Fanfic: Aconteceu Você - Adaptada (Vondy) | Tema: Vondy

DULCE

                                             *GIRL - que bom q está gostando, esse capítulo é seu.

     O motorista de Christopher apareceu no horário marcado e sem muito tempo para me preparar, avisei apenas a Bianca sobre minha viagem repentina dando a desculpa de que iria me encontrar com meus pais. Fiz uma pequena mala, com o essencial: sapatos altos, vestidos, calças jeans e suéteres já planejando fazer uma compra assim que chegasse a Nova Iorque.

      Distraída, não percebi quando o carro desviou da avenida principal e parou em frente à Uckermann & Associados. O motorista tinha sido sucinto e não me falou muita coisa a respeito da pequena viagem até o aeroporto, muito menos que faríamos uma parada. Dei graças a Deus pelos vidros escuros do sedã de luxo, caso contrário Christopher teria pegado minha expressão de choque assim que o vi sair do edifício e caminhar até o carro. Seu terno hoje era de um tom escuro de cinza, sua camisa branca, e ele usava óculos escuros. O cabelo castanho, estava jogado para trás e eu me afundei contra o banco temerosa pelo que estava por vir.

      - Vejo que está melhor - disse logo após dar instruções ao seu motorista. Seu olhar vagou pelo meu jeans escuro e minha camisa branca, me avaliando.

       - Um pouco.

       - Fico contente que tenha decidido aceitar meu convite.

       - Isso não foi um convite, foi chantagem. - O lembrei e recebi um sorriso vitorioso. Vendo que ele não parecia preocupado em acertar os detalhes do meu pagamento, eu me arrisquei.

       - Christopher, nós... - Olhei para o motorista sem graça e ele mesmo tratou de levantar a divisória de vidro, nos dando privacidade. - Nós não combinamos o valor ainda. - Consegui dizer sem entender a vergonha que eu estava sentindo por tratar desse assunto com ele, já que fazia isso constantemente com meus clientes.

       Christopher me fitou fixamente por alguns instantes antes de responder:

      - Se trinta mil é pouco, o que seria adequado? - perguntou contrariado, formando os dois vincos na testa novamente.

      - Nunca fiquei tanto tempo com algum cliente, e normalmente cobro mais caro por viagens. E no seu caso ...e - eu terei que fingir que sou sua noiva - murmurei. - Então, cem mil seria o que eu cobraria.

    - Você está brincando comigo, certo? - perguntou severamente e eu senti minhas bochechas queimarem.

    - Eu não costumo brincar sobre dinheiro, Sr. Uckermann. - Apesar da vergonha, eu tentei soar profissional.

      - Já passamos da fase de senhor, Dulce. Darei os malditos cem mil, mas espero que sua atuação seja impecável ou eu juro que você nunca mais vai ter outro cliente com tanto dinheiro querendo foder você. - O encarei estupefata enquanto apertava nervosa os dedos das minhas mãos.

      - E eu achei que você e eu não fôssemos fazer sexo - gaguejei.

      - Esse valor não inclui sexo? - disse surpreso. - Você está me dizendo que se quisesse você na minha cama, coisa que, graças a Deus não quero, eu teria que pagar mais? - indagou e me fuzilou com o olhar, Christopher parecia ocupar todo o banco traseiro agora e eu me sentia acuada. - Quanto a mais, Dulce? Esclareça minha curiosidade.

     - Eu cobraria, no mínimo, uns...trinta mil a mais. - Christopher precisava entender que ficar o dia inteiro à disposição de um cliente, sem saber se passaria todo ele na cama sendo usada, não sairia barato. Pelo menos, não quando eu era a prostituta. - Não conheço sua rotinha sexual, então seia arriscado cobrar menos e...

     - Você é inacreditável! - me interrompeu. - Nunca achei que fosse encontrar mulher mais gananciosa que a vadia que se envolveu com meu pai, mas você a supera, Dulce, e isso, com toda certeza, não é um elogio. - Engoli em seco, sentindo-me humilhada. A forma como ele se referia a mim, as grosserias que dizia machucavam. Eram como pequenas feridas na pele, e Christopher as arranhava de propósito para doer mesmo. Fechei os olhos por um momento para recuperar minha compostura e quando os abri, o encarei.

      - Você não vai poder me ofender, Sr. Uckermann, mais uma grosseria e eu estou fora - o alertei com a voz firme enquanto minha alma já rachada se segurava para não se desfazer em pedacinhos dentro de mim.

      - Não se preocupe com isso - ele me garantiu, mas eu não senti confiança em suas palavras.