto estava preocupado.

- Eu não ia vir até aqui. - Anahí se virou pra ele, Alfonso se assustou ao ver que ela chorava. - Mas a ideia de simplesmente ir embora sem falar com você, você não merece isso. Eu nunca me perdoaria, você nunca me perdoaria e eu não ia conseguir lidar com a ideia... De que você pudesse estar me odiando porque fui embora sem me despedir. - soluçou.

- Ir embora? Do que você tá falando? - se aproximou.

- Vou voltar pra Zurique está noite!

Alfonso parou em choque tentando absorver aquelas palavras, ela não poderia estar indo embora assim do nada. Não quando ele fazia tantos planos para os dois.

- Ir embora? Por quê? - ele piscou atordoado.

- Não posso continuar aqui, por mais que eu queria ficar... Meu lugar é na Suíça, é lá que precisam de mim.

Alfonso suspirou abaixando a cabeça, passou a mão pelos cabelos enquanto tentava assimilar que a coisa que mais temia, a que evitava pensar havia se tornado realidade. Ela estava indo embora pela irmã.

As palavras de Enrique naquele dia quando lhe contara tudo voltaram com clareza, como se tivesse acabado de acontecer.

[...] - Ela está apaixonada por você. Eu vi o jeito que vocês se olham e ela ama você também, talvez não tenha se tocado do quanto, mas eu conheço minha filha. Só que infelizmente isso não vai ser suficiente.

- Então não importa o que a gente faça, ela vai embora. - Alfonso respondeu sentindo o coração se apertar.

- Sim! - assentiu. - Há não ser que um milagre aconteça, Anahí vai partir, mais cedo ou mais tarde. [...]

- Por favor Any, não vai embora. - ele se aproximou e segurou o rosto dela entre as mãos. - Eu sei que eu to pedindo muito, mas fica comigo! Você não teve culpa pelo que aconteceu. - enxugou suas lágrimas. - Não continue fazendo isso com você, não pode continuar se punindo assim pelo que houve com a sua irmã.

Anahí deu dois passos pra trás se afastando.

- Você sabe?! - perguntou em choque, Alfonso suspirou antes de assentir. - Como você sabe disso?

- Seu pai me contou na manhã seguinte ao desaparecimento da Chloe. Você teve febre durante a noite, ficou repetindo a palavra fogo, dizendo para acudirmos os cavalo e Meia-Noite. - Alfonso explicou encarando-a nos olhos. - Fui procurar seu pai e ele me contou sobre a Emanuelle. Foi ai que entendi porque você fez essa tatuagem no pulso.

Anahí encarou a tatuagem e depois Alfonso, as lágrimas escorriam pelo seu rosto sem que ela pudesse fazer nada. Não soube dizer se era melhor ou pior Alfonso saber de tudo.

- Se meu pai te contou da Emanuelle então você sabe que a culpa foi minha, eu provoquei aquele incêndio e desde aquela noite minha irmã está em coma. Por mais que eu ame este lugar, como você acha que eu vou conseguir ficar aqui, viver aqui e fingir que nada aconteceu? - Anahí respondeu se alterando.

- Any a culpa não foi sua. - Alfonso se aproximou, e segurou o rosto dela entre as mãos. - Foi um acidente, você não podia prever que aquilo ia acontecer. Não faça isso com você mesma.

- Você não sabe como as coisas aconteceram aquela noite. Foi tudo minha culpa Poncho.

Alfonso guiou Anahí até o sofá, assustado ao ver como ela tremia.

- Seu pai não soube me dizer exatamente o que houve naquela noite, me explica o que aconteceu. - cobriu as mãos dela com as suas, tentando aquecê-las.

- Já passavam das duas horas da manhã. - Anahí suspirou começando a contar.

[...] Acordei com a Manu em cima de mim, me chacoalhando.

- Tata, acorda, anda!

- Emanuelle vai pra cama! - resmunguei tentando me virar de lado.

Manu afastou meus cabelos do meu rosto, pra sussurrar no meu ouvido.

- Não tata, eu quero ver os cavalos dormindo!

- Hum... Amanhã cedo eu te mostro.

- Amanhã cedo eles vão estar acordados. - teimou.

Resmunguei alguma coisa não dando ouvidos à ela e voltei a dormir. Emanuelle me chacoalhou de novo.

- Não dorme tata, você me prometeu que eu ia ver os cavalos dormindo. Levanta! - puxou minhas mãos.

- Ai Emanuelle que coisa você hein! - resmunguei me sentando na cama. - Se o pai brigar a culpa vai ser sua.

- Vamos ver os cavalos? - ela sorriu com os olhos brilhando.

- Vamos! - resmunguei, passando a mão pelos cabelos.

Emanuelle pulou da cama empolgada e acabei rindo. Só minha irmã mesmo pra ficar feliz apenas porque vai ver nossos cavalos dormindo.

Depois de colocar um agasalho em nós duas, peguei um lampião na cozinha e uma caixa de fósforos.

- Eu não vou acender as luzes porque isso vai chamar a atenção dos empregados e vai acordar os cavalos. - sussurrei para Manu assim que chegamos. - Então vamos entrar com isso. - acendi e mostrei o lampião.

Emanuelle assentiu obediente. Abri o portão do estábulo e entramos. Com a altura das baias tive que pegar minha irmã no colo, de forma que fiquei segurando ela com uma mão e o lampião com a outra.