Fanfic:  Desejo proibido - Adaptada | Tema: Vondy

– Desculpe, mas preciso... Preciso sair daqui, mãe – respondeu Dulce, evitando o olhar que ela sabia que a faria se sentir pequena e miserável ao mesmo tempo.

– Desculpe.

– D-desculpar? – gaguejou Blanca. – Você não vai a lugar algum . Você vai ficar aí e me explicar que diabos está acontecendo!

Mas Dulce sabia que não podia, não iria explicar. Estava rodeada de pessoas que se recusavam a entender – pessoas que mentiram para ela e a tratavam como uma estúpida. Havia muito para processar, muitas perguntas sem respostas. Ela precisava ficar sozinha.

– Não posso, mãe. Tenho que ir... Só por esta noite.

Aquilo era mentira. Dulce soube assim que as palavras saíram de sua boca. Seu plano era entrar no carro e não parar até que a gasolina acabasse.

– Não vou permitir, Dulce. Você vai largar essa mala, se recompor e pedir desculpas a Anahi.

Como ousa se comportar dessa maneira? Dulce latiu uma risada sarcástica.

– Pedir desculpas? Eu? Não tenho nada por que me desculpar!

– Chega! Pelo que ouvi hoje à noite – disse Blanca em um tom grave –, há muitas coisas pelas quais você precisa se desculpar. – Os olhos dela se arregalaram, descrentes. – Meu Deus, Dulce, o que você estava pensando? Ele é perigoso.

Dulce colocou as mãos na cabeça.

– Meu Deus!

– Ele é exatamente como aquelas criaturas que mataram seu pai: cruéis, sem coração. É com alguém assim que você quer ficar? Você entende quanto está me machucando? Quanto você estaria machucando seu pai se ele estivesse aqui?

Dulce ficou sem ar. Ela ficou olhando desesperançosa para a mãe. Seus olhos começaram a arder de lágrimas furiosas.

– Lamento ter decepcionado você. – Ela deu a volta na mãe, segurando os soluços. – Preciso sair daqui.

Blanca segurou seu braço.

– Você não vai embora. Você está aqui por seu pai!

Aquilo foi a gota d’água.

– Sei por que estou aqui, mãe – gritou Dulce. – Eu estava lá na noite em que aquelas criaturas o mataram, lembra?

O choque do tapa no lado esquerdo do rosto de Dulce ardeu muito mais do que o tapa em si. Sua mãe nunca tinha batido nela antes, mas, lá no fundo, por baixo de toda a raiva confusa que estava consumindo sua alma, Dulce sabia que tinha merecido. Ela percebeu um ofego da mãe, mas não ficou para ouvir o que ela precisava dizer. Dulce libertou o braço dos dedos de Blanca, saiu do quarto como um furacão, passou por Alfonso e Anahi e desceu as escadas correndo.