Fanfic: Mulher Em Fuga *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— Já chega Bernie. — a voz de Herrera era fria e profunda.

Anahí estremeceu, não gostaria que ele usasse esse tom de voz com ela. anter-se-ia calada durante um século inteiro pelo menos.

Mas Martínez não pareceu muito impressionado.

— Aposto que se não tivéssemos mudado para cá, minha Carmelita não teria ido embora. Aposto que...

— Eu disse que basta! — a voz de Herrera estava mais profunda e fria.

Aproximou-se de Martínez com as mãos apertadas em punhos. Martínez levantou o queixo de forma desafiante, esperando Herrera acertá-lo.

Havia um cheiro almiscarado e pesado no ar. Anahí se perguntou se seriam de todos aqueles livros ou da testosterona que aqueles dois homens estavam soltando.

Precisava fazer alguma coisa e rápido. Martínez não parecia ser capaz de sobreviver à ressaca do dia seguinte, quanto mais a uma briga com Herrera.

Anahí voltou a olhar as enormes mãos de Herrera, que agora formavam dois punhos. Provavelmente poucos homens sobreviveriam a alguns socos de Herrera.

— Bem. — disse Anahí esfregando as mãos. — Bem, aqui estamos nós.

Nenhum dos dois mostrava nenhuma reação, então tentou sorrir mostrando alguns dentes.

Nada.

Ficaram ali, de pé, olhando um ao outro com a testa franzida e um olhar ameaçador como se Anahí não existisse.

Deu-se por vencida. Talvez, se sentissem melhor depois de alguns socos.

— Ehhh, Herrera?

Anahí reprimiu o impulso de pegá-lo pela manga da camisa para que prestasse um pouco de atenção nela. Mas não foi necessário, aqueles verdes e ferozes olhos voltaram a focar nela.

Anahí estremeceu de novo, embora desta vez não fosse de medo.

— Eu... — Anahí lambeu os lábios ressecados. — Deixei minha pasta na caminhonete e tem alguns trabalhos de Rafael lá que eu gostaria de mostrar para o senhor Martínez. Não... — levantou uma das mãos ao ver que Herrera se movia para ela. — Vou buscá-la, só preciso que você me diga como faço para voltar para a cozinha. Ou me desenhe um mapa.

O tom de voz de Herrera voltou a ser amável.

— Ao sair, vire à direita e depois da sétima porta, vire à esquerda e siga pelo corredor até o final. Chegará à despensa e então à cozinha.

Anahí estava tendo dificuldade de concentração com seu olhar penetrante.

O campo de força havia recomeçado.

— Sete portas, esquerda, despensa, cozinha. — disse. — Ok.

Virou-se e olhou pela porta com horror para o interminável e gigantesco corredor.

Talvez devesse deixar uma trilha de migalhas de pão.

Assim que a porta se fechou atrás da Anahí, Bernie caiu exausto sobre a cadeira e esfregou o rosto entre as mãos.

Ficou olhando fixamente para o fogo durante um bom tempo, enquanto Herrera se limitava a observá-lo.

— Ela se foi, Poncho. — disse finalmente. — E para sempre.

— Sim. — Herrera se sentia incomodado, aquele não era seu campo, não sabia como consolar um homem o qual sua esposa o havia enganado.

Bernie parecia estar passando por um inferno. Herrera sentiu uma pontada de pena por seu melhor amigo.

A partida de Carmelita tinha deixado um vazio real na vida de Bernie. Por um momento, Herrera quase sentiu inveja da intensidade dos sentimentos de Bernie.

Quando Melissa finalmente partiu, Herrera havia se sentido aliviado.

Bernie estava verdadeiramente ferido, embora isso não fosse desculpa para comportar-se como se comportou na presença de Anny Puente.

— Ouça Bernie. — disse Herrera. — Sei como está se sentindo, mas você tem que se recompor. Afinal, a senhorita Puente...

— Esqueça isso. — disse Bernie. — Você não tem a menor chance com ela. Acabará perdendo-a de qualquer maneira. Todas as mulheres que vem aqui acabam partindo. — ele ergueu os avermelhados olhos para Herrera. — Você deveria ter me falado sobre a maldição, Poncho. Como eu ia saber que nenhuma mulher fica muito tempo nas terras dos Herrera?