Fanfic: Pecado | Tema: Romance, Trendy, Adaptada, DyP
O dia amanheceu, e no outro quarto daquele hospital, Sherlyn recebeu alta.
Sherlyn: Aaron, por favor. – Insistiu, contrariada – Eu posso me cuidar sozinha. – Alegou, enquanto Aaron fechava a conta do hospital.
Aaron: Ainda está fraca. Não vou deixar que suma por ai. – Disse, assinando um papel.
Sherlyn: Eu dou um jeito. Você já fez demais por mim. – Disse, tocando, sem jeito, no vestido que ele lhe dera, que agora ela vestia.
Aaron: Não é nem metade do que pretendo fazer. – Comentou, distraído. – Tome. – Entregou a prancheta a enfermeira, junto com um maço de dinheiro. A enfermeira conferiu e saiu. – Está pronta? – Perguntou, olhando-a.
Sherlyn: Não vou com você. – Afirmou, relutante.
Aaron: Pra onde você vai? Pra rua? Vai sumir de novo? – Ele suspirou. – Entenda, Sherlyn. Do meu lado vai estar protegida. Mato alguém antes que te façam algo. Não seja teimosa, por favor?
Sherlyn: Mas... – Interrompida.
Aaron: Sem mais. Vai ficar no hotel, vai se cuidar, vai ficar bem. – Ela mencionou falar. – E eu não quero ouvir mais nada. Me deixe cuidar de você. – Pediu, estendendo-lhe a mão. Sherlyn suspirou, vencida, e pegou na mão dele, que sorriu. Aaron levou Sherlyn ao melhor hotel dali, deixando-a numa acomodação luxuosa, confortável, e com uma ordem expressa para que recebesse tudo o que pedisse. À tarde entregaram-lhe mais vestidos, mais roupas, e Sherlyn rosnou. Não gostava dessa situação, mesmo fazendo-lhe tão bem. No hospital, Dulce e Alfonso estavam cumplices. Alfonso insistira que queria tentar andar, que precisava tirar isso da cabeça, e Dulce cedeu. Foi se postar na porta do quarto, do lado de fora, pra vigiar.
Dulce: Pronto. - Murmurou, encostada na madeira do lado de fora. - Por favor, não se machuque. - Pediu de novo.
Alfonso: Eu não vou. - Tranqüilizou.
Alfonso se sentou na cama, olhando as pernas. Em seguida, respirou fundo, e pôs os pés pra fora da cama. Ele fez impulso e pôs o peso contra suas pernas. Sua barriga doeu barbaramente, e ele arqueou. Esperou um momento, arfando ali, e depois se ergueu mais devagar. Doeu bastante, mas ele conseguiu se erguer. Ele sorriu. Estava se apoiando nos próprios pés, sentia o sangue correndo por suas pernas. Com algum esforço ele deu os primeiros passos. Ele entendeu porque não deixaram ele andar: a ferida da bala doía absurdamente, parecia não querer que ele ficasse de pé. Mas a ferida cicatrizaria, não é? Ele andou, devagar, até a porta.
Dulce: Alfonso, pelo amor de Deus. – Rosnou. - Você está bem? - Perguntou, novamente, preocupada.
Alfonso: Bu! - Sussurrou, após abrir a porta. Dulce se virou, e sorriu ao ver ele de pé, os olhos dela brilhavam. Alfonso sorriu e puxou ela pela cintura, e Dulce foi pra ele, com cuidado pra não encostar em sua barriga. Ela o beijou apaixonadamente, feliz.
Dulce: E então, teimoso? Viu que não há nada com a sua coluna? - Perguntou, sorrindo, enquanto fechava a porta. Alfonso recuou. Nunca estivera tão feliz por poder se mover.
Alfonso: Não são as minhas pernas. – Disse, orgulhoso, e viu Dulce arquear a sobrancelha. – Bom, minha barriga dói quando eu fico de pé, e... – Interrompido.
Dulce: Volte pro demônio da cama. Agora. - Rosnou, e ele riu, mas a obedeceu. Não precisava sentir essa dor. Ele já sabia que podia faze-lo, agora era só esperar.
Uma vez sentado novamente, a dor de Alfonso passou instantaneamente. Ele suspirou, feliz. Sabia que não era impotente, tivera a prova na noite anterior. Sabia que podia andar. Sabia que amava Dulce. E agora tinha esperança, esperança de que pudessem sair disso, e deixar todo o ocorrido pro passado, como apenas um tempo ruim. Dias se passaram. Logo se formaram 3 semanas desde o ocorrido. Alfonso já estava bem melhor. Até que, em uma bela manhã, recebeu alta. Foi como ver um raio de sol depois de dias na escuridão. Christopher fechou a conta do hospital, enquanto Dulce ajudava o marido.
Médico: Francamente, eu espero nunca mais ter o senhor aqui. – Disse, e Dulce riu.
Alfonso: Não por isso, não pretendo voltar tão cedo. – Sorriu, abraçando a mulher.
Dulce: Desculpe o trabalho, doutor. Eu fiquei... descontrolada. – Ela mediu a palavra, e o médico riu.
Médico: Agora que você está indo embora, não há problema. – Brincou, e Alfonso riu. – Mas, eu espero que se, um dia, eu cair na cama de um hospital, minha mulher cuide de mim com 1/3 da devoção que a senhora cuidou dele. – Admitiu, e então a enfermeira apareceu na porta, avisando de uma emergência. – Com licença. – Pediu e saiu.
Alfonso olhou Dulce, apaixonado. Ela sorriu pra ele, feliz. Ele abaixou o rosto pra ela, beijando-lhe docemente os lábios. Em seguida os dois saíram de mãos dadas no hospital. Dulce obrigou o cocheiro da carruagem a ir devagar, fazendo Alfonso revirar os olhos e Christopher rir. Depois de tempos de viajem, chegaram em casa. Alfonso nunca esteve tão feliz em voltar pra casa.
Maite: É bom tê-lo de volta, Alfonso. – Disse, acanhada, mas contente.
Alfonso: É bom voltar. – Disse, sorrindo.
Dulce: Vamos pro nosso quarto. – Murmurou, só pra ele, e ele sorriu.
Alfonso: Vamos. – Disse, beijando as costas da mão dela.
...
Dulce: Alfonso, não! – Murmurou, rindo, enquanto Alfonso lhe abraçava por trás, beijando-lhe o pescoço.
Alfonso: Porque não? – Murmurou, passando o nariz pela nuca dela, vendo-a estremecer e se arrepiar. – Nós estamos em casa agora. – Dulce abriu a porta do quarto dos dois, e eles entraram.
Dulce: Porque não pode. Ainda não. – Ela se desvencilhou dele, que encarou a esposa, exasperado.
Alfonso: Quer me enlouquecer? É isso? – Perguntou, fechando a porta atrás de si.
Dulce: Não é minha intenção. – Brincou, rindo, e se afastando.
Alfonso: Pois então venha aqui. Agora. – Chamou, e o desejo na voz dele fez ela perder o rumo. Alfonso sorriu com isso e se aproximou dela, puxando-a pela cintura. Antes que ela pudesse reclamar, ele a beijou possessivamente.
Que diabo, será que não ia haver uma vez na vida ela não seria capaz de resistir a ele? Parecia que não. O beijo durou minutos, e as mãos dele eram furiosas contra o corpo dela, que suspirava, lânguida. Até que um gritinho alegre avisou que mais alguém estava no quarto. Rosalie estava sentada no berço, olhando o pai com os olhinhos brilhando. Dulce se separou de Alfonso, mas antes que ele relutasse, seus olhos caíram na filha, e ele sorriu.
Alfonso: Só um minuto. – Pediu, se afastando dela, e Dulce riu.
Quando Alfonso se aproximou do berço, Rosalie estirou as mãozinhas pra ele, feliz. A menina não tinha noção do que tinha acontecido. Só sabia que o pai tinha saído de casa fazia muito tempo, e ela não tinha o visto mais. Alfonso sorriu e carregou a filha, que se abraçou ao pescoço dele.
Rosalie: Papai. – Murmurou, dengosa, abraçada a ele.
Alfonso: Sou eu, meu amor. Papai voltou. – Disse, enchendo ela de beijos. A menina riu.
Rosalie tapou os olhinhos, e Alfonso riu. Dulce rosnou.
Dulce: Ela não parava de fazer isso, faz uma semana. – Alegou, olhando os dois.
Alfonso: Cadê o bebê? – Entrou na brincadeira. – Olha ele aqui! – Disse, quando Rose tirou as mãozinhas dos olhinhos brilhantes de felicidade.
Alfonso sentou na cama, e pôs a filha em seu colo. A menina se aninhou ali, como se fosse o único lugar seguro que ela tivesse no mundo.
Alfonso: Diz pro papai o que você fez, enquanto ele não estava. – Pediu, meio que brincando. Rosalie não sabia falar direito ainda. Mas, ainda assim, ela tentava. Ele viu Dulce, após sorrir, se afastar da cama, indo pro banheiro, tirando o cabelo do rost. – Ei! – Chamou, e ela se virou pra ele. – Depois eu cuido de você. – Avisou, com um toque malicioso na voz, e Dulce ergueu a sobrancelha.
Dulce: Vá pro diabo que te carregue, Alfonso. – Rosnou, retomando seu caminho, mas sorriu ao ouvir o riso do marido. Tudo tinha voltado ao normal.
Rosalie adormeceu tempos depois, cansada de brincar com o pai. Dulce obrigou Alfonso a descansar um pouco, e ele, sem ter o que fazer, o fez. Sentira tanta saudade de seu quarto, de sua cama. Teve a impressão de ter acabado de fechar os olhos, quando uma mãozinha lhe empurrou o rosto. Uma mão maior que a de Rosalie, e menor que a de Dulce.
Alfonso: Você enlouqueceu? – Perguntou, sobressaltado, ao abrir os olhos e ver Suri lá, de pé, com o queixo erguido.
Suri: Ainda não. – Disse, em seguida, com um pulinho, se sentou ao lado dele, na cama. Alfonso observou a irmã com a sobrancelha franzida – Quero conversar com você, de mulher pra homem. – Impôs, calma. Alfonso riu.
Alfonso: E que grande mulher você é. – Disse, ajeitando as almofadas atrás de si e se sentando em seguida, ainda rindo.
Suri: Vai escutar? – Perguntou, erguendo a própria sobrancelha, no esboço de uma careta.
Alfonso: Tudo bem. – Ele tossiu, engolindo o riso. – Diga.
Suri: Obrigado. – Respondeu, e respirou fundo. – Eu quero deixar uma coisa clara. Não é porque eu não vou com a sua cara que eu quero que você morra, ok?
Alfonso: Isso me deixa completamente confortado. – Disse, olhando-a, e prendendo o riso pela seriedade precoce com a qual ela lidava com ele.
Suri: É sério. – Ela olhou pras mãos. – Sei que você também não gosta de mim, isso é normal. – Disse, pensativa. – Mas faça pela Dul. Pela Rose. Faça por alguém.
Alfonso: Fazer o que? – Perguntou, já sem rir, perdendo o fio do que a menina lhe dizia.
Suri: Não morre não. – Pediu, olhando pras mãos, e Alfonso percebeu a aflição por trás da voz falsamente composta.
Alfonso entendeu a preocupação da menina. Nessa história toda, ele não pensou em Suri. Ele era o parente mais próximo que ela tinha: irmão por pai e mãe. Um velho remorso bateu no peito dele, lembrando-se dos anos em que ele a fizera ficar trancada no quarto, negando sua existência, só porque lhe lembrava Luisa, sua mãe. A menina não merecia aquilo. E mesmo assim estava ali, achando que ele ainda corria risco, lhe pedindo pra viver.
Alfonso: Eu... – Ele pensou. – Eu não pretendia. – Disse, e vê-la ali, pequena, com a face vermelha de vergonha, olhando as mãozinhas. Pensou ter visto o olhar dela brilhar mais que o normal. Estaria chorando?
Suri: Eu... – Ela disse, e do mesmo modo que ele, clareou o pensamento. – Eu fiquei preocupada. – Ela respirou fundo, ainda sem encara-lo. – A Dul saiu de cavalo atrás de você, e só voltou a noite, e estava ferida, coberta de sangue. E então... então disse que tinham atirado em você. Disse que seu estado não era bom. E-eu tive medo. Não que eu morra de amor por você, mas... você é meu irmão. – Ela retrucou, com o cenho franzido, e Alfonso a observava, sem reação. – Olhe, eu prometo que... – Ela pensou no que ia prometer. – Eu prometo que me comporto melhor. Eu vou tentar lidar com você, é isso que os irmãos fazem, não é? – Ela coçou a franjinha de leve. – Mas, por favor, não morre não. – Repetiu, e Alfonso viu uma lagrimazinha descer pelo rosto dela.
Alfonso estava pensando no que ia responder, não esperava aquele ato, não dela. Mas era bom saber que a irmã o perdoara, que tinha afeto por ele, que se preocupara. Então, pelo impacto que recebeu na barriga, ele pensou que ela tinha lhe batido. Mas não. Estava abraçada a ele. Era o primeiro abraço que Alfonso dava a Suri. No inicio ele ficou sem reação, mas sentiu as lágrimas de preocupação da menina contra sua camisa, e fez o que seu instinto de pai, ao ver a pequena tão desolada, mandou: consolou ela. Retribuiu-lhe o abraço, pondo uma mão em suas costas e a outra em seu cabelo, beijando-lhe a testa em resposta a seu pedido: ele não ia morrer. Dulce ia entrar no quarto, mas quando entreabriu minimamente a porta viu a cena: Suri abraçada a Alfonso, que parecia nina-la. Francamente, não era de se esperar. Dulce sorriu, olhou a cena uma ultima vez, e saiu silênciosamente. Suri ficou ali com Alfonso por minutos a fio, quietinha, no abraço do irmão, que lhe acariciava os cabelos. Teve tanto medo de que ele morresse antes que ela pudesse abraça-lo. Então, bem meia hora depois, ela se separou dele, fungando.
Alfonso: Não vou morrer. – Disse, secando o rosto dela. – Não agora. – Ele avaliou, e ela riu de leve. – Ainda vamos poder tentar ser irmãos.
Suri: Obrigada. – Disse, rouca. – E agora eu vou sair daqui, porque eu passei tempo demais com você, esta me afetando. – Alfinetou e Alfonso riu.
Suri riu também, deu um beijinho estralado no rosto do irmão e, após pular pro chão, saiu, saltitando, do quarto. Alfonso sorriu, e balançou a cabeça negativamente, pensando em tudo. Se não fosse Dulce pra mudar tudo, ele nunca teria provado do amor que a irmã demonstrara a ele agora. Ele voltou a se afundar no travesseiro, afogado em seus pensamentos. Quem diria, anos atrás, que ele podia receber um “eu te amo” da mulher, que poderia ver amor nos olhinhos da filha, e que poderia ouvir a irmã que ignorara e agredira revelar amor por ele?
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Autor(a): HerreraHD
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Dias se passaram. Dulce não cabia em si de tanta felicidade. Suas regras não vieram mais uma vez, ela tinha certeza de que estava grávida. Perla estava morta. Alfonso, vivo. Rosalie, saudável, feliz. Escobar fora preso. Nada nem ninguém poderiam estragar sua felicidade. Alfonso lhe tentava noite após noite, ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 167
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emily87 Postado em 01/12/2021 - 21:31:00
Que história mais linda! Chorei muito na parte em que a Dulce de despediu do Alfonso. Parabéns pela história.
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ellafry Postado em 08/02/2017 - 22:34:08
Vou sentir saudades :(
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ellafry Postado em 08/02/2017 - 22:33:24
MARAVILHOSA <3333
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ellafry Postado em 01/02/2017 - 20:36:39
que fogo esses dois hem
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ellafry Postado em 27/01/2017 - 12:00:39
esse pai da dulce é um porre
HerreraHD Postado em 28/01/2017 - 17:12:08
demaiiiiiiis
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ellafry Postado em 23/01/2017 - 09:42:57
haha dulce malvadinha
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ellafry Postado em 20/01/2017 - 10:39:21
MOMENTO MARAVILHOSO DA SURI COM O ALFONSO *-* AMEI AMEI AMEI
HerreraHD Postado em 22/01/2017 - 20:07:16
já tava na hora desses dois se acertarem *-*
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ellafry Postado em 19/01/2017 - 15:24:37
espero q seja um menino. *-*
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ellafry Postado em 16/01/2017 - 10:20:32
que ciumes, sem or kkkkkk se acalma dulce
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ellafry Postado em 05/01/2017 - 11:14:25
ain, que aperto no coração ver o poncho assim :(
HerreraHD Postado em 06/01/2017 - 20:38:52
dá uma dozinha, nem parece que ele já fez tantas maldades :( kkkkk