Fanfic: Mulher Em Fuga *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

A porta principal e a dos fundos foram trocadas por portas de aço reforçado. Herrera tinha enviado dois de seus homens a Boise e na segunda-feira à noite, instalaram detectores de movimento e armadilhas. Seu telefone gravava mensagens e reconhecia as chamadas, e em cada cômodo havia um extintor de incêndios.

Desde que se levantava pelas manhãs até a hora que voltava para sua casa à noite, Anahí ia sendo entregue de homem para homem, sempre vigiada por alguém.

Depois do almoço, Poncho esperava Chuck chegar antes de ir para o rancho. Chuck a levava até a porta da escola e deixava-a com Jerry Johnson que a acompanhava até a sala de aula. Depois da aula, Chuck a estava esperando na porta do colégio para levá-la para casa.

Dois dias depois, Chuck a acompanhou até a mercearia Jensen onde ela e Beth se ocuparam conversando sobre desenhos e cores. Anahí tinha combinado ajudar Beth a redecorar a loja.

Em seguida, Chuck ou o funcionário de Herrera chamado Sandy, a levaria para casa e esperaria até que Herrera chegasse para fazer uma solene cerimônia de entregar sua mulher a salvo.

Anahí se sentia como um bastão em uma corrida de revezamento.

Ela não tinha a mais remota ideia de qual história Herrera e Chuck teriam contado aos outros homens do povoado, mas deu resultado.

Quando ia ver Beth para planejar a redecoração de sua loja, Loren permanecia atento a qualquer movimento que pudesse haver do lado de fora. Anahí podia encher folhas e folhas de desenhos enquanto Beth ia comentando o que gostaria enquanto Loren não afastava os olhos da porta nem uma só vez.

Uma vez, um caixeiro viajante perdido e confuso entrou na loja para perguntar sobre uma direção a tomar, Loren tirou um walkie-talkie debaixo do mostrador e disse algo com voz baixa. Chuck e Bernie se materializaram ali imediatamente, o primeiro estava com a mão sobre a pistola e o segundo, sobre um rifle.

O caixeiro viajante parecia sisudo em comparação a outros suspeitos, comprou um saco de maçãs, perguntou o caminho para Rupert e saiu de lá rapidamente.

Anahí podia vê-lo esfregar a testa fora da loja e correr para o carro. Chuck, Loren e Bernie ficaram junto à porta e observaram até que o carro desapareceu de vista.

Não era a melhor forma para aumentar o turismo no povoado.

Anahí estava ansiosa para que chegasse essa noite, pois Herrera tinha conseguido um aparelho de DVD e havia trazido filmes suficientes para mantê-la ocupada durante os próximos cinquenta anos.

Para sua surpresa, Herrera também era um apaixonado por filmes antigos, como ela. Seus gostos eram bastante parecidos, embora Anahí preferisse as comédias românticas e Herrera se inclinava mais para os filmes de oeste.

Essa noite ele havia prometido levar para ela Casablanca.

Anahí estremeceu ao pensar no que viria depois.

Normalmente, a não ser quando estava no colégio, Anahí levava uma pistola pequena mas poderosa. Uma Beretta Tomcat de calibre 32.

Herrera havia dito que não queria que ela usasse uma pistola de menina. A Tomcat era pequena, mas Anahí ficou surpresa com o coice que dava na pessoa ao disparar e no dano que fez nas poucas árvores contra as quais ela havia praticado.

Ela estava com um calo entre o polegar e o indicador e chegava em casa cheirando à pólvora depois das sessões.

Herrera era um professor excelente, paciente e cuidadoso. A princípio, tinha repetido uma e outra vez a teoria até sua cabeça girar com "destrave, puxe, mire e atire".

Então ele havia praticado várias posições com ela. Ainda doía a parte de atrás de suas pernas pela má postura que tinha adotado no princípio.

Herrera a fez andar para frente, como se estivesse um pouco agachada e apoiou sua mão sobre a dela, firmando-lhe a mão para que desse o primeiro tiro de sua vida. Ela errou o alvo, mas foi por muito pouco.

Herrera fez questão de elogiar o seu empenho apesar de Anahí não ter certeza se teria sangue-frio necessário para disparar contra um ser humano, mas surpreendeu-se ao descobrir a segurança que sentia ao levar uma arma sempre com ela.

Um golpe seco a tirou de seus pensamentos.

— Senhorita Puente? — chamou Jim com ansiedade. — Está tudo bem?

— Sim, Jim. — disse com um suspiro. — Já estou saindo.

Aqui está! O profissional se inclinou com entusiasmo quando o computador apitou. Já era hora.

Aquele lugar o estava colocando de cabelos em pé. A cama era horrível, o tempo estava sempre péssimo e a comida era horrorosa. A espera foi longa demais, mas finalmente chegava ao fim.

Decodificação 60%... 70%... 80%... 90%...

Venha baby, apareça. Ainda podemos passar o Dia de Ação de Graças em St. Luzia.

Decodificação completa.

Bingo!

A tela se encheu de letras.

Arquivo: 248

Testemunha do Programa de Amparo às Testemunhas: Anahí Portilla

Data e Local de Nascimento: 06 de março de 1977, Londres, Inglaterra.

Último domicílio: 4677 Larchmont Street, Boston, MA.

Caso: Homicídio, Joel Capruzzo, 30 de setembro de 2004.

Última direção conhecida: Hotel Sitwell, Boston, MA.

Causa da Morte: Hemorragia maciça causada por um tiro de arma do calibre 38 no lóbulo anterior esquerdo do cérebro.

Acusado: Dominic Santana.

Domicílio atual: Centro de Correcional de Warwick. Warwick, Massachussets.

Venha, venha... tudo isso eu já sei. O profissional se inclinou para frente com os olhos fixos na tela. Venha, me conte algo que eu ainda não saiba.

Data de ingresso no Programa de Amparo às testemunhas: 03 de outubro de 2005.

Área 248, Código 7gj608hx4y

Área 248. Bem, já sabemos onde está isso. Agora, o resto. A informação já estava no arquivo, só precisava saber tirá-la. E não era mais que questão de tempo e paciência.

Área 248, Código 7gj608hx4y...

O cursor piscou nesse ponto durante quinze minutos. O computador começou a apitar exatamente quando o profissional terminava de contar todas as fissuras que havia no teto.

Decodificação 60%... 70%... 80%... 90%...

Decodificação completa.

Ahh! A emoção da caça. Não havia nada como aquilo.

As letras começaram a aparecer.

Anahí Portilla, transladada como: Any Puente.

Domicílio atual: 150 East Valley Road, Simpson, Idaho.

Ora, ora, ora, pensou o profissional recostando-se na cadeira. Any Puente. Era isso.

Logo o profissional estaria voando para longe de Seattle, com dois milhões de dólares no bolso.