Fanfic: Aconteceu Você - Adaptada (Vondy) | Tema: Vondy

DULCE

         Olhei-me no espelho uma última vez antes de sair de casa, conferindo meu vestido soltinho e meu cabelo. Mesmo depois de um dia inteiro me dividindo entre o trabalho e os gêmeos, eu estava agora saindo para um jantar com o Louis e o seu filho, Matheus, que era fotógrafo e tinha acabado de chegar de Nova Iorque para passar uma temporada aqui em Londres.

            Saí de casa, logo após me despedir da Alice e o Alfonso, peguei a Quinta Avenida e me encontrei com eles do outro lado da Big Apple. Eu adorava Manhanttan porque podia passar despercebida entre a multidão que se encontrava nas calçadas. Nesse momento, isso era tudo o que eu queria. Não queria ser vista e nem notada.

          - Que bom que chegou Dulce, - Louis me cumprimentou educado, como sempre. - Agora venha, eu quero que con heça o meu filho.

           Retribuí o cumprimento e o sorriso largo que ele me deu, e realmente fiquei impressionada . Ele era um  homem bonito, com seus vinte e poucos anos e tinha um charme natural, que foi percebido pela maneira como ele me olhou.

           Voltando meu sorriso ao Louis, eu percebi que os dois eram muito parecidos, os mesmos olhos e tipo físico. Melhor do que isso foi ver o quanto meu chefe parecia orgulhoso do seu filho.

            - Meu pai falou que você era linda, mas acho que não levei muita fé no que ele me disse a seu respeito...- Fiquei sem graça no mesmo instante, e bebi um gole longo da minha água. Eu odiava esse tipo de comentário.

               - Bom, seu pai também me falou muitas coisas a seu respeito.

               - Tenho certeza que sim - falou e forçou um sorriso.

             Passei as próximas horas sendo minimamente estudada e não entendi o porquê. Matheus parecia ser um cara legal, mas senti que estava participando de uma entrevista e não gostei disso.

              - Dulce, essa noite o Matheus te levará para casa, tudo bem? Tive um dia agitado e estou realmente cansado.

              - Claro, Loius, não tem problema. - Dei-lhe um sorriso relutante e acompanhei Matheus até o seu carro.

               Por sorte, ele tinha sido esperto o suficiente  para manter a conversa em um dos meus assuntos preferidos: os gêmeos. Porque, tirando isso, nós não tínhamos muito em comum.

               - Qual a idade deles?

               - Acabaram de fazer um aninho. - Depois de tudo que tinha acontecido entre mim e o Christopher, nós achamos melhor fazer apenas uma pequena comemoração entre a gente na semana passada. Os dois se divertiram da mesma maneira se tivesse sido uma festa grandiosa, e para mim o mais importante foi vê-los felizes.

                - Meu pai me contou sobre o Alfonso, o pai dos seus filhos, e sinto muito pela perda. - Engoli em seco e virei meu rosto para observar as luzes do centro da cidade, porque esse era um assunto que definitivamente eu não iria discutir com ele. - Me perdoe se estou sendo intrometido, é que cheguei aqui esperando encontrar um tipo de mulher e você me surpreendeu.

                - Hum...- Me senti sem graça novamente devido ao seu comentário, e sem perceber acabei me retraindo o restante da viagem de carro.

                - Acho que você preferia ter vindo com meu pai, não é? - Olhei para ele séria e o peguei sorrindo. - Relaxa, eu só estou brincando, relaxa. - Ele parecia estar se divertindo, com uma piada que não consegui entender, então preferi continuar quieta.

                  Eu tinha tanta coisa na cabeça para me preocupar nesse momento, que cair nas garras de alguém que parecia ser um sedutor estava fora da lista: o Alfonso vinha apresentado um comportamento estranho, vivia irritado; a Alice gritava papa o dia inteiro; além do meu bebezinho que estava crescendo cada dia mais dentro de mim....e, claro, o Christopher.

                Quando chegamos emfrente à mansão, pedi ao Matheus que me deixasse em frente aos portões, porque eu não queria que ele entrasse e nem que Maria e Ângela viessem me encher de perguntas.

               Conversamos mais um tempo dentro do carro, Matheus foi galanteador o tempo inteiro enquanto eu me esforcei para levar tudo na brincadeira.

               - Nós dois poderíamos repetir a noite, o que acha? - ele sugeriu, me pegando de surpresa.

              - Eu acho que não.

              - Eu não mordo, sabe? Quando quero, sei ser uma ótima companhia. - Ele me deu um sorriso e se aproximou como se fosse me beijar, só que por sorte, ou azar, fomos interrompidos pela buzina e o farol alto de um carro que eu conhecia muitíssimo bem.

             - O que Christopher estava fazendo aqui a uma hora dessas?