Fanfic: Mulher Em Fuga *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Anny Puente e Bernie ficaram olhando para ele como se de repente ele tivesse duas cabeças.

Provavelmente Anny Puente o olhasse assim porque não ia querer se encontrar algumas tardes com um cara que se excitava cada vez que a olhava, e Bernie porque sabia muito bem que Herrera não tinha tempo para ir à Simpson todas as tardes durante a semana. E era verdade.

Mas não foi ele quem decidiu isso, foi seu pau quem tomou a decisão por ele.

— Vou buscá-lo. — disse Herrera.

Bernie abriu a boca, olhou para Herrera e voltou a fechá-la.

— E você ainda não estabeleceu o preço total que cobrará.

Anny curvou a boca. E Poncho olhava para sua boca, fascinado.

Seus lábios eram suaves e de um rosa natural, os cantos eram ligeiramente levantados em um sorriso perpétuo. Lábios quentes e acolhedores...

Anahí inclinou a cabeça e observou Herrera.

— Ah, não? — perguntou Anahí

— O que? — Herrera tentou se concentrar. — Não.

— E qual é o restante do preço que tenho que cobrar?

— Seu aquecedor precisa de alguns consertos, tem que arrumar o segundo degrau da varanda e isso apenas para começar.

— Tem razão. — Anahí dedicou um sorriso deslumbrante que fez com que Herrera ficasse sem respiração. — Diga-me, Rafael é habilidoso?

— É muito mais habilidoso do que seu pai, isso eu garanto. — Herrera sorriu e então ficou surpreso.

Ele estava flertando com ela. Era uma sensação tão nova que ele perdeu a noção do que estavam dizendo.

Ele estava flertando com uma mulher maravilhosa. Na cozinha dos Herrera.

Impossível.

Desde que podia lembrar, aquela cozinha tinha sido um lugar frio e impessoal onde os homens reabasteciam suas forças rapidamente e voltavam ao trabalho o mais rápido possível. E isso incluía sem dúvida, o sombrio período que durou seu casamento.

Mas agora, com Anny sentada ali brincando amavelmente com ele e Bernie, a cozinha parecia quase... aconchegante.

— Poncho? — Bernie olhava. — Quer que eu arrume o encanamento?

— Não. — respondeu Herrera. A ideia de ver Bernie com um martelo entre as mãos devolveu-o de repente à realidade. — Eu farei isso. Você é um desastre com as ferramentas ou com algo que não se mova ou coma feno. Eu...

— Papai! Papai! — Rafael entrou correndo como um louco na cozinha e antes que a porta de entrada se fechasse já tinha se jogado nos braços de seu pai. — Papai, Estrela do Sul teve um potro e ele é maravilhoso! Tem uma estrela no nariz, como sua mãe e tem que ver como se move. Vai ser um campeão, você verá. Espere até que Poncho o treine... Vai ganhar todos os prêmios do mundo! — o menino pulava excitado.

— É mesmo? — Bernie sorriu para seu filho e o abraçou. — Bem, me parece então que você será um menino muito ocupado nos próximos dias, terá que cuidar do novo potro e ir a algumas aulas à tarde com a senhorita Puente.

Rafael virou a cabeça de repente e os olhos se arregalaram

— É mesmo?

— Sim. — sorriu Anny. — Se estiver tudo bem para você. Claro que em troca, você terá que me ajudar a cuidar do meu cachorro.

— Um cachorro? — o rosto de Rafael se iluminou. — Que legal! Qual a raça dele?

Anny olhou para Herrera.

— Herrera? Qual a raça do Fred?

— Mestiço.

— Mestiço. Sim, suponho que isso engloba um pouco tudo. Bem. — esfregou as mãos. — Acho que eu deveria...

— Papai? O que tem para comer? — Rafael esfregou o estômago. — Estou morrendo de fome.

Bernie acariciou o queixo dele com o dedo e olhou para Herrera sem saber muito bem.

— Não fiz compras estes dias, Poncho. Quem está no turno da cozinha hoje?

— Deveria ser Larry — respondeu Herrera. —, mas ele teve que ir à Rupert comprar arame para fazer os fardos.

— Então quem vai cozinhar? — perguntou Rafael com tom choroso.

Anahí se encontrou de repente com três rostos masculinos e seis pares de olhos olhando-a com uma expressão tão suplicante, parecida com a de Fred na tarde anterior, que teve que morder as bochechas para não rir.