Fanfic:  Pecado | Tema: Romance, Trendy, Adaptada, DyP

Alfonso não voltou. A dor sufocava A Dulce a cada segundo que passava. Ele não ia voltar. Ela não jantou. Tomou um banho demorado, e quando saiu, a chuva açoitava o telhado. A madrugada caiu, dura e impiedosa. Ele não veio. Ela se ajoelhou nos pés da cama e chorou. Chorou até não conseguir mais. Seu coração estava comprimido em sua dor. Como era possível, você ter uma vida feliz, sadia, e tudo isso desmoronar de um minuto pro outro? Quando a dor foi cedendo, outro sentimento se apossou dela. Ódio. Um ódio talvez mais forte que o amor que ela sentia por Alfonso. Ela sorriu, irônica. Sabia que aparência teria quando se olhasse no espelho. Estaria parecendo uma morta. Mas ela estava morta, não é? Estava tudo perdido. O motivo, a razão, a vida, o sentido tudo estava perdido. Então ela não conseguia mais chorar. Não por falta de vontade, mas seus olhos se negavam. Ela já havia chorado demais. Passou a noite toda ali. De manhã, ainda estava ali, quando alguém lhe tocou. Não era Alfonso, ela teria sentido se fosse ele. Mas quando se virou, até se esqueceu de sua dor.

Dulce: Christopher! – Murmurou, se levantando rapidamente. Ele sorriu com a animação dela – Ah, Christopher! – Ela se atirou no pescoço dele, que a abraçou fervorosamente.

Christopher: Está tudo bem, eu estou aqui. – Ele deu um beijo de leve no rosto dela.

Dulce sorriu. Christopher era a promessa de oxigênio quando se estava prestes a morrer afogado. Mas ele estava ali. Ela não morreria. Alfonso voltou em casa no fim da tarde, apenas pra trocar de roupa. Dulce o ignorou. Não precisava perguntar. Seu Alfonso se fora, e ali estava o demônio, mais uma vez. Desse jeito, os dias foram se passando. Todos sabiam da volta de Perla, e do caso de Alfonso com ela. Ele quase não vinha em casa, e tecnicamente não via Dulce. Como já foi dito anteriormente, Dulce nunca recuperou sua cor normal, mas o castanho de seus olhos tinham se derretido enquanto estava bem com Alfonso, tornando-se uma cor mais clara. Mas agora estavam empedrados de novo. Sua pele estava mais pálida que nunca, e agora fria. Só uma coisa mudou. Dulce passou a vestir preto. Sempre preto.

Maite: Por quê? – Perguntou, certa tarde – Está de luto?

Dulce: Estou. – Disse erguendo o rosto pra irmã. Luto é uma boa palavra.

Maite: Por quem?

Dulce: Pelo meu coração. Está morto. – Maite, se tocando do que era, não pressionou. – Tem uma pedra de gelo no lugar. Christopher me mantém viva, caso contrário já teria morrido.

Maite: E aquela história de não lamentar por um sonho? – Perguntou, tentando descontrair o ambiente.

Dulce: Não foi um sonho. Era real. Se deve lamentar quando uma realidade declina. – Disse, simples, e seu olhar pousou em sua aliança e no receptor dela.

Dulce subiu pra se trocar pro jantar. Jantar com Christopher, Maite e Christian era agradável. Tinha terminado de se vestir, quando Alfonso entrou no quarto.

Alfonso: Não vai perguntar onde eu estava? – Perguntou, debochado.

Dulce: Porque deveria? – Rebateu, fria, enquanto terminava de pentear o cabelo.

Alfonso: É minha mulher. É isso que as mulheres fazem. – sorriu irônico.

Dulce: Eu sou? – Perguntou, com um sorriso irônico, enquanto prendia os cabelos em um coque apertado. – Então, me perdoe. Não tenho interesse pelo que você faz. – Ela verificou o cabelo no espelho da penteadeira. Não havia nenhum fio solto.

Falar bobagem só piora as coisas

Estou me acostumando com o que você disse ♫

Alfonso: Estava com ela. – Disse, malévolo. – Não que te importe, é claro. Mas creio que deva satisfações. – Dulce riu.

O Alfonso frio estava de volta!

Dulce: Meu querido, Seattle inteira sabe que você está com ela, não é segredo pra ninguém. – Disse sorrindo, enquanto se levantava. – Agora, se não se importa, Christopher está me esperando pra jantar. – Ela se pôs a sair.

Não, isto não é imaginação minha.

Eu não posso fazer milagres o tempo todo ♫

Alfonso: E se eu não der licença? – Perguntou, puxando-a bruscamente pelo braço. Odiava o pouco caso que ela fazia dele.

Dulce: Por favor, eu não quero ter que tomar outro banho agora. – Disse, fria, referindo-se a mão dele que segurava seu braço.

Alfonso: Sente nojo de mim, Dulce María? – Perguntou, observando-a.

Dulce: Você não faz ideia do quanto. – Respondeu, despreocupada. – Cada pedaço de você me enoja. Seu rosto, sua voz, sua pele. Me dá náuseas.

Por que não conversamos sobre isso?

Por que você sempre duvida de que possa existir uma saída melhor?

Isto não me faz querer ficar ♫

Alfonso: Você não aceita porque ela é melhor. – Dulce ergueu a sobrancelha. – É, é isso sim. – Ele sorriu, frio. – Ela é melhor que você. Melhor amiga, melhor companheira, melhor cúmplice, melhor amante. Melhor.

Dulce: É por isso que você me amava? – Perguntou, debochada.

Alfonso: Eu nunca amei você. Eu já havia te dito, eu via ela quando olhava nos seus olhos. Eu estava procurando ela, cada vez que fui até você. Era nela que eu estava pensando em cada vez que te levei pra cama. – Sorriu, frio.

Por que a gente não termina de uma vez?

Não há mais nada pra dizer ♫

Pra Dulce foi o final. Ela se soltou dele com um puxão, e desceu a mão no rosto do mesmo, em um tapa que fez barulho. O rosto pálido de Alfonso rapidamente ganhou uma tonalidade vermelha, que tinha o formato da mão dela.

Dulce: Agora eu vou jantar, Alfonso. Tenha uma boa noite. – Ela se virou e saiu, deixando ele lá, possuído pelo ódio e com uma bruta ardência no rosto.

...

Depois disso, Dulce e Alfonso não conversaram mais. Quando se falavam, era só pra discutir. Em compensação, Dulce e Christopher estavam novamente mais apaixonados que nunca. O pequeno Diego crescia saudável.

Christian: Mai, não! – Insistiu com a esposa, calmamente.

Maite: Mas eu não quero ir sozinha. – Retrucou, fazendo bico.

Dulce estava passando pelo corredor, e achou graça da voz da irmã. Ia continuar seu caminho, sozinha, quando ouviu seu nome.

Christian: Mas a Dulce não, enlouqueceu?

Maite: Quem mais? – Questionou.

Christian: Eu vou com você. – Propôs, calmamente.

Maite: Amor, você não entende nada disso. – Christian não respondeu, derrotado. – Eu preciso comprar roupinhas pro Diego, pra Suri, pro Théo, coisas da casa. Só a Dul pode me ajudar.

Christian: Mai, meu amor. – Ele caminhou um pouco, passando a mão no cabelo. – Seattle inteira está comentando sobre Alfonso e Perla. Comentando abertamente. Ele anda com ela pela cidade durante o dia. Vai criar uma situação desagradável. – Ele suspirou. – Eu não quero você envolvida nessa história.

Dulce voltou pelo corredor, e fingiu estar chegando agora, pisando forte, fazendo suas botas fazerem barulho no assoalho. Percebeu que Maite e Christian se calaram.

Dulce: Mai?

Maite: Oi? – Respondeu, tentando parecer normal.

Dulce: Quando você vai à cidade? – Perguntou, tranquila. Maite e Christian se encararam brevemente.

Maite: Eu...eu estava planejando ir amanhã, se não estiver chovendo muito. – Ela pigarreou, nervosa. Uma das características mais marcantes de Maite é que ela não conseguia disfarçar quando estava nervosa. – Porque?

Dulce: Quero comprar um vestido. – Respondeu, calma, mas achando graça do desespero da irmã. – Vou com você. Tem algum problema? – Perguntou, olhando Christian.

Christian: Nenhum. É bom, assim você faz companhia a Maite.

Dulce: Perfeito, então. – Sorriu. – Vocês viram Christopher? – Perguntou, querendo matar o assunto.

Christian: Estava no escritório, organizando uns papéis.

Dulce: Com licença. – Segurou a aba do vestido e saiu.

Dulce caminhou pensativa até o escritório. Era só o que lhe faltava, ficar presa em casa por causa de Alfonso. Ela não precisava de vestido algum. Mas compraria mais vestidos pretos. Não tinha muitos, e agora era a única cor que usava.

Dulce: Posso interromper? – Perguntou, entrando no escritório.

Christopher: Poder não podia, mas já interrompeu. – Respondeu sem dar atenção, Dulce ergueu uma sobrancelha e ele riu. – Brincadeira. – Dulce sorriu.

Dulce: Tem algum compromisso pra amanhã? – Perguntou, se aproximando dele, após fechar a porta do escritório.

Christopher: Preciso deixar uns pacotes no correio, checar alguns papéis, fora o trabalho normal. Por quê? – Perguntou, oferecendo a perna esquerda pra ela se sentar.

Dulce: Vou ao centro com Maite amanhã. – Ela se sentou no colo dele. – Pensei que você pudesse vir conosco. – Disse, calma. Christopher lhe fazia um bem incalculável.

Christopher: Que horas vocês vão?

Dulce: Pela manhã, após o café. Suri, Théo e Diego precisam de coisas, Maite e eu vamos abastecer a casa. Além do mais, queremos voltar pro almoço.

Christopher: Saio cedo, antes do café. Assim resolvo o que tenho que resolver e encontro vocês lá. – Disse, sorrindo torto.

Dulce: Não precisa. – Ela acariciou o rosto dele. – Eu só convidei porque pensei que estivesse desocupado e... – Ele pôs um dedo na boca dela.

Christopher: Calada. – Ordenou, brincando. – Encontro você lá, e ponto. – Dulce sorriu, e ele estendeu o rosto, esperando um beijo. Ela fez uma cara pensativa, como se avaliando ele. Christopher ergueu a sobrancelha, ela riu e o beijou.

...

É, o Alfonso idiota voltou amores!!!

portisavirroniever continuando queridaaa, olha ai o monstrão de volta!

Juliana Pimentel Gabbi mais um hoje ^^