Fanfic: ♥ Arrebatados ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Zürich, Suíça - 20hrs:28min

Lara entrou no quarto de Anahí e suspirou ao vê-la deitada na cama.

- Não está pronta ainda?

- Eu não vou madrinha. - Any suspirou.

- Ora como assim não vai? É noite de ano novo. - Lara cruzou os braços. - Você esqueceu do espetáculo com os fogos que tem lá na praça? Nunca perdemos um ano.

- Vai você! - Any mordeu o lábio inferior. - Eu vou ficar aqui ou talvez vá ao hospital ficar com a minha irmã.

Lara sentou na cama ao lado de Anahí e a abraçou.

- Por que você não aproveita que é noite de ano novo e não retoma a sua vida? Ou melhor, começa esse novo ano com uma postura diferente, prometa à você mesma que vai parar de se culpar pelo que houve e que vai seguir com a sua vida.

- Eu vou voltar a ser a mesma de antes madrinha. - Any respondeu, e se afastou para poder encará-la nos olhos. - Só me dá um tempo pra... Eu me readaptar ok?

Lara encarou a sobrinha sentindo seu coração se apertar ao ver seus olhos marejados.

- Ok, meu amor... Eu vou dar todo o tempo do mundo que você quiser. Contanto que você pelo menos tente voltar a ser feliz entendeu?

Anahí assentiu e enxugou às pressas duas lágrimas teimosas que escorreram pelo seu rosto.

- Quer que eu fique aqui com você?

- Não madrinha, você adora o espetáculo com os fogos, não fique presa ao apartamento por minha causa.

- Mas e você? - Lara a encarou com o coração partido.

- Eu vou ficar com a minha irmã no hospital, pelo menos fazemos companhia uma a outra. - respondeu.

- Tem certeza?

- Tenho madrinha, obrigada pelo convite, mas agora a gente só vai se ver no ano que vem.

- Está bem! - Lara sorriu, antes de abraça-la e enche-la de beijos.

Ao chegar ao hospital a recepcionista cruzou os braços e olhou Anahí de cara feia.

- Todo mundo querendo ir pra praça curtir a virada de ano e você aqui?

Anahí forçou um sorriso e abaixou a cabeça, encarou as rosas brancas que havia trazido.

- Feliz ano novo! - estendeu uma das rosas pra ela.

A recepcionista aceitou a flor com um sorriso nos lábios.

- Ela é toda sua! - apontou o corredor que dava no quarto de Emanuelle.

- Obrigada! - sorriu.

Ao entrar no quarto da irmã, Anahí colocou as flores brancas junto com as flores lilases que havia trazido mais cedo. Puxando a poltrona, ela sentou perto da cama.

- É irmãzinha mais um ano que se encerra e um novo que se inicia. - suspirou.

Anahí encarou a irmã e forçando um sorriso ficou de pé.

- O que você achou da minha roupa? - foi até a porta e voltou como se estivesse desfilando. Ao chegar na beirada da cama, parou e colocou as mãos na cintura.

Usava um sobretudo bege, com pelinhos brancos na gola. Uma bota marrom, calça jeans preta, luvas de couro brancas e por baixo do sobretudo uma blusa de lã branca.

- Não ficou ruim né? - Any fez uma careta. - Não tinha muitas peças brancas no meu armário e com um frio de 6ºC foi o melhor que encontrei. - deu de ombros. - O cabelo você gostou? - inclinou a cabeça de lado e correu os dedos pelos fios. - Não quis fazer nenhum penteado dessa vez, liso assim ele combina com o seu.

Sorrindo Anahí voltou a sentar na poltrona e encarou a irmã.

- Eu queria tanto que você abrisse esses olhinhos pra mim de novo. - suspirou. - Há tanta coisa que eu queria te mostrar, que eu queria poder te ensinar. - Any mordeu os lábios e foi até a janela. - Você sente saudades de casa também né? Lá deve ta uns 25ºC, bem mais quentinho que aqui. - sorriu, olhou rapidamente pra irmã e voltou a encarar a janela.

A primeira pessoa que veio em sua mente foi Alfonso. Tentou imaginá-lo usando roupas brancas, ou talvez ele mantivesse o mesmo estilo informal da noite do Natal. Suspirando Anahí agarrou o cordão que ele lhe dera. Uma semana havia se passado desde aquela noite e parecia que tudo acontecera há anos.

Fechando os olhos ela relembrou do sabor dos lábios dele, seus braços se arrepiarem ao recordarem dos beijos que ele distribuirá por todo seu corpo, a forma como se amaram da última vez.

- Sinto sua falta cowboy. - sussurrou virando o pingente onde havia a inscrição: cowboy e madame.

Os fogos de artificio coloriram o céu de Zurique ao dar meia noite. O sino da torre principal da cidade soava as doze badaladas. Um ano chegava ao fim e um novo começava.

Anahí ouviu as felicitações dos enfermeiros e médicos de plantão no hospital, mas não estava com ânimo para ir até lá felicita-los.

- Feliz ano novo Manu! - encarou a cama atrás dela e se virou pra janela. - Feliz ano novo daqui a pouco pra você também cowboy!

Ian puxou Alfonso impedindo-o de continuar bebendo.

- Já chega, não acha que você já bebeu o suficiente? - alertou.

- Me deixa Ian, hoje é noite de ano novo. - resmungou.

- Por isso mesmo, você não deve esbanjar, se não quer fazer por você, faça pela outra garota que tem seu coração nas mãos. A Chloe.

Alfonso olhou em volta procurando pela irmã. Sorriu ao ver ela rindo de alguma coisa que Christian lhe mostrava. Nunca pensou que diria isso, mas seu irmão estava lhe dando uma força e tanto nos últimas dias. Sabia que assim como Anahí, o lugar de Christian não era ali, mas desejou do fundo do coração que o irmão ficasse com ele. Chloe já estava apegada à ele também e não merecia perder mais alguém que amava.

Suspirando Poncho levou o copo de whisky aos lábios. Ian tomou o copo das mãos dele antes que pudesse beber alguma coisa. Alfonso o fuzilou e puxou seu copo de volta.

- Por que você não vai lá ficar com a sua noiva?

Ian suspirou revirando os olhos. Viu que uma moça de cabelos negros não parava de olhar pra eles, ou melhor, não parava de encarar Alfonso.

- Está vendo aquela moça ali? - apontou. - Ela não tira os olhos de você.

Alfonso olhou na direção que o amigo apontava e forçou um sorriso. A moça sorriu ainda mais derretida.

- Viu, as mulheres continuam caidinhas por você. - sorriu.

- É, mas só uma me interessa e aquela filha da mãe ta bem longe daqui e não vai voltar mais.

Ian percebeu que o álcool que Alfonso ingerira já começava a surtir efeito.

- Se você está tão crente que ela não vai mais voltar, toca o barco Alfonso, ano novo, vida nova. Para de ficar ai sofrendo por ela. - incentivou.

- Você acha que eu devo seguir em frente então? - o encarou na dúvida.