Fanfic: Aconteceu Você - Adaptada (Vondy) | Tema: Vondy

HORAS MAIS TARDE.....

                       - Como eles estão? - Dulce perguntou, nervosa, assim que terminei a ligação com a Ângela e voltei ao salão onde estava acontecendo o evento beneficiente da fundação em que ela era uma das administradoras.

                             Dulce vinha realizando desde o último ano da faculdade um trabalho voltado para crianças carentes que haviam sofrido algum tipo de abuso, atuando nas regiões mais carentes de Nova Iorque, junto a uma equipe de assitência social que resgatava e ajudava as mesmas. E agora, um ano depois de formada, ela defendia ativamentes essas famílias, trasnformando de alguma maneira a vida dessas crianças e dando-lhes esperança de um futuro melhor.

                    E a verdade era que vendo a paixão e emoção com que ela falava sobre as realizações feitas pela fundação e sobre os planos que tinham para o futuro, eu meio que não cabia em mim de tanto orgulho que sentia da força de vontade da minha esposa.

                          - Ângela disse que estão todos dormindo e depois do que aprontaram não poderia ser diferente, anjo. Eu juro que não sabia qual dos três estava mais assustado quando eu apareci. - Dulce sorriu, ciente da bagunça que eles aprontavam constantemente, a Alice em especial.

                          - Mas...e a Alice? Ela ficou bem quando você saiu? - perguntou preocupada com a filha. Meu anjo era uma mãe firme na maior parte do tempo, mas eu sabia que, assim como eu, bastava um sorriso daqueles três para que o coração dela amolecesse.

                          - Alice vai superar, Dulce, e até me prometeu que não voltaria a pintar as paredes da casa.

                           - Ela pintou muito?

                           - O corredor inteiro, ficou uma verdadeira obra de arte.

                          - Jura?

                          - Juro, amor... Nossa filha vai ser uma talentosa artista quando crescer, tenho quase certeza disso. - Essa não era a primeira vez que Alice decidia usar sua criatividade para reorganizar a casa, da última vez ela tinha enchido a geladeira de mãozinhas cheias de tinta guache de várias cores. Maria quase enlouqueceu quando viu aquilo e ainda mais porque a Cecíl, que normalmente era um anjinho, a estava ajudando. - Agora, por que não relaxa e tenta aproveitar um pouco? Eu fiz alguns planos para essa noite...e para você - sussurrei baixinho em seu ouvido, enquanto a arrastava para o meio da pista de dança.

                         Havia poucos casais dançando, ela já tinha feito seu discurso memorável e agora era hora de aproveitar depois de todo o trabalho incansável que teve nas últimas semanas para ajudar a organizar esse evento.Com suas palavras, que, inclusive, me emocionaram, Dulce tinha conseguido alcançar seu objetivo, que era arrecadar o máximo de doações possíveis e conseguir parceiros para a fundação por, pelo menos, mais três anos. Fora a atenção que ela conseguiria com toda a cobertura que os jornais estavam fazendo por essa causa.

                         - Que planos? - ela perguntou curiosa, com um brilho intenso no olhar. E por um ou dois segundos, eu fiquei sem fala ao olhar para a minha esposa. Ela era linda...e completamente minha.

                          - Não seja ansiosa, anjo. Tudo ao seu tempo....- murmurei divertido e a rodei no salão, trazendo-a de volta para os meus braços depois do passo. - Só dance essa música comigo. Pode ser? - Dulce assentiu e sorriu surpresa quando a voz suave da cantora sontratada começou a tocar uma de suas músicas preferidas.

                                    And when you feel no saving grace

                                               Well I´m on my way, on my way

                                   And when you´re bound to second place

                                               Well I´m on my way, on my way...

                     - Foi....você? - ela perguntou com os olhos já marejados.

                     - Esse é só o começo, amor - falei sentindo meu coração bater mais forte dentro do peito. Essa noite era inteiramente dela e eu queria que fosse especial do início ao fim.

                                         So don´t believe it´s all in vain

                                              Cause I´m on my way, on my way

                                         The light at the end is worth the pain,

                                             Cause I´m on my way, on my way

                                         I´ll be there the moment

                                         You come out in white

                                              Cause I´m on my way....

                       - Eu amo você, Christopher - Dulce conseguiu falar emocionada, sem desviar os olhos dos meus, enquanto continuávamos a dançar, não sei se o mesmo acontecia para ela, mas para mim era como se estivéssemos sozinhos nesse salão. Só nós dois e a música.

                                                      ***

                            - Shhh, meu anjo, me deixe amar você - murmurei contra a pele macia do seu pescoço, enquanto Dulce se contorcia com o vai e vem dos nossos corpos. Gemendo gostoso, ela cravou as unhas no lençol e pressionou os seis redondos contra meu tórax.

                               - Eu não estou aguentando, Christopher, me deixe gozar, por favor... - ela suplicou ofegante e eu investi mais fundo dentro dela, sentindo meu autocontrole se esvair aos poucos também.

                               Nós dois estávamos em um emaranhado de suor e excitação em cima da cama do Four Seasons, um dos melhores hotéis de Nova Iorque, com uma vista espetacular para o Central Parkm e que por conta da rotina agitada do nosso dia a dia havia se tornado um dos nossos refúgios quando precisávamos curtir um ao outro ou comemorar alguma data especial.

                               Dulce continuou a implorar para que eu a deixasse ter sua liberação, mas eu prolonguei nossa tortura até estar exausto, completamente saciado da minha mulher. E quando ela finalmente chegou ao ápice, eu a observei gritar e se agarra a mim maravilhado com a maneira como seu corpo reagia ao nosso amor. Pouca coisa tinha mudado com o passar dos anos, nosso sexo continuava explosivo e intenso como quando havíamos nos conhecido, porém, agora...além do tesão, havia aquela cumplicidade que só duas pessoas que se amavam poderiam compartilhar. Havia uma ligação muito mais profunda que nos prendia e isso era inexplicável.

                                Na manhã seguinte, eu observei minha esposa deitada na cama com os longos cabelos loiros espalhados pelo travesseiro e o fino lençol cobrindo o corpo delicioso que eu conhecia tão bem, principalmente depois de ontem, que tínhamos feito amor a madrugada inteira.

                               Com as imagens ainda vivas em minha mente, eu me levantei da poltrona do quarto de hotel e me sentei ao seu lado, escutando com atenção o som baixinho da sua respiração e assistindo ao leve movimento dos seus seios, subindo e descendo. E fascinado pelos contornos angelicais do seu rosto, eu cheguei à conclusão de que era um maldito homem de sorte.

                               Depois do dia em que a pedi em casamento, eu jurei a mim mesmo fazer essa mulher feliz, dar a ela um pouco da vida normal e tranquila que tento desejou e nunca teve, mas quem acabou sendo presenteado fui eu.

                                 O seu perdão me deu algo que dinheiro nenhum poderia me comprar: uma família.

                              Nós dois nos casamos com Dulce ainda grávida de CEcília, foi uma cerimônia pequena e intima no campo, com apenas alguns familiares e amigos mais próximos. E se tinha um dia que eu guardaria comigo para o resto da minha vida, esse era o do nosso casamento.

                                  Aquele foi o momento que eu tive a certeza de que podia ser o homem que Dulce precisava que eu fosse para ela e para os nossos filhos.

                                E dali em diante, eu amei a minha esposa a cada minuto do meu dia, afinal ela era o motivo pelo qual eu sempre voltava para casa com um sorriso no rosto, e por isso mesmo me esforcei a cada instante desses últimos quatro anos para que meu anjo soubesse que estava finalmente onde deveria estar: ao meu lado.

                                     Eu lutei pelos seus sonhos junto a ela, passei noites em claro vendo-a estudar para concluir seu curso de Psicologia. Porém, quando Dulce insistiu em fazer parte dessa fundação, em usar seu passado e experiência para ajudar o próximo, eu não pude dizer não.

                              Como poderia? ulce já tinha aberto mão de tanto por mim e pelos nossos filhos que eu sabia que devia a ela a chance de vê-la crescer e se realizar profissionalmente.

                               Mesmo assim, não vou mentir e dizer que foram quatro anos de total felicidade, porque, assim como todo casal, nós discutíamos e brigávamos, mas sempre resolvíamos nosso problemas não importando o quão difícil eles fossem.

                             Meu ciúme, por exemplo, ainda se fazia presente em alguns momentos e eu continuava o mesmo homem quando estava dentro de um tribunal: impiedoso e determinado. Mas quando se tratava dela, do nosso amor, eu sabia que tinha mudado.

                               Eu não era mais aquele homem autoritário e duro, respeitava suas ideias e opiniões, a incentivava a correr atrás do que ela almejava. E mesmo sendo anos mais velho do que Dulce, eu posso afirmar que foi ela que me fez amadurecer emocionalmente. Meu anjo me tornou um homem mais forte e íntegro.

                                E nas vezes, em que eu me pegava, assim distráido e nostálgico, eu sempre chegava a conclusão de que tinha sido ela, a única a me trazer de volta à vida depois de todos aqueles anos vivendo rigidamente com o peso do passado em minhas costas. Foi ela quem me afastou de todos os meus fantamas e me libertou da pessoa intransigente e egoísta que eu havia me tornado.

                                 Vendo que estava prestes a acordar, eu afastei as mechas loiras do seu rosto e a olhei ternamente.

                                 - Bom  dia,  anjo... - Ela sorriu antes mesmo de abrir os olhos e se sentou na cama, me abraçando apertado, do mesmo jeitinho que nossas meninas faziam sempre que me viam, fazendo -me sentir como se fosse o Super-Homem delas. E admito, eu gostava dessa sensação.

                                 - Eu tenho um pequeno presente para você -murmurei, afastando seu cabelo dos ombros, e tirei a pequena corrente do meu bolso.

                                  - O que é? - Dulce perguntou surpresa

                                   - Feche os olhos. - Elas fechou sem protestar e eu passei a corrente delicada pelo seu pescoço, puxando o pequeno relicário para baixo. As mãos da Dulce procuraram a minha e tocaram o medalão enquanto ela abria os olhos novamente.

                                  Eu a observei ler os três nomes dos nossos filhos  - Alfonso, Alice e Cecília - gravados na peça delicada de outro e seus olhos se encheram de lágrimas.

                                   - Isso é lindo, Christopher - ela sussurrou com a voz embargada, enquanto uma pequena lágrima escorria pelo cantinho do seu rosto.

                                  - Você que é linda, anjo, e eu não sei se você se lembra, mas hoje faz quatro anos desde o dia em que me perdoou e me deixou voltar para casa - falei baixo em seu ouvido. Quatro anos que você se tornou a minha vida.

                                        - Eu... - Eu sabia que ela tinha deixado essa data passar por conta da correria do dia a dia, mas entendia que tinha sido por um bom motivo.

                                  - Não fala nada, só me escute. - Eu coloquei o dedo sobre seus lábios. - Esse relicário é apenas uma das tantas maneiras que eu encontrei para agradecer por tudo o que você me deu, Dulce. Por me permitir amar o Alfonso e a Alice como se eles fossem meus filhos e por ter gerado o nosso pequeno milagre que é a Cecília. Eu não tenho palavras para dizer o quanto eu sou feliz ao seu lado, porque, de alguma forma inexplicável, você me devolveu a vida...

                                   - Aí, meu Deus! Você gosta de me fazer chorar, não é? - Ela limpou o rosto, sorrindo, entre as lágrimas que agora caíam com força.

                                  - Se for de felicidade, eu gosto - disse firme e a beijei lentamente, acariciando seu rosto, já coradi, enquanto minha mente era invadida pela lembrança do nosso primeiro encontro. Quem diria que aquela garota sexy e corajosa se tornaria o meu maior ponto fraco, o amor da minha vida?

                                    - Às vezes, eu me pergunto o que aconteceu para você mudar tanto, Christopher. Se eu já te amava antes, amor, agora, então, eu não tenho nem palavras para dizer o que sinto - Dulce sussurou emocionada e, dessa vez, eu mesmo limpei suas lágrimas, bem suavimente, enquanto a fazia olhar para mim.

                                    - Você realmente não sabe o que aconteceu? - perguntei divertido e ela timidamente sacudiu a cabeça.

                                           - Não.

                                           - Você, meu anjo, aconteceu você.

FIM

P.S  Obrigado pelo carinho e paciência. E declaro que sou Vondy, mesmo quando vejo esses dois cada dia mais longe um do outro. Esse México deve ser muito grande, para não se esbarrarem por aí kkk.

Pretendo começar um novo livro À procura de Álguem (Vondy). Espero que gostem tb.

Abraços.