Fanfic: Mulher Em Fuga *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— Herrera? — olhou-o com ansiedade. — Você ainda está zangado comigo?

— Não. — soltou a respiração lentamente e estendeu a mão para aproximá-la dele, agradecido dela estar com ele. Viva e em seus braços. — Não estou zangado, apenas com medo.

— Eu também. — sussurrou agarrando suas costas.

Herrera se afastou um pouco.

— Então por que... — começou a dizer, mas parou.

Sabia por que. Ela teve todo o trabalho para decorar o local de Carly e transformá-lo no da Marissa. É claro que ela queria participar da diversão.

— Eu... me preocupo com você. — disse finalmente, estas palavras arrancadas de algum lugar profundo de dentro dele.

— Eu sei, Herrera. — seus olhos maravilhosos e expressivos estavam tristes e cansados, quando deveriam estar brilhantes pelo sucesso do restaurante.

Não era justo o que tiraram dela.

— E te preocupei por causa do meu egoísmo. Sinto muito. Você me perdoa?

Essas palavras teriam movido até a uma pedra. E, apesar de Melissa tê-lo acusado várias vezes de ser insensível, ele não era feito de pedra.

— Sim. — disse com voz rouca. — Eu te perdôo. De qualquer maneira, a culpa foi minha, não deveria ter chegado tão tarde.

— Não, Herrera, não se culpe. — Anahí tocou sua bochecha — Eu sou a única culpada, mas não pude evitar. Não posso viver como você gostaria... teria que ser surda ou muda e... não me preocupar com ninguém. Mas eu queria muito ver como Marissa estava se virando no restaurante.

Herrera deu um longo suspiro e sua boca se transformou em um meio sorriso.

— Sei. E também queria provar o bolo de chocolate da Maisie. — disse sorrindo.

— Mousse. — ela sorriu. — E sim, isso também. Embora não tenha conseguido provar nada. De qualquer maneira, acho que Maisie trará um amanhã para comermos enquanto redecoramos a mercearia de Beth, vou perguntar para ela. E... Herrera?

— Sim? — ele olhou para ela.

Ela colocou a mão hesitante em seu braço.

— Acabamos de ter nossa primeira briga.

Ele suspirou.

— Sim.

— E sobrevivemos.

— Sim.

— Embora, é claro, você tenha sido terrivelmente teimoso.

Herrera apertou os lábios.

— E você imperdoavelmente imprudente.

— Mas você já me perdoou. — ela sorriu para ele de orelha a orelha. — Não é?

— Sim. — Herrera estendeu a mão e a puxou para seus braços, beijando-a.

— Suponho que isso significa que você se importa de verdade comigo. — sussurrou Anahí por um momento.

Herrera deu um sorriso triste.

— Suponho que sim.

Puft! Herrera rolou sobre seu ombro duas tardes depois. Anahí sentiu-se agradecida pelos colchonetes que ele havia posto em sua sala de estar para praticar Aikido.

Logo, Anahí estava sobre ele. Sentada em seu peito.

— Eu fiz isso! — gritou Anahí, golpeando o ar encantada. — Eu fiz isso! Te derrubei!

Levantou-se e executou uma dança de guerra, golpeando com ferocidade os inimigos imaginários.

— Sim, você fez. — Herrera sorriu enquanto se levantava.

Adorava vê-la assim de feliz e triunfante ao invés de pálida como giz.

Não foi fácil se jogar no chão sem que ela notasse, mas tinha valido a pena ver o impulso que isso deu à sua autoconfiança.

Ela já havia aprendido alguns golpes básicos e ele começava a se convencer que ela poderia deter um atacante não treinado. Um atacante fraco e inexperiente.

Mas ele queria que ela soubesse o que se sentia quando se derrubava alguém, que ganhasse confiança. Por isso se jogou no chão.

Anahí estava cantarolando o tema de Rocky Balboa golpeando o ar como se fora uma campeã de peso-pesado.

— Você não é tão duro como pensa, grandalhão. — disse e começou a rir.

Herrera sorriu.

— Acho que não, embora isso seja humilhante.

— Quero um prêmio por ter sido a vencedora. — disse rodeando-o imitando uma luta de box. — Se não quiser que te dê uma surra.

— Você me deixa morto de medo. — ele era incapaz de resistir a ela quando estava de tão bom humor. — Tudo bem. Fale. Diga-me o que você quer.

Anahí parou e olhou para ele.

— Você está falando sério?

Ele sorriu com o pensamento de dar algo a ela.

— Sim, claro. Diga o que você quer. Quer um cavalo? — perguntou animado. — Tenho um belo alazão muito doce. Você vai se apaixonar por ele.

Anahí balançou a cabeça.

— Ok, cavalos não. Joias?

Ela voltou a sacudir a cabeça.

— Um casaco de pele?

Balançou a cabeça outra vez.

— Não, não é isso também. Então, o que você quer?

Ele faria todo o possível para conseguir para ela.

— Quero ir à festa de Ação de Graças no Marissa's.

O sorriso se apagou dos lábios dele imediatamente.

— Não. — disse. — Absolutamente não.