Fanfic: Mulher Em Fuga *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Levou um susto ao sentir algo frio e úmido contra sua mão.

— Oh! — Anahí se inclinou no encosto do sofá e observou os comovedores olhos castanhos.

Estava louca, provavelmente se devesse ao álcool e ao estresse, mas tinha a estranha sensação de que o cão compreendia perfeitamente bem o que estava se passando com ela.

Ele olhou-a com adoração e lambeu sua mão. Não havia um só ser humano na face da terra que mostrasse a mesma gratidão por ter ganhado restos de uma salada de atum e um velho cobertor.

— Cuida dos animais com a mesma facilidade que de encanamento senhor... ehhh... Herrera?

— Só Herrera, senhora.

Levantou-se do sofá com facilidade, algo que não era tão simples, Anahí sabia que esse sofá tinha as molas quebradas. Ela mesma as tinha sentido e desejado em mais de uma ocasião consertá-lo. Se não estivesse tão descontrolada, o teria avisado de que estava sentando-se em um sofá devorador de pessoas.

Mas Herrera se levantou com tanta facilidade que parecia que o sofá o tinha expulsado, o que só podia significar uma coisa: Ele tinha um abdomên fantástico combinando com os assombrosos músculos de suas coxas.

De fato, pensou Anahí distraída ao ver que Herrera se inclinava sobre o cão, tudo nele é fantástico.

Movia-se com uma graça incrivelmente ágil e poderosa. Os músculos bem definidos se destacavam através do pulôver negro. As mãos, que movia brandamente sobre o cão, eram grandes, com dedos largos e elegantes.

Agachou-se para murmurar algo para o cão e Anahí se viu novamente hipnotizada por suas coxas.

Como podia alguém ter músculos como aqueles? Ele se dedicava à criação de cavalos, então provavelmente os montasse frequentemente

Anahí teve uma repentina e sensual visão de Herrera montando sobre ela e essas incríveis coxas flexionadas firmemente enquanto o...

Herrera levantou os olhos para olhá-la e Anahí ficou vermelha de repente.

Oh, Meu Deus, confiava que ele não pudesse ler sua mente.

Ele acariciava a cabeça do cão de rua com sua mão enorme e Anahí aproveitou para concentrar-se em algo que não fossem as coxas dele. Ou o que era pior... O que havia entre elas.

— O cão não é meu. Faz dias que ronda por aqui, buscando comida em minha lata de lixo e sempre o mando embora. Esta tarde, quando cheguei em casa depois de... atacar você com uma abóbora na cabeça... — Anahí piscou e sentiu que voltava a ficar vermelha.

Herrera não pareceu reparar nisso. Suas enormes e maravilhosas mãos masculinas acariciavam o corpo inteiro do cão, detendo-se junto à pata dianteira direita.

— Também me dei conta disso, está quebrada? — Anahí olhou por cima do encosto do sofá.

— Não.

— Então?

— Torcida. E alguém esteve tratando-o muito mal. — Herrera emitiu uns sons com sua voz profunda e rouca para tranquilizar ao cão que fizeram com que Anahí se acalmasse também, e voltou a levantar os olhos. — Ele tem um nome?

— Não. Já te disse... O encontrei esta tarde.

— Precisa de um nome. — Herrera acariciou brandamente o cabelo que havia entre as orelhas do animal.

— Ehhh...

Aquele cão sarnento de pelo amarelado não tinha nada que ver com Federico Fellini, seu elegante gato siamês. Ainda assim... O vira-lata tinha quatro patas, cabeça e cauda, como Federico. Resolveu levar isso em consideração.

— Fred. O chamarei Fred.

— Olá, Fred. — Herrera deixou que o cão virasse para cheirar seus dedos. — Em alguns dias estará perfeito se não se apoiar sobre essa pata. A única coisa que você precisa no momento é de uma boa comida e um bom lugar para dormir. — Herrera fez um ruído com a boca e ficou de pé rapidamente.

Anahí esticou o pescoço para observar.

— Você já vai? — sentiu-se inexplicavelmente invadida pelo pânico.

— Não. — ele olhou para ela por um momento sem nenhuma expressão no rosto e Anahí se encontrou desejando poder decifrar o que ele estaria pensando, embora provavelmente não fosse gostar.

Estava convencida de que seus pensamentos deviam seguir a linha de como sair educadamente da casa de uma louca.