Fanfic:  Pecado | Tema: Romance, Trendy, Adaptada, DyP

Dulce voltou ao quarto do marido, e Aaron ficou lá. Depois de limpa, e arrumada, a beleza da mulher era perturbadora. Os cabelos deveriam ir até a altura da cintura, esparramados pelo travesseiro e pelo hobbie do hospital. Estava fraca, mas ainda assim era linda. O coração de Aaron pulsava de modo diferente ao vê-la, era como se nada fosse igual. Ele a observou por horas a fio, até que ela despertou, confusa. Ele já não sabia o que sentia por ela.

Sherlyn: O... – Ela franziu os olhos, pela claridade. – O que...? Quem é você? – Perguntou, confusa e assustada. Esperava estar morta, então, que diabo era aquilo?

Aaron: Calma. Você está segura. – Tranquilizou, vendo o transtorno dela.

Sherlyn: Onde eu estou? – Perguntou, se sentando. O caninho do soro veio junto, e ela o sentiu.

Aaron: No hospital. – Disse, achando graça do jeitinho dela. Era algo confuso, engraçado e gracioso. – Sou Aaron. – Se apresentou.

Sherlyn: Sherlyn. – Retribuiu, passando a mão no rosto.

 “O verdadeiro amor sempre volta.”, dissera Dulce. Se bem que essa Sherlyn não tinha nada a ver com a sua antiga esposa. Lola Francisca não tinha esse brilho no olhar, como Sherlyn tinha. Ele se sentou nos pés da cama dela, explicando-lhe o que aconteceu. A moça o escutava atentamente, observando-o. De vez em quando respondia. Já no quarto de Alfonso, Christopher e Christian já haviam levado Anahí e Maite embora. Dulce ficara, mas Alfonso insistia que ela devia ir em casa, ao menos ver Rosalie.

Dulce: Eu não quero ir. – Retrucou, cruzando os braços

Alfonso: Nem eu quero que você vá. – Murmurou. O efeito da morfina estava passando, e a dor sem sua barriga tornava difícil de falar, de respirar.

Dulce: Então eu não vou, e pronto. – Sorriu, animada.

Alfonso: Rosalie precisa de você. Entenda. – Ele disse, e engoliu em seco. Era ruim respirar.

Dulce: Você está sentindo alguma coisa? – Perguntou, vendo a expressão dele. Alfonso negou com a cabeça, e ela rosnou – Pois agora é que eu não vou mesmo. O que há?

Alfonso: Dulce, deixe de ser teimosa? – Pediu – É só o efeito do remédio que está passando, tá um pouco complicado aqui. – Ele apontou pra sobra do curativo na camisa branca que usava. – E, eu espero que você entenda, tem dias que eu não como nada.

Dulce: Ah, claro. Já fazem horas. – Disse, se referindo ao remédio. – DOUTOR! – Gritou, já tranquila. Alfonso riu e tossiu em seguida. Logo o médico apareceu. – O remédio dele. – Lembrou, falsamente dócil.

Médico: A senhora sabe minha opinião sobre... – Interrompido.

Dulce: Doutor, o remédio. – Pediu, sorrindo, doce.

Alfonso: Dulce! – Repreendeu, mas ria de leve.

O medico suspirou, derrotado, e saiu, mandando uma enfermeira vir. Logo Alfonso estava tranquilo de novo.

Dulce: Eu vou voltar. O mais rápido possível. Não saia daqui. – Alfonso ergueu a sobrancelha e ela sorriu, selando os lábios com os dele.

Então ela partiu, deixando Alfonso pensando. Não sentia mais dor na barriga, isso lhe deixava com tempo pra pensar, e com aquela solidão incomoda que ela sempre deixava ao partir. Ele ficou lá, pensando em diversas coisas, como Rosalie e a falta que o riso dela lhe trazia, e no amor que sentia pela mulher, na felicidade de ser pai novamente. Era bom demais pra ser real.

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Dulce pensou durante o caminho. Chegou em casa decidida: iria cozinhar. Não sabia como diabos faria isso, já que nunca nem fritara um ovo na vida, mas queria fazer isso ela mesma. Alfonso tinha fome, então ela o faria. Chegou em casa, e após ver Rosalie, que dormia, rumou a cozinha.

Maite: Dul, o que você...? – Perguntou, seguindo-a.

Dulce: Vou cozinhar. – Disse, decidida.

Maite: Mas... porque? – Perguntou, confusa.

Dulce: Alfonso não come desde o dia do acontecido. E eu tenho pra mim que é por isso que a febre dele vive voltando. Então, vou alimenta-lo. – Sorriu, chegando a despensa da mansão.

Maite: Porque o hospital não dá comida pra ele? São loucos?

Dulce: O médico é um incompetente. Eu tenho que pedir pra que ele faça tudo. E, no estado em que está, eu realmente não acho que Alfonso precise de comida de hospital. Então, eu cozinho. – Disse, saindo da despensa com uma panela.

Maite: Desde quando você sabe cozinhar? – Perguntou, incrédula.

Dulce: Eu não sei. – Admitiu, tratando de acender o fogo. – Mas veremos se não aprendo. – Se desafiou. – Como o tiro foi na barriga, eu temo que ele não deva comer coisas pesadas. Mas precisa de algo forte, porque está desnutrido, o meu bebê. – Comentou, risonha, lembrando-se do bico que Alfonso deu pra fazer cada vez que ela negava alguma coisa. – Não sei, talvez uma sopa, uma canja...? – Ela olhou confusa pra infinidade de alimentos ali.

Maite: Eu não sei te ajudar. – Fez uma careta. Dulce alisou os cabelos, olhando pra dispensa.

Dulce pegou tudo do que ela achava que era forte. Algumas verduras, legumes, temperos e condimentos. Estava voltando pra cozinha quando Anahí seguiu ela e Maite.

Anahí: Eu não sei muita coisa, realmente, mas sei de algo que Renée me ensinou a fazer, quando Théo esteve doente. Na verdade eu ouvi ela ordenar um empregado, mas enfim, eu entendi a base.

Dulce: Então me ajude aqui. – Disse, animada, e Anahí ajudou ela com uma abóbora imensa, enquanto Dulce trazia uma braçada de batatas.

Maite: O gosto disso vai ficar uma maravilha. – Comentou, irônica, enquanto começava a descascar as batatas.

Anahí: Estava pensando nisso também. – Comentou, receosa, partindo a abóbora.

Dulce: Eu pensei em por carne, mas acho que fica ruim pra ele digerir. Se bem que... – Ela pensou por um momento – ROSA! – Chamou, animada.

Rosa apareceu, e atendeu ao pedido de Dulce. A ruiva pôs um avental, e foi pro fogão. Não deixou que ninguém lhe ajudasse, só a descascar mesmo. Maite e Anahí, por fim, ficaram sentadas, olhando Dulce mexer nas diversas panelas em que inventava. Só restava esperar, rezar, e por fim ter medo, do que sairia dali.

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Dulce entrou no hospital, sorrindo de leve, satisfeita. Terminara de cozinhar, tomara um bom banho, ficara com Rosalie bem uma hora. A menina brincou com a mãe, mamou, e voltou a dormir. Dulce, que estava de hobbie com a menina, se vestiu, e foi embora. A receita não parecia ter ficado tão ruim. Ela cozinhou bem as verduras, depois as amassou, e misturou todas em uma terrina, com caldo de sopa. Picou uns pedacinhos minúsculos de galinha e misturou. Ficou com a consistência de um mingau grosso, com os pedacinhos picados dentro, de uma cor abóbora clara, e com um leve cheirinho de ensopado. Só que criaram problema pra deixar ela entrar no hospital.

Médico: O que houve? – Perguntou, chegando a recepção, tranquilo.

Enfermeira: Essa senhora insiste em entrar pro quarto com alimentos. Eu disse que o regulamento do hospital não permitia, mas ela insistiu.

Dulce: Boa noite, Doutor. – Cumprimentou, sorrindo, virando-se pra ele.

Médico: Deixe ela levar, o que quer que seja. – Disse, prontamente, e saiu da sala. Dulce riu.

O problema foi que quando ela chegou no quarto, feliz e saltitante, a cama de Alfonso estava vazia.

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