Fanfic:  Desejo proibido - Adaptada | Tema: Vondy

13

– Porcaria de máquina!

Uckermann ergueu a vista do carburador detonado em suas mãos para olhar para Diego chutando a roda do Pontiac GTO de motor V8 que ele estava xingando havia uma hora.

Uckermann foi até ele, limpando as mãos sujas de graxa em um pano que pegou no bolso.

– Ei, ei, calma, cara. Não batemos em mulheres. Qual o problema? Diego passou a mão pelo cabelo.

– Esta porcaria aqui.

Ele apontou para o carro.

Os olhos de Uckermann se arregalaram, ironicamente horrorizados. Ele apoiou as mãos na porta do motorista do veículo alaranjado.

– Não dê ouvidos a ele, gata – sussurrou para o carro. – Ele não falou por mal.

Diego balançou a cabeça.

– Que seja, cara. Para mim, chega.

Uckermann franziu a testa e apoiou o braço no teto do carro.

– Chega? – perguntou ele em um tom provocador. – Você desiste fácil assim?

– Não – retrucou Diego na defensiva. – Eu só não consigo... Esta coisa ainda está com o motor acelerado e... Droga, Cam, diminua essa bosta!

Cam correu até o aparelho de som no canto da oficina e diminuiu a música do Foo Fighters até soar bem baixinho.

Uckermann ficou olhando para Diego, ciente de que aquele mau humor não era fruto apenas da aceleração do motor do carro.

Diego deu as costas para o olhar penetrante de Uckermann e abriu uma lata de Coca, que logo começou a beber. Assim que terminou, se voltou novamente para o amigo, soltando o peso do corpo na parede antes de deslizar por ela. Os olhos dele encontraram os de Uckermann por um breve momento antes de começar a explicar:

– O nível de açúcar no meu sangue está baixo, cara.

Após ter sido diagnosticado com hipoglicemia quando criança, Diego costumava conseguir manter seu nível de açúcar bastante normal, mas se transformava em um babaca rabugento quando o nível baixava. Uckermann pegou um pacote de Mini Oreo em seu bolso de trás e o jogou para o amigo.

Diego colocou um na boca e murmurou, satisfeito. Ele ofereceu o pacote a Uckermann, que pegou dois biscoitos.

– Então, o que mais está acontecendo? – perguntou Uckermann após um silencioso momento de apreciação dos biscoitos.

Diego desviou o olhar do amigo, que se agachou no chão perto dele.

– Desde quando guardamos segredos, Diego?

– Não tenho segredo algum – respondeu Diego, meneando a cabeça. Ele parecia tão cansado. – Você sabe tudo o que tem para saber.

– Ah, é? – duvidou Uckermann. – Então, se sei tudo, quando exatamente você ia me contar que anda cheirando de novo?

Diego manteve os olhos no chão.

– É só por diversão, cara.