Fanfic: Mulher Em Fuga *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Ele abriu a porta e desapareceu.

Já era noite e Anahí vislumbrou a escuridão através da luz do poste, uma rajada de agulhas de granizo caía em vertical. E antes que o frio entrasse pela porta aberta ele já estava de volta com um kit de primeiros socorros na mão.

— Isso também veio da sua caminhonete mágica?

Mais uma vez, teve a impressão de ver um sorriso no rosto dele.

— Sim.

Herrera se ajoelhou junto a Fred e começou a murmurar novamente, com sons tranquilizadores e sem sentido.

Anahí ficou surpresa ao ver que o cão não protestava, nem sequer quando Herrera começou a examinar com cuidado a pata dianteira, para depois envolvê-la firmemente com uma atadura elástica.

O cão tinha um arranhão profundo na coxa direita, mas não se moveu, embora gemesse enquanto era examinado. Herrera limpou a ferida, mas não a enfaixou.

Anahí inclinou-se no encosto do sofá e observou Herrera com interesse. Ele trabalhava rápido, em silêncio e de maneira competente.

— O que você acha que aconteceu com ele?

Herrera sentou-se sobre os calcanhares, esticando com isso os jeans. Anahí se concentrou para não afastar o olhar do rosto dele, a repentina fascinação que provocava a parte inferior de seu corpo era esmagadora.

Já estava bastante deprimida com sua situação e... se horrorizava ao pensar que estava se transformando naquele tipo de mulheres que sentia tesão por qualquer coisa e saíam pelos bares em busca de homens.

— O mais provável é que tenha sido um acidente de carro. — disse. — Com duas opções, ou foi atropelado ou o jogaram para fora de um carro em movimento.

Anahí suspirou com força, indignada.

— Jogado para fora? Você acredita mesmo que existe gente capaz de jogar um pobre animal de um carro em movimento? De propósito?

— Sim, e não seria a primeira vez que alguém pensa querer um animal de estimação e assim que se cansa dele, o abandona. Vê-se claramente que Fred é um cão de alguém. Ou o era. Tem bons músculos, provavelmente seja um bom caçador. — Herrera acariciou a cabeça de Fred e coçou atrás das orelhas, o cão moveu a cauda com energia.

— Se você está dizendo... — Anahí olhou Fred com dúvidas.

Se ele realmente tinha bons músculos, deveriam estar escondidos debaixo da sujeira do pelo.

— Não sou muito fã de cães e não tenho nenhuma intenção em mantê-lo. Só fiquei com pena dele hoje.

Herrera ficou em pé e colocou as mãos nos bolsos traseiros da calça.

— Talvez queira ficar com ele por um tempo. Pode lhe fazer companhia quando... — deteve-se de repente.

— Quando eu desmoronar? — perguntou Anahí secamente. — Garanto-lhe senhor Herrera, que normalmente não faço isso. Não estou acostumada a chorar todas as tardes.

— Não quis dizer isso, senhora. — passou o peso de uma bota para a outra com agilidade, e pareceu constrangido. — E meu nome é Herrera.

Anahí inclinou a cabeça enquanto o examinava.

— Ninguém o chama por seu nome de batismo? Qual é? Alfonso?

— Sim. Mas quase todo mundo me chama de Poncho.

— Mesmo quando era criança? Como sua mãe o chamava?

— Não sei. Ela morreu quando tinha três anos, mal me lembro dela.

— Como te chamavam no colégio?

— Poncho.

— E sua esposa?

— A maioria das vezes me chamava de filho de puta, senhora. — olhou-a fixamente com seus olhos verdes. — Especialmente antes de me abandonar.

Ok, com isso a conversa estava encerrada.