Fanfic: Pecado | Tema: Romance, Trendy, Adaptada, DyP
Dulce ficou ali durante toda a tarde: ajoelhada, com a mão entrelaçada dos dedos dele, quieta. Bateu o pé que ninguém cuidaria dela, e ponto final. Somente a noite Christopher a convenceu de pelo menos ir em casa, tomar um banho, comer algo, ver Rosalie, depois poderia voltar. Ela deixou seu coração na mesa de cabeceira dele, beijou-o novamente e foi.
Maite: DULCE! – Gritou, assustada, quando a irmã entrou em casa.
Anahí: Meu Deus. – Exclamou, ao ver o estado da ruiva.
Dulce estava em estado catastrófico. Seus lábios estavam roxos, vermelho-escuro, cor de sangue seco, coloridos pelo sangue de Alfonso. O vestido branco, bonito, estava todo manchado de sangue, rasgado. Haviam dois curativos: um em sua mão e outro no outro braço. O lado esquerdo de sua testa estava lavado em sangue, e o lado direito do pescoço escorria sangue seco até o colo, sumindo no decote, manchando o vestido. A boca dela estava partida, e os olhos inchados.
Maite: Christian! – Ela se apressou ao marido. – O que houve?!
Christian: Depois eu explico. Tenha calma. – Ele beijou a testa da esposa.
Maite: Dul, você está bem?
Dulce: Não. – Ela ergueu o olhar pra irmã, suspirou e tomou as escadas, fraca, rumo ao seu quarto – Maite, escreva a Christian. Conte o que aconteceu. Peça que venha, o mais rápido possível. – Pediu, com a voz rouca, e Maite assentiu.
Dulce foi ao seu quarto, e lá a dor lhe invadiu. Tudo ali lembrava ele. Ela olhou a cama, e se lembrou do riso travesso dele, rouco, quando os dois, em plena paixão, quebraram a cama antiga. Podia ver ele ali, perto do berço de Rosalie, ou parado na porta do banheiro, observando-a. Ela terminou de rasgar o resto do vestido, sem paciência pra isso. Estava perdido mesmo. Tomou um banho longo, e viu o sangue ir pro ralo junto com a agua. Pelo menos não tivera nenhum sangramento intimo, o que significava que se realmente estivesse grávida, não perdera o filho. Ela lavou os cabelos, o rosto. Pode sentir o longo corte por debaixo dos fios louros, mas não deu atenção a ele, nem a dor que sentiu quando a espuma o tocou. Ela se enxaguou, se secou, e saiu do banheiro. Pegou o kit de primeiros socorros, e tirou as ataduras do braço. Poderia ter sido pior, ela pensou, vendo a queimadura do acido. Estava ferido, sim, mas muito menos do que o rosto de Capitu. Achava até que poderia se curar daquilo sem marcas, se se tratasse corretamente. Ela trocou o curativo do braço e da mão, fez novos e limpos. Passou uma pomada no corte da cabeça e da nuca, vestiu o espartilho e a calcinha, e assim ficou. Foi quando Dulce chegou.
Maite: Dul?
Dulce: Entre. – Disse, sem vida. Maite entrou no quarto.
Maite: Eu trouxe isso pra você. – Ela mostrou um prato com algo que lembrava uma canja, uma sopa, Dulce não sabia dizer. – Christian me contou o que houve.
Dulce: Não quero, obrigado. – Ela rejeitou, pegando um vestido no guarda-roupas. – Eu estou voltando pro hospital. Quero ficar com ele.
Maite: Dul, você teve um dia difícil. Se estiver mesmo grávida, pense no bebê. – Censurou, oferecendo novamente a sopa.
Dulce: Não é necessário. Cuide de Rosalie por mim. – Pediu, escovando o cabelo sem paciência.
Então Dulce partiu. Seu vestido era simples, cinza. Era a cor que sua alma estava agora. Dulce chegou sozinha ao hospital. Caminhou até o quarto do marido, mas não conseguiu se privar de ouvir a conversa que Christopher tinha com o médico, ambos dentro do quarto. Ela parou atrás da porta, e aguçou os ouvidos.
Médico: ... Mas tudo depende da reação dele nas próximas 48 horas. A bala atingiu em cheio órgãos vitais do sistema dele, e a reabilitação é complicada. Mas, como disse, tudo depende da reação dele. Nós estamos fazendo o que podemos.
Christopher: Tudo bem. – Ele respirou fundo. – Com sua experiência profissional. Qual a sua opinião.
Médico: Sinceramente? – Christopher assentiu uma vez. – É complexo demais. Segundo o que eu sei, ele não passa dessa noite. – Christopher passou a mão no cabelo, suspirando.
Dulce recebeu aquilo como um murro no estomago. Ele não passa dessa noite. Ela ergueu o rosto, olhando o enorme relógio no final do corredor. A noite só estava começando.
Christopher: Dulce? – Chamou, olhando a porta. A ruiva empurrou a porta com a mão, abrindo-a. A maxilar dela estava trancada em uma linha dura, e Christopher sabia do que ela tinha ouvido.
As horas se passaram, e Dulce não saia do lado do marido. Seu desespero era tão grande que chegava a sufoca-la. A cada segundo que passava, ela pensava que poderia ser o ultimo. Até que uma voz a chamou.
Aaron: Dulce? – Chamou, batendo de leve na porta do quarto.
Dulce: Aaron! – Ela se levantou dos pés da cama e correu, em seu pranto, abraçando o irmão.
Aaron já havia vindo sem saber do ocorrido. Fora visitar Maite, e soube do que acontecera, então foi direto pro hospital. Ele acolheu a irmã num abraço, deixando ela chorar o que podia. Depois, contou o estado de Alfonso, e voltou pro lado do marido. Aaron se sentou numa cadeira no quarto, e Christopher se sentou perto dele. O choro de Dulce não parava. Ela chorava em silêncio, com a mão segurando a do marido. Aaron puxava assunto, tentando descontrair o ambiente. Christopher ajudava como podia.
Dulce: Quando eu estava em casa, na casa do nosso pai. Helena conversou comigo.
Aaron: Conversou? – Perguntou, se distraindo. Não sabia disso.
Dulce: Ela me disse pra fugir. – Duas grossas lágrimas caíram do olhar de Dulce. – Me disse pra ir embora, pra levar Rosalie. Me pediu por tudo pra não voltar pra ele. – Disse, olhando o marido.
Christopher: Mas, porque? – Perguntou, tomando a pergunta da boca de Aaron.
Dulce: Porque eu o amava demais. – Ela disse, apertando a mão do marido, e sua voz falhou no choro no fim da frase – Eu o amava mais que a mim mesma. Ela disse que eu ia me machucar. Que eu ia sofrer.
Aaron: Olhe, pense pelo lado positivo. Não vai demorar a amanhecer. – Dulce soluçou, pondo uma mão na boca. – Ele está resistindo. – Christopher olhou pra Aaron, erguendo a sobrancelha. Alfonso ia de mal a pior. E ainda faltavam 4 horas pra amanhecer.
O médico apareceu minutos depois, pra verificar Alfonso. Fazia isso de 10 em 10 minutos. Dessa vez sua cara não foi muito boa. Ele chamou Christopher.
Médico: Tire ela de perto dele. – Murmurou pra Christopher, que entendeu a mensagem.
Aaron: Porque? – Perguntou, querendo ouvir o obvio. Seu coração estava apertado. Dulce não sobreviveria a isso.
Médico: Os batimentos cardíacos estão parando. A pulsação está cada vez mais fraca, sem contar a febre, que não cede. – Ele respirou fundo, sendo mais claro – Ele está indo, sr. Saviñon. Está morrendo, e não há nada que possamos fazer. – Ele olhou pro chão. – Eu sinto muito.
Dulce ouviu o “sinto muito” e se agarrou a Alfonso. Seu choro se desesperou ainda mais. O rosto da loura estava lavado em lágrimas.
Dulce: Não me deixe. – Implorou, murmurando no ouvido dele. – Fique aqui. Cumpra sua promessa, meu amor. – Pediu, acariciando o rosto dele. Alfonso estava ficando frio.
Aaron: Dul, venha. – Ele pegou o braço dela.
Dulce: Não! – Ela se agarrou ao marido.
Aaron: Não adianta, venha comigo. – Ele insistiu, puxando ela.
Dulce não foi. Aaron olhou o médico, e viu a alerta no olhar dele. Podia ser a qualquer momento. Aaron se abaixou e pegou ela pela cintura, puxando-a a força de perto dele.
Dulce: AARON, NÃO! – Ela gritou se debatendo. – ALFONSO! NÃO! ME LARGUE, AARON! – Aaron arrastou ela pra fora do quarto, ela gritava e chorava.
Quando Aaron a colocou no chão, fora do quarto, ela virou-se instintivamente, e viu Alfonso suspirar fundo e ficar imóvel. Christopher puxou Dulce nos braços fortes e tirou a ruiva do caminho, enquanto a equipe de médicos entrava rapidamente no quarto onde Alfonso estava. Aaron tomou a irmã nos braços de novo, e a prendeu, impedindo-a de se soltar. Dulce viu os médicos, após medirem a pulsação de Alfonso, começarem a tentar reanima-lo. Dulce tremia dos pés a cabeça. Um médico pôs as mãos juntas no peito de Alfonso, e deu três empurrões fortes e rápidos. Quando parou, um segundo médico soprou ar pra dentro dos pulmões dele. Fizeram de novo, e mais uma vez.
Dulce: Por favor. – Ela murmurou, em lágrimas, olhando o marido.
A mente de Alfonso estava escura, escura demais. Ele não sentia seu corpo. Sentia frio, e sentia dor. Até que perdeu a capacidade pra tudo. A escuridão o engoliu, e ele a aceitou de bom grado. Até que ouviu um gemido, que não vinha dele. “Por favor”, ela pedira. Então Dulce passou pela escuridão como um raio de luz, e ele não ia desistir. Abraçou o frio e a dor novamente, obrigando seu coração a bater. Na quarta vez que os médicos fizeram o procedimento, Alfonso se moveu. Ele respirou fundo. E tossiu. Dulce parou de se debater e sorriu, vendo os médicos se acalmarem. Ele voltou.
Médico: Então. – Ele tentou falar, mas Dulce ainda estava lá.
Dulce: Eu sou a mulher dele, que tal começar a falar na minha frente? – Perguntou, impaciente, e com o rosto lavado de lágrimas.
Médico: Tudo bem. Está vivo. – Dulce sorriu. – Mas não está bem. Nós entramos com remédios contra a febre. Agora é rezar pra que o quadro melhore. Se a febre ceder, podemos ter esperança.
Dulce: Tudo bem. – Ela murmurou, com o pânico voltando ao seu peito. Ela tentou voltar ao quarto, mas Christian ainda a segurava – Que demônio, Aaron Díaz Saviñon, me solte! – Exigiu, se debatendo. Aaron riu e a soltou.
Dulce correu de volta ao quarto, e pegou o rosto de Alfonso entre as mãos. Ele queimava de febre. Ela beijou-lhe os lábios levemente.
Médico: Posso fazer alguma coisa pela senhora? – Perguntou, meio receoso. Dulce explodia com muita facilidade.
Dulce: Pode. – Disse, acariciando o rosto do marido. – Não deixe que ele sinta dor. – Pediu, com a voz falhando pelo choro nervoso.
O médico atendeu o pedido de Dulce, e acrescentou uma dose generosa de morfina na veia dele. Alfonso pareceu mais tranquilo, segundos depois de receber o remédio. Sua respiração se normalizou, e ele voltou a serenidade mórbida em que se encontrava. Ele lutaria até o fim.
Autor(a): HerreraHD
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Aaron: Dul, eu estou indo comprar um café, você quer? – Perguntou, tempos depois. O dia ameaçava amanhecer. Dulce não desgrudara os olhos de Alfonso em momento algum. Havia parado de chorar a alguns minutos, agora apenas segurava a mão dele. Dulce: Não, obrigada. – Ela tocou na testa do marido, que soav ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 167
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emily87 Postado em 01/12/2021 - 21:31:00
Que história mais linda! Chorei muito na parte em que a Dulce de despediu do Alfonso. Parabéns pela história.
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ellafry Postado em 08/02/2017 - 22:34:08
Vou sentir saudades :(
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ellafry Postado em 08/02/2017 - 22:33:24
MARAVILHOSA <3333
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ellafry Postado em 01/02/2017 - 20:36:39
que fogo esses dois hem
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ellafry Postado em 27/01/2017 - 12:00:39
esse pai da dulce é um porre
HerreraHD Postado em 28/01/2017 - 17:12:08
demaiiiiiiis
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ellafry Postado em 23/01/2017 - 09:42:57
haha dulce malvadinha
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ellafry Postado em 20/01/2017 - 10:39:21
MOMENTO MARAVILHOSO DA SURI COM O ALFONSO *-* AMEI AMEI AMEI
HerreraHD Postado em 22/01/2017 - 20:07:16
já tava na hora desses dois se acertarem *-*
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ellafry Postado em 19/01/2017 - 15:24:37
espero q seja um menino. *-*
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ellafry Postado em 16/01/2017 - 10:20:32
que ciumes, sem or kkkkkk se acalma dulce
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ellafry Postado em 05/01/2017 - 11:14:25
ain, que aperto no coração ver o poncho assim :(
HerreraHD Postado em 06/01/2017 - 20:38:52
dá uma dozinha, nem parece que ele já fez tantas maldades :( kkkkk