Fanfic: Mulher Em Fuga *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo 11

Anahí estava sentando-se no cômodo assento dianteiro da caminhonete quando, de repente, ficou petrificada.

— H-Herrera?

A caminhonete se inclinou para o lado de Herrera quando ele subiu e fechou a porta do condutor sem fazer ruído.

— Hum?

— Herrera. — baixou a voz até ser apenas um sussurro e se inclinou para ele. — Há uma pistola... aqui dentro.

Herrera deu uma olhada com indiferença por cima do ombro antes de pôr a caminhonete em marcha.

— Não. — disse.

— Ah, não? — perguntou ela, confusa.

A caminhonete arrancou com um salto para diante e ela teve que se agarrar ao cinto de segurança.

— Não é uma pistola.

Anahí tinha ficado surpresa quando o viu vestido com um traje de negócios de corte elegante. O traje não o fazia parecer descontraído, isso seria impossível, mas decididamente o fazia parecer... imponente... sério.

Ele havia chegado à pequena e maltratada lanchonete de Marissa, vestido neste traje elegante e ficou ali de pé, alto, grande e poderoso, com expressão fria, dura e remota.

Por uma fração de segundo, Anahí sentiu um momento de pânico ao pensar que ia entrar em um carro e se meter no deserto sozinha com aquele homem que parecia ser tão perigoso. Foi uma sensação momentânea que desapareceu em seguida.

Herrera não representava nenhum perigo para ela. Tinha certeza disso. Afinal, esteve dormindo com ele na última semana.

E era muito fácil separar o homem que esquentava sua cama todas as noites deste homem poderoso e com pinta de perigoso.

Então, Marissa cortou uma fatia daquele bolo terrível, o pesadelo de qualquer diabético, e a deu para Herrera. Ele pegou com valentia e comeu corajosamente, sob o atento olhar de Anahí que, quando o olhou nos olhos, estava convencida de que os dois pensavam o mesmo: "Que horrível, não é?"

Mas ele elogiou o bolo com uma voz suave e amável e sorriu levemente, embora quando Marissa cortou uma segunda fatia dizendo ser cortesia da casa, o sorriso se apagou imediatamente dos lábios dele. Mas ele comeu a segunda fatia também.

Anahí era capaz de imaginar um monte de coisas, esse era um de seus maiores defeitos, mas era incapaz de imaginar que um cara violento comesse uma segunda fatia daquele bolo pelo amor de sua amizade a alguém.

Quando o olhou, seus olhos verdes estavam cheios de amabilidade e talvez um pouco de solidão. Um pouco como Fred.

E ali estava ela, aventurando-se naqueles caminhos infinitos com um homem que tinha uma pistola na parte dianteira da caminhonete, bem à mão, e sua imaginação começou a aquecer novamente.

Logo Herrera começou a fazer aquele movimento sexy que fazia com suas coxas e algo mais começou a aquecer.

Anahí afastou os olhos um momento antes de voltar a olhar para seu rosto com determinação.

— Quer me fazer acreditar que isso... — assinalou-a com o queixo, pois não queria tocá-la. —, não é uma pistola?

— Não. — disse Herrera. — É uma Springfield. Um rifle de caça muito bom.

— Ah. — Anahí emudeceu por alguns segundos e se mexeu no assento.

Mas ainda estava lá, quieta, grande, brilhante e mortal. Nunca esteve em um espaço fechado com uma pistola, um rifle, jamais. Nunca teria imaginado que pudesse estar junto a um homem capaz de ter uma pistola. Ou rifle.

— Está pensando em matar alguém em Rupert hoje?

Herrera pareceu pensar.

— Bem, agora que você falou, não estou de fato muito satisfeito com a qualidade da ração que Davis Walker me vendeu semana passada... — ele se virou e viu que ela respirava horrorizada. — Isso foi só uma brincadeira Any.

— Ah. — deixou de sentir pânico, mas continuava preocupada. — Ok. Isso é bom, é muito bom, então para que precisa... — voltou a assinalar a parte de atrás com isso queixo.

— Na verdade não é minha. Bernie é quem normalmente usa esta caminhonete e a Springfield é dele. Eu prefiro as escopetas.

— E para que Bernie usa... um rifle?

— Para matar feras.

Anahí nunca tinha escutado ninguém usar essa palavra na vida real, só nas reprises da série Bonanza e nos vários de filmes de oeste.

— Feras? Como o que? Ladrões de gado?

Herrera continuava movendo ritmicamente a embreagem e o pedal do freio, além do câmbio de marchas, e Anahí tentava não ficar lhe olhando fascinada, então não viu a expressão de seu rosto, embora tenha quase certeza que ouviu uma risada abafada... de Herrera?!

— O que?

Eles estavam se movendo para a estrada principal, de modo que Anahí parou de mover as pernas e relaxou. Olhou-o novamente e imaginou detectar um sorriso.

— Já não existem muitos ladrões de gado. Além disso, nós não temos gado. De qualquer maneira, Bernie a usa para matar ratos e lebres. Durante a época de caça pode caçar um ou dois alces, todos têm debilidade pelos alces. — olhou-a e franziu a testa. — A pistola te incomoda, Any? Posso guardá-la na parte de atrás, embora seja mais seguro levá-la onde está. Te prometo que está descarregada, a munição está no porta-luvas.