Fanfic: Mulher Em Fuga *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Como o Carly's Diner, não seria nada mal ter alguns conselhos de um decorador de interiores para aquela casa. Os móveis eram gigantescos e escuros, e estavam arrumados contra as paredes, de forma que no centro ficava um espaço vazio sem nada.

Talvez nas noites de verão Herrera realizasse algum show ali ou algo assim.

Quando os olhos de Anahí se acostumaram à penumbra e ela sentiu-se relaxar.

Herrera era um leitor.

Nesse instante, ela perdoou todos os seus problemas de comunicação e suas coxas e braços que a faziam perder a sanidade.

Herrera pertencia à sua tribo. A tribo dos leitores.

Havia livros por toda parte, em todas as superfícies disponíveis, inclusive alinhados nas estantes. Livros de verdade, para ler, não de decoração.

As mãos de Anahí coçavam de vontade de se aproximar para pegá-los e olhar suas capas, talvez inclusive, esfregar o rosto contra alguns para sentir seu cheiro.

Tinha certeza que se fizesse isso, começaria a chorar e molharia todos os livros de Herrera, sendo assim, ficou quieta onde estava.

A única fonte de calor era o fogo aceso na enorme lareira, em volta dela estavam agrupadas algumas cadeiras maciças de carvalho.

Anahí distinguiu a silhueta de um homem e um menino pequeno. O homem tinha o cabelo escuro e estava vestido de negro, como Herrera.

Anahí perguntou-se se ela teria perdido a moda dos fazendeiros ninja.

— Senhorita Puente! — Rafael pulou da cadeira e correu para ela. Levantou o rosto ansioso. — Por que está aqui, senhorita Puente? Não fiz nada errado, não é?

— Não, querido. — disse Anahí suavemente despenteando seu cabelo. — Claro que não fez nada errado. Só vim te visitar e a dizer ao seu pai que você é um aluno muito bom.

Parte da ansiedade de Rafael desapareceu, embora Anahí ainda percebesse tensão em seu rosto.

Herrera voltou a pegá-la pelo braço e se aproximaram da lareira.

— Anny Puente, permita-me te apresentar Bernaldo Martínez, pai de Rafael e meu capataz.

O homem, que não deu nenhum sinal de ter ouvido, continuou sentado na cadeira com a cabeça entre as mãos.

— Bernie... — a profunda voz de Herrera se transformou em um grunhido ameaçador.

Lentamente, Bernaldo Martínez levantou a cabeça e ficou em pé como se tivesse mil anos.

Anahí estremeceu ao ver que seus olhos, estavam da cor dos muitos semáforos que ela avançou em suas desorientações ao volante. Ela se perguntou se doeria ver tudo através de olhos tão vermelhos.

Ele estava abatido e uma barba de vários dias aparecia em seu magro e atraente rosto. Não era uma típica barba cuidada e conseguida com a dedicação de uma lâmina de barbear, e sim uma autêntica barba de vários dias, daquelas que só se consegue não se barbeando durante vários dias.

Provavelmente o mesmo número de dias que ele não teria dormido.

— Bernie... — o tom de voz de Herrera era mais baixo e ameaçador que antes, como se fora possível.

Martínez passou a mão pelos cabelos escuros e acenou com a cabeça para a Anahí.

— Senhorita Puente. — tinha a voz rouca e áspera.

— Senhor Martínez. — Anahí inclinou a cabeça.

— Hey, guri. — Herrera se agachou até ficar na altura de Rafael. Sua voz voltou a ser amável. — Estrela do Sul deu a luz ontem de noite. Por que não pede a Sandy que te leve para ver o potro?

— Um potro? — o rosto de Rafael se iluminou de alegria e a tensão desapareceu em um instante. — Yupiiiiii! — gitou, dando um murro no ar.

Recordando suas maneiras, murmurou um rápido adeus em direção a Anahí e saiu correndo pela porta.

Bernie Martínez virou devagar a cabeça para Herrera, era como se doesse o movimento que estava fazendo.

— O que foi? Uma potranca?

Herrera ficou em pé de novo e olhou fixamente para Martínez.

— Potro.

— Um potro. — disse Martínez soltando uma amarga gargalhada. — Deveria ter imaginado, nem sequer as éguas querem estar aqui. A Maldição dos Herrera volta com carga total...

Ponnyforever10: Pois é :/ , Jaja :3