Fanfic: ♥ Arrebatados ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

- Acontece que agora que minha irmã acordou eu to conseguindo enxergar muitas coisas e adivinhe só? Alfonso não é o único egoísta da história! Onde estavam meus pais nesses últimos dois meses? Agora que eu estou feliz, agora que Emanuelle acordou, eles ligam todos os dias pra saber como estão as coisas. Onde estava essa preocupação toda enquanto ela estava em coma? Os dois esqueceram que foi graças à mim que a Manu está viva? Que se dependesse deles, ela estaria morta?

- Any eu nunca te vi assim, porque está falando essas coisas?

- Porque eu acordei madrinha, acordei e vi que as pessoas que eu amava pra quem eu daria a minha vida me abandonaram. Os únicos que me apoiaram foi você, Ucker e o Gustavo.

- Não diz isso, seu pai sempre me ligava e perguntava como estavam as coisas, como você estava.

- Então porque ele nunca telefonou pra mim? Por que só agora que ele sabe que eu estou feliz, ele está interessado em falar comigo? - perguntou chorando. - Meus pais e o Alfonso me abandonaram no momento em que eu mais precisei deles e agora sem toda aquela culpa me corroendo, toda a responsabilidade pelo que houve com a Manu em cima de mim, eu consigo enxergar isso.

- Sinto muito que esteja se sentindo traída, tenho certeza que a única coisa que seus pais queriam era causar esse sofrimento à você. Talvez a distância tenha sido o modo deles de dizer que respeitavam sua opinião.

- Não madrinha, o que eles fizeram foram me deixar carregar o fardo sozinha, eles simplesmente ergueram as mãos e disseram: ela quis assim! Mas eles podiam ter me ajudado a suportar tudo isso como você ajudou, o Ucker e até o Gustavo nesses últimos dias. - Any enxugou o rosto. - Eu vou voltar praquela fazenda pela Emanuelle, pela Letícia e pela Chloe e vou ficar por lá enquanto a Manu estiver se recuperando, mas depois que ela estiver bem, depois que passar tudo isso eu vou voltar pra cá.

- Mas é aquele lugar que você ama. Any lá você tem os cavalos, o campo e tantas pessoas que você ama. Não pode abrir mão de tudo isso.

- O que eu não posso madrinha é ser egoísta e virar as costas pra uma das únicas pessoas que me apoiaram. Ucker, Dulce e meu sobrinho são uma família agora, Letícia tem o Ian, Emanuelle tem meus pais e a Chloe os irmãos dela. Você viveu no mesmo inferno que eu, de todos foi a que mais me apoiou e me ajudou e é com você que eu quero ficar. Eu devo quem eu sou hoje graças à você, que desde pequena me ensinou inúmeras coisas, você é minha segunda mãe e eu a filha que você não teve. Uma se tornou a família da outra.

Lara puxou Anahí e a mesma a abraçou com força. As pessoas chave que seriam capazes de fazê-la ficar em Vale do Oeste a haviam abandonado quando mais precisou. Não era justo então deixar sua madrinha, uma segunda mãe pra ela, sozinha em Zurique.

Uma semana depois...

Anahí entrou no quarto de Emanuelle empurrando uma cadeira de rodas e acompanhada da fisioterapeuta. Sua irmã encarou aquela cadeira de duas rodas como se fosse um bicho de dezoito cabeças.

Anahí sorriu ainda impressionada em como sua irmã estava se recuperando rápido. As aulas com a fonoaudióloga todos os dias durante uma hora estava fazendo milagres, assim como as sessões de fisioterapia e psicologia todos os dias. Além de não estar tendo nenhum problema para lidar com as mudanças em sua vida pós-coma, Emanuelle estava adorando as novidades.

- O que é isso tata?!

- Esse é seu meio de transporte parar irmos pra casa.

- É porque eu ainda to fraquinha pra andar?

- Exatamente! - a fisio sorriu ao responder. - Mas como eu já te disse é por pouco tempo. Com tudo o que estamos fazendo logo você vai se recuperar e voltar a andar. É uma pena que não serei mais a sua fisio.

- Eu vou ficar com saudades de você e de todo mundo. - Emanuelle respondeu um pouco triste.

- Mesmo quando você estava dormindo eu vinha todos os dias aqui cuidar de você, pra que quando você acordasse se recuperasse rapidinho. - a fisio sorriu, parando ao lado da cama.

Anahí sorriu encarando a fisioterapeuta. Se não fosse por ela e os enfermeiros que vinham virar Emanuelle na cama, alonga-la e movimentá-la mesmo dormindo, sua irmã poderia estar muito pior.

As lágrimas voltaram aos olhos de Anahí quando viu as duas se abraçarem. Aquele era um dia feliz, mas também triste. Devido ao seu caso Emanuelle ficara conhecida em todo o hospital. Os médicos, enfermeiros e todos os profissionais de saúde se afeiçoaram à ela, e Manu ganhou o coração de todos definitivamente ao despertar do coma. Uma criança meiga, uma paciente tranquila, uma garotinha cheia de sorrisos para com todos, com uma vida inteira pela frente que agora ela tinha a chance de poder desfrutar.

- Anahí você quer vir me ajudar?

- Eu posso tentar sozinha como você me ensinou esses dias? - se aproximou com a cadeira.

- É claro!

Seguindo as instruções da fisio, Any primeiro tirou as pernas de Emanuelle pra fora da cama.

- Isso Manu agora você vai tentar ajudar a sua irmã, apoia as mãos no colchão e levanta, como treinamos.

Emanuelle assentiu e apoiou as mãos no colchão. Anahí conseguiu virar Emanuelle e coloca-la na cadeira.

- Isso Manu apoiando as mãos na lateral da cadeira você facilita pra sua irmã.

- Conseguimos! - Any sorriu orgulhosa.

- Muito bem, Any só não se esqueça de sempre travar a cadeira de rodas quando for colocar ou tirar sua irmã.

- Pode deixar, a gente vai lembrar né? - sorriu e piscou pra irmã.

Se despedindo mais uma vez da fisio as duas se dirigiram pro corredor. Uma salva de palmas foi ouvida quando Emanuelle saiu do quarto. Seus olhos brilharam com a despedida com direito a flores e tudo, o que colaborou para arrancar choro de muita gente inclusive de Anahí e sua irmã.

Ao entrarem no táxi Emanuelle perguntou:

- Tata a gente vai voltar pra casa hoje?

- Sim Manu... Hoje à noite a gente embarca de volta pra casa. - respondeu com um sorriso nos lábios, mesmo que não considerasse mais a fazenda como sua casa, para Emanuelle aquele era o único lar que conhecia.