Fanfic: Mulher Em Fuga *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Era seu problema, todos poderiam simplesmente ir embora e deixar que ela cuidasse de si, Herrera ficaria com ela, afinal, ela era sua mulher. E Chuck era a lei. Mas Glenn, Loren, Bernie, Sandy, MAC, Beth, Marissa, Maisie... Não era problema deles.

O problema era unicamente dela.

As lágrimas amontoaram em seus olhos.

O povo de Simpson estava arriscando sua vida por ela, sem reclamar de nada.

Anahí sentiu que a tocavam e virou-se para encontrar-se nos braços de Herrera. Ela se apertou a ele respirando seu aroma, pinho e couro. Ele a segurava com força. Ela estava com lágrimas nos olhos e o peito apertado de terror.

— Herrera. — sussurrou. — Tome cuidado.

— Sim. — Herrera a afastou um pouco para olhá-la aos olhos. — Nós vamos ficar bem. E você?

Anahí fez o que pôde por sorrir para lhe tranquilizar.

— Sim, estarei bem. — disse, antes que sua voz sumisse.

— Pegue sua arma.

— Ah. — Anahí tinha esquecido completamente dela.

Pegou sua arma na bolsa, perguntando se seria capaz de utilizá-la.

— Lembra o que te ensinei sobre o gatilho, não é?

— Sim, Herrera. — Anahí piscou para conter as lágrimas.

— Olhe para o alvo, incline o corpo para frente, destrave, puxe e atire. Tem munição de sobra?

Anahí apertou o bolso e concordou.

Herrera lhe deu um beijo rápido e apaixonado, quando a primeira lágrima rolou por sua bochecha, ele já estava saindo pela porta com Chuck.

— Pai? — a voz de Matt ecoou no restaurante.

Chuck parou no vão da porta e olhou atrás.

— Fale filho.

— Eu também preciso de uma arma.

Anahí viu várias emoções refletidas no rosto de Chuck: Surpresa, medo, orgulho.

Ganhou o orgulho.

Chuck foi até a mesa ao lado onde Bernie tinha entrincheirado as armas e escolheu um rifle. Agarrou-o com força e o estendeu para seu filho.

Anahí não pôde suportar. Uma coisa era Chuck, Herrera e seus homens tentando defendê-la, outra muito diferente era que Matt também o fizesse. Ele não era mais que um menino.

— Não, Chuck. — rogou. — Esta é minha guerra. Eu não poderia suportar ver um menino baleado por causa de...

Chuck a calou com um olhar.

— Você é uma de nós agora, Anahí. E Matt aprendeu a disparar aos seis anos, eu mesmo o ensinei. Suponho que até este momento eu não havia me dado conta, mas ele já não é mais um menino. — com gesto solene, Chuck entregou a arma a Matt que a pegou com a mesma solenidade. — Proteja às mulheres, filho.

— Pode deixar pai.

Chuck concordou e seguiu Herrera para fora do restaurante.

Assim que saíram, um sorriso apareceu no rosto de Matt.

— Maldição! — gritou feliz, tomando posição junto à janela principal. Com uma mão sustentava a arma junto à orelha, como nos filmes, enquanto com a outra golpeava o ar. — De zero à esquerda à herói!

A neve caía com força e a capa que cobria o chão já media alguns centímetros, amortecendo o som das pegadas.

A neve podia ser um adversário mortal e Herrera sabia que tinha que usar a neve para pô-la ao seu lado e não contra ele. A temperatura estava alguns graus abaixo de zero e continuava caindo.

Herrera se agachou e foi se arrastando em silêncio de porta em porta ao longo da rua principal, seguido de perto por Chuck.

A mente de Herrera trabalhava a toda velocidade. O tempo. O tempo era crucial.

Davis tinha se mostrado claramente culpado de que um de seus homens tivesse traído Anahí e trabalhou duramente para dar a Herrera toda a informação que pudesse.

S. T. Akers fora ver Santana fora do horário de visita, alegando uma urgência médica. Não era permitido nenhum telefonema para os prisioneiros da ilha antes das sete da manhã, quando os registros mostraram Santana fazendo uma chamada para um de seus empregados em Boston.

Davis tinha verificado todos os vôos. Apesar de imaginar que Santana teria uma equipe pronta para sair de qualquer lugar a qualquer hora.

De qualquer forma, os assassinos não poderiam chegar à Boise antes das duas da tarde. Todos os vôos que estavam saindo de Logan se atrasaram por causa da tormenta, além disso, havia um trajeto de três horas do aeroporto de Boise até Simpson com boas condições meteorológicas, tendo em conta que conheceriam o caminho.

Alguém que não conhecesse o território, e em meio de uma tormenta de neve, demoraria umas quatro horas para chegar ali.

Herrera verificou o relógio. Cinco e meia. Tinha ainda uma meia hora para organizar tudo.

Herrera amaldiçoou alto quando o celular tocou. Antes que tocasse pela segunda vez, ele já o tinha aberto.

— Herrera.— disse em voz baixa sem deixar de inspecionar a rua principal.

— Sou eu, Davis. Tenho ótimas notícias.

Herrera fechou os olhos e rezou em silêncio.

— Então me diga que a caçada terminou e que os cães foram presos.