Fanfic: ♥ Arrebatados ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

- Quando eu conheci a Anahí, ela me irritava profundamente com aquele ar de superior e tudo o que eu queria era tirar ela do sério. Mas ai as coisas foram mudando, eu fui conhecendo ela de verdade e me apaixonando... Ela preencheu um vazio dentro de mim que eu nem tinha reparado que existia. Eu fiquei tão focado em manter a fazenda em pé, dar uma vida normal na medida do possível pra Chloe que esqueci de mim, da minha dor. E foi como se ela tivesse visto isso em mim e me curado. Eu voltei a pensar em mim, a fazer planos, parei de cuidar só da minha irmã e dessa fazenda e voltei a viver minha vida. Voltei a ser feliz e me senti completo de novo.

Christian permaneceu calado prestando atenção no irmão, sentiu-se mal por não poder fazer nada.

- Mas agora que ela se foi, é como se tivesse levado uma parte de mim junto, isso que você ta vendo é o que sobrou. - Alfonso suspirou, enquanto se apontava. - Eu to me sentindo muito mais destruído agora, como se eu tivesse perdido meu coração e uma parte da minha alma. Não me sinto mais capaz de cuidar disso tudo, de cuidar da Chloe. Não tenho forças pra levantar a cabeça e tocar o barco como fiz quando nossos pais morreram. Não sobrou nada de bom em mim, Anahí levou tudo com ela. A única coisa que eu tenho vontade de fazer é ficar trancado no meu quarto... Esperando. - deu de ombros.

- Só que você sabe que não pode se entregar assim, a vida obrigada a gente a seguir andando, ela não para e nem espera a gente. Eu sei que eu sou um irresponsável e não tenho a menor vocação pra cuidar disso tudo, mas eu to aqui com você, vou te ajudar com a Chloe e com o que eu puder.

- Eu queria que ela voltasse. Como eu queria ouvir aquela voz dela de novo me chamando de cowboy, com aquele jeitinho mandão dela. - suspirou. - Ela me enlouquecia quando levantava o queixo e me desafiava. Eu tinha certeza que íamos ficar juntos pra sempre e agora...

Alfonso abaixou a cabeça e começou a chorar. Christian suspirou e o abraçou.

- A gente vai dar um jeito nisso Poncho. Você vai ver!

Vale do Oeste, México - 13hrs:16min

Dulce parou na porta do quarto de Anahí e suspirou ao ver Marichello lá dentro.

- Tudo bem?

- Sim filha, sim... Só estava pensando. - suspirou enxugando o rosto.

- Lembrando da Any, acertei? - se aproximou.

Marichello assentiu e Dulce sentou na cama ao lado da sogra.

- Eu também sinto falta dela, ela ficou tão pouco tempo, mas foi suficiente para a gente se acostumar e acreditar que ela não ia mais embora. - suspirou.

- Sim! - enxugou o rosto. - Às vezes eu acho que não fui uma boa mãe.

- Por que ta dizendo isso?

- Ah às vezes eu acho que deveria ter apoiado mais a Any, ficado do lado dela. Não deixado ela se martirizar tanto e ir embora daqui. - suspirou. - E me sinto mal pela Manu, por ter cogitado interromper a vida dela.

- Era uma decisão muito difícil Marichello, vocês optaram pelo que acharam melhor. - respondeu.

- Pode ser, mas mesmo assim... Sinto como se eu tivesse falhado, como se a minha família tivesse se partido por minha culpa.

- Não diz isso, você não teve culpa de nada. - Dulce a encarou.

Marichello a encarou e sorriu enxugando as lágrimas.

- Que sorte que meu filho tem por ter você.

- Eu quem sou a sortuda. - sorriu e a abraçou.

Quando chegou ao estábulo Alfonso ainda sentia sua cabeça latejar de dor e tudo o que queria era ficar deitado o dia todo. Talvez a semana toda.

- Está melhor? - Ian perguntou, vindo de encontro à ele.

- Sim... Obrigado por ter ido me buscar. - suspirou.

- Não foi nada... Eu não podia deixar você se acabar daquele jeito. - respondeu.

- Minha cabeça ta doendo, mas eu já estava esperando por isso. - suspirou.

- Um último dia de trabalho no ano vai te fazer bem e vai te distrair. - Ian bateu nos ombros dele.

- Como os cavalos estão? - Alfonso perguntou, indo na direção das baias.

- Todos perfeitamente saudáveis, só estou enfrentando problemas com um.

- Qual?

Ian saiu na frente e Alfonso o seguiu, torceu para que os problemas não envolvessem o seu cavalo.

- Este! - Ian apontou uma das baias.

Alfonso encarou Ollen e suspirou. Havia se esquecido daquele detalhe.

- O cavalo dela... Me esqueci completamente.

- O que você quer fazer? Teoricamente ele é seu, você o comprou, mas... Você o deu de presente pra ela.

Alfonso encarou Ollen e sem resistir se aproximou e tocou a região do pescoço do cavalo.

- Leve de volta pra fazenda do Enrique. - suspirou dando as costas, não queria nada que pudesse fazê-lo se lembrar de Anahí.

- Tem certeza? O pai dela já o vendeu uma vez e se ele...

- Não me importa se ele tentar vender de novo, dessa vez ela não estará aqui para reclamar.

Ian suspirou vendo o amigo abrir a baia e tirar seu cavalo de dentro dela. Alfonso puxou as rédeas de Trovão levando-o para fora do estábulo. Ian sabia porque o amigo estava agindo daquela forma.

Quanto menos lembranças de Anahí, Poncho tivesse, mais fácil seria essa separação. Seu amigo fingiria não se importar até que a mentira se tornasse verdade.

Lhe ocorrendo uma ideia, Ian correu atrás de Alfonso, antes que o mesmo partisse.

- E se eu levar o Ollen pra minha casa?

- O que? - Alfonso estreitou as sobrancelhas, encarou o amigo enquanto montava em seu cavalo.

- Eu levo ele comigo, o Barão já fica por lá mesmo, Ollen pode servir de companhia.

Alfonso suspirou encarando o estábulo, no fundo queria ficar com o cavalo, queria se apegar a qualquer coisa que lembrasse de Anahí, mas sabia que qualquer coisa que fizesse seria perda de tempo.

- Está bem, faça como você quiser.

- Obrigado! - Ian sorriu, num cumprimento típico deles tocou a aba de seu chapéu.

Alfonso respondeu ao cumprimento movendo seu chapéu. Guiando as rédeas de Trovão, ele usou as botas para dar batidinhas nas costelas do cavalo. Trovão relinchou antes de sair a galope.