Fanfic: ♥ Arrebatados ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

- Eu vou contar uma coisa pra vocês... - Alfonso resmungou enquanto era arrastado.

- Acho melhor você ficar de boca fechada cara. - Ian respondeu, fazendo uma careta.

- Aquela madame... Vai me pagar... Ela não podia ter ido embora.

- Realmente não podia. - Christian concordou, soltou Alfonso para abrir a porta do carro.

- Eu vou ligar pra ela... E ela vai ouvir umas boas verdades. - Alfonso resmungou e pegou o celular no bolso. - Madame... É aqui é cowboy que você abandonou sua... Ingrata! Mandei bem né? - sorriu olhando os dois.

Ian e Christian se encararam ao ver que Alfonso falava sozinho no celular. Suspirando eles fecharam a porta. Chris entrou no carro e Ian foi na sua caminhonete logo atrás.

- Eu só to ligando pra você saber... Que eu não gosto mais de você, e que você pode morrer ai que eu não me importo, OUVIU! - gritou, olhando o celular de cara feia. - Volta pra mim madame, vem me irritar. - choramingou, e de tão bêbado derrubou o celular no chão.

Alfonso tombou no banco e passou o caminho inteiro resmungando e chamando por Anahí. Assim que chegaram na fazenda Christian estacionou o carro e Ian desceu do seu para ajudá-lo.

- Acho que bêbado, meu irmão fica bipolar, ele passou o caminho todo pedindo pra Any voltar e depois mandando ela ir pro inferno. - suspirou.

- Acho que ela partiu o coração dele. - Ian respondeu ao abrir a porta.

Christian suspirou e ajudou Ian a retirar Alfonso do carro. Com muito custo, os dois entraram na casa e subiram a escada. Por sorte Alfonso estava apagado e não fez escândalo, do contrário Chloe teria acordado.

Ao chegar ao quarto dele, Ian e Christian jogaram Poncho na cama.

- Obrigado por ter me ajudado, sozinho eu não teria conseguido.

- Quando ele acordar, ele vai ver o que é bom. - Ian respondeu.

Alfonso resmungou chamando a atenção dos dois. Virando de lado, ele abraçou o travesseiro.

- Any!

- Agora ele vai dormir. - Christian encarou Ian.

- Sim... Eu já vou, ta tarde e eu deixei a Letícia sozinha. Se precisar me liga ok?

- Ok, te acompanho até a porta. - Christian o acompanhou deixando a porta do quarto de Alfonso aberta.

Ao dar mais uma olhada no irmão viu que ele dormia deitado de lado, agarrado ao travesseiro.

Lara atravessou as portas do elevador e assim que passou pela recepção, cumprimentou sua secretária.

- Bom dia. Pode ligar para a minha sobrinha, por favor?

- Ela já está aqui senhora.

- Na sala dela? - perguntou surpresa e a secretária assentiu.

Lara virou o corredor que dava na sala de Anahí. Abriu a porta e ficou observando a sobrinha sem ser notada. Sentada em frente ao notebook, Any encarava a tela sem prestar atenção. Uma mão repousava sobre o mouse e a outra brincava com o pingente de cavalo e ferradura, deslizando-o pelo cordão.

- Any!

- Hum?! - Any piscou erguendo os olhos para a tia.

- Estava distraída pensando em que?

Any encarou o pingente que segurava e sentiu seus olhos marejarem.

- Nada madrinha! - soltou a cordão.

Lara suspirou e sentou na cadeira de frente pra ela.

- Não minta pra mim, você não está bem. Acho que está pior do que na primeira vez que viemos pra cá. Pelo menos naquela época tudo isso era novidade, mas agora você já está habituada à cidade.

Any abaixou a cabeça e entrelaçou suas mãos no colo.

- É por causa daquele rapaz que você está mal desse jeito não é?

- Não sei do que você ta falando. - respondeu ainda cabisbaixa.

- Sabe sim, estou falando do rapaz que te deu esse colar que você não tira por nada. O rapaz que você ficou de olhares na noite de Natal com quem desapareceu no final da festa. Alfonso o nome dele, não é?

- Madrinha não quero falar disso. - a encarou.

- Eu sei que vocês se envolveram, você terminou tudo com ele antes de vir pra cá, acertei?

Anahí assentiu, as lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto.

- Ele queria me esperar, mas eu não deixei. Arruinei tudo e agora ele me odeia. - levantou da cadeira e foi até a janela. - A gente nunca ia dar certo mesmo, foi melhor assim.

- Acho que você não acredita no que está dizendo. - Lara suspirou ficando de pé.

- Madrinha você acha que eu sou uma pessoa egoísta? - Any se virou pra ela. - Acha que eu só estou mantendo a Manu viva pra me safar de alguma culpa?

- Por que está dizendo isso?

- A psicóloga do hospital conversou comigo e me fez pensar em algumas coisas. Você acha que a Manu sente dor? Acha que ela está sofrendo, mesmo estando dormindo?

- Eu não sei, querida, por que ta me perguntando isso?

- Eu não quero que a Manu sofra, madrinha. A psicóloga me disse que ela ta cansada, que o corpo dela não tem mais forças. Você acha que eu to torturando ela deixando aqueles aparelhos ligados?

- Não, filha, não pensa assim. Me diz... O que o seu coração acha?

- Ta todo mundo contra mim, dizendo pra eu aceitar, pra eu deixar ela ir embora, mas eu não to pronta madrinha. Não sei mais se eu to fazendo a coisa certa, eu só sei que eu já perdi o Poncho, o carinho da Chloe, meu lugar naquela fazenda... Não posso perder minha irmã também.

- Eu entendo, querida! - Lara a abraçou. - Não vamos fazer nada contra sua vontade, eu prometo.

Any abraçou a madrinha enquanto soluçava. Só queria que a dor dentro dela parasse de uma vez por todas.

Já passava das nove horas da manhã quando Alfonso desceu e encontrou Christian na cozinha.

- Com fome? - seu irmão sorriu ao vê-lo.

Alfonso se jogou na cadeira sentindo que a qualquer momento sua cabeça ia explodir.

- Cadê a Chloe? - resmungou.

- Na casa do Ian e da Letícia, pedi pra eles virem pegá-la. Não queria que ela acordasse e te visse assim.

- Como cheguei aqui? - suspirou, servindo-se de café.

- Ian e eu fomos te buscar no Clube da Espora, eu nunca tinha te visto tão bêbado quanto ontem.

- Eu sei que foi burrice, mas... Eu só queria amortecer um pouco o que eu to sentindo.

- Quer conversar? - Christian sentou ao lado dele.

Alfonso suspirou e encarou a xícara de café.

- Quando nossos pais morreram eu... Eu me senti perdido sabe? Sem saber que rumo tomar, sem saber como eu ia fazer pra cuidar de tudo isso - apontou a casa - e de uma criança de sete anos. Eu sei que o que aconteceu entre mim e Anahí é totalmente diferente, mas... Sei lá, dói muito mais saber que ela foi embora do país, do que saber que eu nunca mais vou ver meus pais. - suspirou. - Quando eles morreram, eu fiquei com medo, mas eu sabia que era capaz de cuidar de tudo isso aqui, de cuidar da Chloe, entende?

- Sim!