Fanfic: ♥ Arrebatados ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Gustavo passou o endereço. Assim que desligou o telefone, Anahí pegou o carro do pai e foi até lá.

Quando chegou no restaurante ela abraçou Gustavo ao vê-lo. Podia ser estranho reagir assim depois da última vez que se viram, quando Poncho estava junto. Mas no último mês os dois haviam se tornado amigos.

Quando se afastaram Anahí estudou Gustavo e viu que ele estava com a barba por fazer, o rosto abatido e cansado.

- Você falou sério quando disse que precisava conversar com uma amiga. - sorriu.

- Quem de nós está pior hein, senta ai? - apontou a cadeira.

Anahí fez o que ele pediu. Não querendo falar de Alfonso por enquanto, encarou Gustavo.

- O que aconteceu com você?

- Nos e-mails que eu te mandei, quando falei que voltei pra cá, eu omiti o real motivo pra eu ter voltado. - Gustavo suspirou. - Eu só larguei minha vida e vim pra cá, porque eu tomei um pé na bunda.

- Um pé na bunda? - Any piscou surpresa.

- Sim... Eu estava namorando alguns meses uma garota, Luisa, e a pedi em casamento. Ela teve a última reação que eu esperava. Ela se sentiu pressionada e fugiu de mim, saiu correndo do restaurante onde preparei a surpresa pra ela e ficou um dia todo sem falar comigo. Quando consegui encontrá-la, ela me pediu um tempo. Disse que gostava muito de mim, mas estava com medo do rumo que as coisas estavam tomando. - suspirou de novo. - Ai eu aceitei, fiz minhas malas e decidi vir passar um tempo aqui com meu pai. Acho que estou sendo castigado por ter machucado você no passado. É a primeira vez que me apaixono de verdade e a mulher que eu amo, ao invés de fazer como todas as mulheres e se jogar nos meus braços, ela fugiu de mim. Irônico né?

- Seria irônico se não fosse triste. - Any forçou um sorriso. - Eu sinto muito!

- Eu to tentando levar, mas ta difícil. Cai na besteira de ir atrás dela aproveitando que estava indo viajar. Ela fico mexida em me ver, mas não quer voltar comigo ainda. Ela quer mais tempo.

- Nem sei o que dizer, se Alfonso me pedisse em casamento eu... - Anahí mordeu a língua e se calou.

- Você aceitaria. Está na cara que aceitaria! Eu percebi que você o ama quando te vi, nesse mesmo restaurante com ele. E pelo comportamento dele aquele dia, acredito que ele também ama você!

- Não sei mais se ele me ama. - Any suspirou. - As coisas entre a gente estão difíceis e eu sei que em parte a culpa é minha.

- Você terminou tudo, disse pra ele não te esperar e ele não só seguiu em frente como passou o rodo em metade da cidade. To sabendo disso também, ouvi os comentários e falei com seu irmão.

- Falou com o Ucker? - perguntou surpresa.

- Sim, disse à ele que estamos trocando e-mails. No começo me mandou ficar longe de você, mas se sentiu melhor ao saber que eu também estou sofrendo por amor. Ele me disse bem assim: bem feito pra você!

- É a cara dele. - Anahí riu.

- Sim, ele sempre vai superproteger você e eu entendo. Faria o mesmo se tivesse uma irmã encantadora como você. Ainda me sinto mal pelo que te fiz.

- Já faz muito tempo, nem me lembro mais. - deu de ombros.

- Mesmo assim me sinto mal e por isso vou te falar uma coisa.

- O que?

- Nós homens somos uns idiotas. A gente se faz de machão, fala que aguenta sair no saco com um cara, estufamos o peito e nos gabamos quando pegamos todas as mulheres, mas... uma única garota é capaz de arrasar com a gente. A Luisa foi essa garota na minha vida e você na vida do Alfonso.

Anahí piscou surpresa com as palavras dele.

- Alfonso ama você! E por te amar tanto é que ele ta destruído. E quando um homem fica destruído o que ele faz? Ele se arma de orgulho, diz pra todo mundo que não se importa de ter levado um fora, e o que ele faz pra provar isso pra ele e pros outros? Ele fica com todas! É por isso que Alfonso tem saído frequentemente com essa Leonor e com as outras garotas. Na superfície ele sai por cima, ninguém olha pra ele e fala que ele ta sofrendo, e assim o orgulho dele, seu ego masculino fica intacto. Mas no fundo, ele ta se segurando pra não se jogar aos seus pés e te implorar perdão.

Anahí mordeu o lábio inferior lembrando de minutos atrás, a forma como Alfonso a olhara e suas acusações.

- Você acha que ele ainda me quer?

- Acho que ele morreria por você! - sorriu. - O que ta faltando pra vocês se entenderem é um dos dois dar o primeiro passo. Mas ele ta muito magoado pra fazer isso, talvez não arrisque o orgulho dele implorando por você, já que você terminou com ele. Em contrapartida você também ta magoada com o que ele andou fazendo aqui e se te conheço você também não vai atrás dele.

- Então o que a gente faz? - suspirou.

- Vocês vão ter que esperar. Vão ter que curar essa magoa e essa ferida primeiro e quando um dos dois tiver pronto, ou os dois, vocês vão se procurar.

- Você acha?

- Acho Any, mas não fique sentada esperando ele fazer isso, se você se sentir pronta a agir dessa forma antes dele. Eu correria agora atrás da Luisa se ela me chamasse. Às vezes deixar o orgulho um pouco de lado pode ser a melhor coisa a se fazer. Pensa nisso. - sorriu.

- Obrigada pelo conselho. - sorriu. - Será que você poderia me fazer um favor?

- O que?

- A Letícia se casa na sexta à noite e sou a madrinha dela. Fica no altar comigo como padrinho? Ela me deu carta branca pra escolher quem eu quisesse.

- Isso vai te ajudar a se sentir melhor? - Any assentiu, mordendo o lábio inferior e torcendo pra que ele aceitasse. - Então hoje mesmo vou mandar meu terno pra lavandeira.

- Obrigada! - suspirou aliviada.

Maite parou em frente ao hotel e se virou para Christian.

- Muito obrigado pela companhia e pela ajuda.

- De nada, foi um prazer poder te ajudar. - sorriu.

- A gente se vê por ai então, você mora perto da fazenda dos Portillo né?