Fanfic: Mulher Em Fuga *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— Ok, Anny. A história é a seguinte. Minha esposa e eu estamos... estávamos... — Bernie começou a respirar pesadamente. — Não... Nós... — Bernie parou, incapaz de prosseguir.

— Ela foi embora? — sugeriu Anahí suavemente.

Bernie concordou com pesar.

— Imaginei isso. E Rafael está sofrendo muito, não é?

Bernie voltou a concordar e Anahí sentiu seu coração partir ao vê-lo assim.

Não tinha qualquer experiência pessoal com o divórcio, mas imaginava que devia ser muito doloroso.

Virou-se para olhar Herrera. Sua mulher também o havia abandonado. Teria sofrido dessa forma?

Não parecia, parecia não ter muitos sentimentos. Seu rosto anguloso e duro poderia ser esculpido em pedra, pois o único sinal de vida eram os olhos verdes e brilhantes, e mesmo assim Anahí pedia a Deus para ajudá-la a afastar os olhos de seu rosto.

— Bernie. — Anahí voltou a olhar o pai de seu aluno que era precisamente a quem precisava olhar e não a um fazendeiro com uma notável semelhança com uma pedra. — Acho que alguém deveria supervisionar os deveres de Rafael, talvez, alguém que pudesse passar algumas tardes com ele, para ter certeza de que ele voltou a fazer os deveres de casa e volte a assumir a prática disso. Não acho que seja muito difícil, ele é um menino brilhante.

Bernie levantou os olhos confuso e de repente seu rosto se iluminou.

— Tem razão. — exclamou. Estendeu a mão e balançou a de Anahí agradecido. — Tem toda a razão.

Ficou balançando a mão de Anahí com entusiasmo até que viu a testa franzida de Herrera e soltou sua mão.

— Como não pensei nisso antes? É uma ideia maravilhosa. Obrigado, Anny. Muitíssimo obrigado.

— Oh, não... — Anahí disse com consternação. — Não quis dizer que...

— É justamente o que Rafael precisa. — Bernie passou a mão pelo cabelo despenteado e soltou um suspiro de alívio. — Um tutor.

— Professora particular. — corrigiu sem pensar.

— Professora particular. Isso! Ótima, ótima ideia!

— Não, na verdade... — começou a dizer Anahí.

— Um toque feminino. — ponderou Bernie. — Suavidade, amabilidade e disciplina. É claro! Mão de ferro em um punho de veludo...

— Luva de veludo. — disse Anahí.

— Isso. — concordou Bernie. — É isso o que Rafael precisa.

— Ehhh, Bernie, eu realmente não acho que...

— Alguém que se importe. De fato... — Bernie fez uma careta. — Carmelita não era muito boa nisso. Ninguém teria dado a ela o prêmio de Melhor Mãe do Ano, garanto. Mas você, Anny, é justamente o que Rafael precisa. Ele te adora. Está sempre falando de você, a senhorita Puente isto, a senhorita Puente aquilo.

— Escute...

Bernie olhou Anahí com gratidão.

— Não posso expressar o quanto isso significa para mim e para Rafael, claro...

— Olha Bernie...

— Você é um anjo. — disse simplesmente. — Obrigado.

— Tudo bem. — Anahí levantou as mãos e sacudindo a cabeça deu-se por vencida. — Se é isso o que você quer...

Pensando bem, não era uma má ideia. O que ela fazia todas as tardes além de quase enlouquecer? Melhor assim, teria menos tempo para pensar em seus problemas.

Bernie levou a mão ao bolso traseiro da calça.

— Bem, quanto quer pelas aulas?

— Não quero dinheiro. — Anahí entrecerrou os olhos levou um dedo aos lábios, pensando. Virou-se para Herrera. — Como Rafael lida com os animais?

— Muito bem. — respondeu Herrera. — Quer ser veterinário quando crescer.

— Pois bem. — Anahí virou-se para Bernie. — Esse é o meu preço. Quero que Rafael me ajude a limpar o meu cão, Fred.

Meu cão, pensou surpresa. Soava tão estranho.

— Quero vê-lo limpo e escovado... — pensou na bola de pelo suja e emaranhada. — E sem pulgas. Em troca, Rafael pode passar algumas tardes durante a semana em minha casa e o ajudarei a ficar de novo em dia com os deveres. — de repente uma ideia veio à cabeça que fez com que ela olhasse para Herrera com horror. — Mas alguém tem que buscar o Rafael em minha casa para trazê-lo para cá. Eu não posso... não... é impossível...

— Olha, eu poderia... — começou a dizer Bernie.

— Eu irei. — interrompeu a voz profunda de Herrera.